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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sindicatos rejeitam proposta em que desempenho seria factor na graduação dos professores

A última ronda negocial da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) terminou hoje sem acordo. Os sindicatos rejeitam a proposta ministeral que tem estado em negociação, na qual a avaliação do desempenho passaria a ser um dos factores determinante na graduação dos professores no próximo concurso de docentes.A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) acusou o Ministério da Educação de assumir uma "posição de chantagem" relativamente aos concursos de colocação de professores. "O Ministério da Educação assume posição de chantagem ao fazer depender de 'acordo' [com os sindicatos] eventuais alterações" ao diploma sobre concursos de colocação de professores, afirma a FENPROF em comunicado.O secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, admitiu quinta-feira alterações na forma como a avaliação do desempenho vai pesar no Concurso de Colocação de Professores, desde que isso resulte de um acordo com os sindicatos sobre a matéria.Em comunicado divulgado hoje, a FENPROF afirma que apresentou nas reuniões realizadas com o Ministério da Educação (ME) várias "propostas alternativas", que nunca obtiveram resposta.O ME nunca apresentou qualquer contraproposta e "continuou a defender que a consideração da 'avaliação de desempenho' como factor a considerar no cálculo da graduação profissional era uma questão de princípio, logo irrevogável, havendo apenas abertura para analisar a sua 'aplicação no tempo', mas no caso de haver compromisso de acordo", disse a federação.Para a FENPROF, "a perversão da graduação profissional dos docentes pela introdução do factor 'avaliação de desempenho' é absolutamente inaceitável, não sendo moeda de troca para qualquer outra questão, e afasta, desde logo, a possibilidade de haver qualquer acordo sobre a matéria".Ciclo de negociações terminaHoje terminou o ciclo de reuniões definido pelo Ministério da Educação para a revisão do regime de concursos de professores com um encontro com a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE).A estrutura sindical defende que se definam com "clareza" as regras que vão servir para determinar os novos lugares de quadro de agrupamento de escola e de escola não agrupada, substituindo-se "os actuais níveis de instabilidade por fortes índices de estabilidade". Para a FNE, a proposta do ME "não só não elimina espaços que dão azo a falta de transparência em algumas fases do concurso, como ainda introduz um grave factor de distorção dos direitos dos docentes, ao pretender que a situação relativa de cada concorrente seja distorcida pelos resultados de uma avaliação de desempenho que se está a revelar completamente injusta". A proposta do ME constitui "um grave atropelo e desconsideração por percursos profissionais longos", afirma a FNE, acrescentando que a "dimensão geográfica a que quer obrigar a concorrer docentes com mais de vinte anos de exercício instável - por incapacidade da administração para determinar correctamente os quadros das escolas - constitui uma matéria inteiramente inaceitável".Acrescenta que o Ministério da Educação foi "incapaz, até hoje, de dar uma resposta satisfatória às posições definidas pela FNE", pelo que o resultado deste processo "não pode neste momento conduzir a qualquer acordo".Para a FENROF, o ME abriu "um processo negocial que, de negociação, apenas teve as formalidades: cumprimento de prazos para o envio das convocatórias e realização de reuniões". Diz também rejeitar esta postura do Governo e anuncia que, nos termos legalmente previstos e nos prazos definidos, irá requerer a negociação suplementar desta matéria. A FENPROF anuncia ainda que os professores se vão pronunciar, mais uma vez, através de várias acções, como o plenário nacional e manifestação que terão lugar no dia 8 de Novembro, em Lisboa.
Fonte: Público

Ministra "sem pressa" para transferir competências de escolas para as autarquias

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse hoje que o Governo não tem pressa na transferência de competências das escolas para as autarquias e andará ao ritmo que estas queiram, com os recursos disponíveis.Segundo a ministra, "uma centena de autarquias já assinou a contratualização da transferência de competências e muitas outras querem fazê-lo agora" e o Ministério da Educação "andará ao ritmo que as autarquias queiram andar, com a tranquilidade e a pressa que o país tiver"."A disponibilidade para negociar tem na base a consciência de que estamos a partilhar problemas e o Ministério transfere os meios de que dispõe: nem mais, nem menos", advertiu, tomando como referência os recursos afectos pelo Orçamento do Estado para as escolas, nos últimos cinco anos.A ministra, que falava no 2º Encontro de Educação de Anadia, este ano dedicado ao tema da transferência de competências, lamentou a postura assumida na matéria pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que "propôs uma metodologia diferente, tendo um padrão de despesa ideal com a transferência de recursos que o Ministério da Educação não tem"."Não vale a pena. Se estivermos à espera da situação ideal, a transferência (de competências) nunca acontece!", comentou, afirmando estar ciente "da grande diversidade de situações", dado que se há autarquias que "reivindicam a transferência de toda a área da Educação, outras rejeitam o princípio de que a Educação possa ser de competência local".Principal aumento nas cidadesEm causa está sobretudo a transferência de 900 escolas básicas 2.3 para os municípios, cujo impacto a ministra desvaloriza, comparando com as 6000 escolas do 1º ciclo que as autarquias já gerem. "Só nas grandes cidades é que é um grande aumento, porque na generalidade é só mais uma ou duas escolas que ficam a cargo da autarquia, em cuja manutenção muitos autarcas, de resto, já vinham colaborando", argumentou.Afirmando que "o Ministério da Educação transfere meios que nunca teve", Maria de Lurdes Rodrigues referiu que 20 milhões de euros, "quase metade do PIDDAC do Ministério", foram para as escolas cuidarem da manutenção, responsabilizando os estabelecimentos de ensino pela conservação e preparando condições para as autarquias aderirem. Quanto a escolas "irrecuperáveis", anunciou que está a decorrer o concurso para a substituição de 30 escolas básicas em adiantado estado de degradação.Num extenso diagnóstico do parque escolar, em que historiou a sua construção desde os liceus e escolas técnicas do início do século XX e do programa dos centenários nas primárias, Maria de Lurdes Rodrigues aludiu também ao 1º ciclo e às escolas secundárias. Quanto ao primeiro, deixou como recado aos autarcas que "não vale a pena dizer que o envelope financeiro (das verbas disponibilizadas pelo QREN) é pouco, antes de o gastar e o mais importante é concretizar", deixando a garantia de que "não ficará nenhum centro escolar necessário por construir devido a problemas financeiros".Em relação às secundárias, salientou que o Ministério da Educação definiu um programa para as modernizar, que as abrangerá todas, ao abrigo do qual quatro estão concluídas, 26 em obra, 75 com projectos que serão objecto de concurso em Novembro, e outras tantas a lançar em Março próximo.
Fonte: Público

Brasil: Gasto com ensino superior é 6,7 vezes maior do que com educação básica

Dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que o país investe 6,7 vezes mais nos universitários do que nos estudantes da educação básica. De acordo com as informações de 2006, que são as mais atuais, o custo de um aluno do ensino superior chega a R$ 11.820 por ano. Já para os estudantes da educação básica, o investimento médio é de R$ 1.773. Veja aqui o percentual de investimentos por nível de ensino Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, a diferença entre os investimentos na educação superior e na educação básica vem caindo. Em 2000, os gastos com o ensino superior eram 11,1 vezes maiores do que o investimento no ensino infantil, fundamental e médio. “Esse era um dos indicadores que mais preocupavam os especialistas em educação. Todos se perguntavam: como um país podia investir tão mais em um aluno da educação superior do que em um da básica?”, afirmou Haddad. Pela expectativa do ministro, o número deve melhorar nos próximos anos, já que o Fundo da Educação Básica (Fundeb) e o Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) ainda não estavam em vigor em 2006. O Reuni amplia o orçamento das universidades, em troca de um crescimento mais do que proporcional da matrícula, o que diminui o custo por aluno. Já o Fundeb, que substitui o antigo fundo do ensino fundamental, o Fundef, também contempla o ensino médio. Dentro da educação básica, o equilíbrio também está maior, com o aumento do custo por aluno no ensino médio: R$ 1.417 em 2006, em relação aos R$ 1.036 em 2005. O investimento por aluno nessa etapa chegou a menos de R$ 1 mil em 2002 e 2003. Em 2006 foi para R$ 1.417. Nas primeiras séries do ensino fundamental o valor, no mesmo ano, era de R$ 1.825 e nas últimas séries, R$ 2.004. “Com menos de R$ 1 mil por aluno não se consegue educar com qualidade. O ensino médio ganhou um fôlego significativo; estamos falando de mais de 30% de incremento de um ano para outro, já que em 2005 o custo-aluno era de R$ 1.036”, disse Haddad.
14 anos de ensino obrigatório
O ministro encaminhou ao Palácio do Planalto nesta terça-feira (28) uma proposta de mudança no tempo mínimo de ensino obrigatório, dos atuais nove anos para 14 anos. De acordo com a proposta, enviada por meio de uma nota técnica, as crianças teriam de ser matriculadas na escola aos quatro anos de idade e permanecer até os 17, pelo menos. Esse período abrange a pré-escola (quatro e cinco anos), ensino fundamental (seis a 14) e ensino médio (15 a 17). Hoje, a obrigatoriedade é apenas para o ensino fundamental. “Estamos discutindo as regras de transição com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para que isso se efetive em torno de cinco ou seis anos”, afirmou Haddad. A mudança deve ser feita por proposta de emenda à Constituição.
Fonte: Globo.com

Conselho Nacional de Educação defende reorganização do ensino

O presidente da Conselho Nacional de Educação, um órgão consultivo do Governo, defendeu, uma «diferente» reorganização da escola, com vista a proporcionar uma «maior flexibilidade no uso do recurso de docentes».
«Tendo presente as crianças concretas», deve ser a própria escola a dizer «que conhecimento precisava de ter para lidar com esta realidade», disse Júlio Pedrosa.
Além disso, continuou, as instituições de investigação e ensino superior, bem como os «centros de formação de professores, têm de estar «mais despertos, disponíveis e apetrechados» para responder «aquilo que lhes for pedido».
Esta sugestão consta de um parecer, que o Conselho Nacional de Educação vai entregar ao Governo, onde sugere também que sejam encontradas alternativas aos chumbos dos alunos até aos 12 anos.
Júlio Pedrosa defendeu ainda que as mudanças propostas sejam encaradas como «uma área de intervenção prioritária para a Educação na próxima legislatura», e que se aprenda «com aquilo que é possível aprender de outros países».
Fonte: Tsf

Alunos têm aulas em contentores, denuncia sindicato

O Sindicato dos Professores da Região Centro alertou, esta quarta-feira, para o estado degradado de um largo conjunto de jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo na região e denunciou casos de alunos que estão a ter aulas em contentores.
«Muitas crianças estão a ter actividades lectivas e de enriquecimento curricular em contentores», alguns deles com «espaços muito reduzidos», disse Anabela Sotaia, do sindicato, dando o exemplo de 22 crianças que estão a ter aulas de num espaço de «27 metros quadrados».
A sindicalista acrescentou que «é completamente impossível trabalhar e aprender algo nestas condições».
«Também temos situações de espaços para educação pré-escolar que estão, por exemplo, a funcionar em edifícios da junta de freguesia onde as crianças não têm espaço exterior para brincar», acrescentou Anabela Sotaia, dando ainda o exemplo de um caso em que crianças estão a fazer a «sesta» numa cave.
Fonte: Tsf

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Banco de itens alargado a mais disciplinas

O projecto do Banco de itens, lançado em 2006 pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), que arrancou com questões sobre Matemática, conta já com itens das disciplinas de Língua Portuguesa, no 1.º e 2.º ciclo, Biologia, Biologia e Geologia, Economia, Física, Física e Química, Geografia e Química, do ensino secundário.
Esta iniciativa visa proporcionar aos professores e aos alunos uma ferramenta de apoio ao ensino e à aprendizagem.

Os alunos têm a possibilidade de testar os seus conhecimentos, respondendo aos itens na página electrónica do GAVE.

Aos professores, por sua vez, é disponibilizado o acesso a uma área reservada, onde podem criar pastas personalizadas destinadas a trabalhos de casa ou fichas de avaliação, entre outras funcionalidades.

O professor pode ainda sugerir itens da sua autoria para posterior publicação no Banco de Itens.

Todos os itens sugeridos serão analisados pelo GAVE, tendo os mesmos de cumprir as seguintes regras: ser da autoria do professor que o sugere; o autor tem de estar devidamente identificado; o conteúdo do item tem de estar de acordo com os programas em vigor; e o item deve estar devidamente caracterizado, indicando conteúdos e capacidades.

O item, se aprovado, será publicado com menção ao autor respectivo.

Para mais informações, consultar a página do Banco de Itens
Fonte: Portal da Educação

Avaliação externa do 2.º ano do PNL revela aumento do interesse dos alunos pela leitura

A avaliação externa do 2.º ano do Plano Nacional de Leitura (PNL) revela um aumento do interesse ou gosto dos alunos do pré-escolar e dos 1.º e 2.º ciclos pela leitura, de acordo com um inquérito feito em linha a todos os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.
O inquérito apresenta como resultados e impactos do PNL um crescimento do interesse ou gosto dos alunos pela leitura, bem como o desenvolvimento e a melhoria de competências e resultados dos alunos e o reforço das actividades de promoção da leitura nos agrupamentos de escola e nas escolas não agrupadas.
As respostas das escolas demonstram uma intensificação das práticas de leitura dos alunos, em diversos contextos, bem como um aumento da frequência da utilização de bibliotecas pelos alunos.
A quase totalidade dos agrupamentos e das escolas desenvolveu leitura orientada em sala de aula no pré-escolar (82,4 por cento), no 1.º ciclo (98,3 por cento), no 2.º ciclo (98,4 por cento) e no 3.º ciclo (83,3 por cento).
Os resultados revelam ainda que a maioria dos agrupamentos e escolas participou nas iniciativas promovidas pelo PNL, designadamente na semana da leitura (87,6 por cento), na celebração do Dia Mundial do Livro (75,7 por cento) e no concurso nacional de leitura (28,4 por cento).
Quanto ao papel das bibliotecas escolares, 78,9 por cento dos agrupamentos e escolas não agrupadas consideram as bibliotecas escolares muito importantes para o desenvolvimento das actividades do PNL nas escolas.
De acordo com o relatório de actividades do Plano Nacional de Leitura (PNL), apresentado por António Firmino da Costa na II Conferência do PNL, as principais dinâmicas neste segundo ano centraram-se nos seguintes objectivos:
Consolidação e acompanhamento dos programas em curso;
Aprofundamento da divulgação do PNL;
Lançamento de iniciativas dirigidas a diferentes públicos;
Alargamento das áreas de estudo sobre a leitura;
Consolidação e ampliação de parcerias;
Envolvimento de organizações de outras áreas;
Estabelecimento de parcerias internacionais.
Destaca-se a consolidação ao nível dos projectos de promoção da leitura nas escolas, actividades de leitura orientada nas aulas, nos jardins-de-infância, nos 1.º e 2.º ciclos, bem como o alargamento das actividades de leitura orientada ao 3.º ciclo e das listas de obras recomendadas.
O PNL disponibilizou sítios electrónicos sobre leitura e sobre promoção de leitura, tendo sido reformulado o sítio Ler +, um instrumento essencial na comunicação com docentes, bibliotecários, famílias e com a generalidade dos cidadãos.
Foram ainda lançadas duas páginas electrónicas: Clube de Leituras, um agregado de blogues e sítios realizados por uma comunidade de interessados em leituras de todos os tipos, e Promoção da Leitura nos Países da OCDE, que apresenta e descreve 312 projectos desenvolvidos em 28 países.
O segundo ano do Plano Nacional de Leitura ficou também marcado pela inovação ao nível das actividades e dos actores. Foi distribuído um livro a todos os alunos que entraram no 1.º ano de escolaridade em 2008/2009 e surgiram novos projectos, a saber:
- Projecto "Leitura Vai e Vem", em conjunto com profissionais de educação infantil e famílias (mochilas para as crianças transportarem livros do jardim-de-infância e sugestões de actividades de leitura em família);
- Projecto "Ler + em vários sotaques", com o Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural (leitura em voz alta nas escolas, em vários sotaques regionais e nacionais);
- Projecto "Ler + dá saúde", com médicos e outros profissionais de saúde (caixas com livros e outros materiais, em consultórios, centros de saúde e hospitais, visando o aconselhamento da leitura em família, para crianças entre os 6 meses e os 6 anos);
- Projecto "A ler +", versão portuguesa de "Reading Connects" (envolvimento de toda a comunidade educativa na promoção da leitura - preparação de projectos em 32 escolas, com os presidentes dos conselhos executivos e coordenadores das bibliotecas escolares, bibliotecários municipais e coordenadores concelhios da Rede de Bibliotecas Escolares.
Para mais informações, consultar o sítio do Plano Nacional de Leitura.
Fonte: Portal da Educação

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Escola pública é “facilitista”, diz ex-ministro

A classificação das escolas públicas reflecte a perda de autoridade dos professores e uma política de facilitismo. A opinião é do antigo ministro da Educação, Couto dos Santos, sobre o “ranking” das escolas.
Recorde-se que esta lista coloca dez estabelecimentos de ensino privado nos primeiros dez lugares.O “ranking”, feito com base nos resultados dos exames do Ensino Básico e Secundário de 2007/08, mostra que as escolas públicas têm os piores resultados.Couto dos Santos, antigo ministro da Educação dos governos de Cavaco Silva não tem dúvidas que na origem destes resultados estão as “enormes conflitualidades que existem nesse sistema, uma maior pressão dos pais junto do sistema público - porque é relativamente ao Estado que se fez sempre pressão para que os filhos passem de qualquer maneira”.“Mas este é o primeiro factor” – continuou o ex-governante. “O segundo tem a ver com o nível de exigência: o sector privado mostra-se mais exigente, menos permissivo e, portanto, impõe aos alunos uma maior disciplina e métodos de estudo diferentes”.Couto dos Santos sustenta que é necessário recuperar a autoridade dos professores e “acabar com a conflitualidade no meio dos professores”. O que é preciso é “motivá-los para ensinar, devolvendo-lhes a autoridade, porque eles precisam de ter autoridade para impor disciplina nas escolas”.
Fonte: RR

Exames nacionais: o ranking das escolas

Quase 90 por cento das escolas alcançaram média positiva na primeira fase dos exames nacionais do secundário, um resultado muito superior ao registado em 2007, quando só 66 por cento ultrapassaram os 9,5 valores.
96 por cento das escolas com média positiva a Matemática Infanta Dona Maria de Coimbra volta a ser a melhor escola pública Escolas com positiva a Português B caem de 90% para 74%
Segundo os resultados dos exames a 20 disciplinas seleccionadas pela Lusa (com base no maior número de provas realizadas na primeira fase por alunos internos), divulgados esta terça-feira pelo Ministério da Educação, 533 das 610 escolas tiveram média positiva nos exames, o que representa 87 por cento dos estabelecimentos de ensino.
A melhor: Academia de Música de Santa Cecília
Este ano, as dez escolas com a melhor média são todas privadas, enquanto que as que apresentam o pior resultado são todas públicas.
A Academia de Música de Santa Cecília, um colégio privado de Lisboa, obteve a melhor classificação, com uma média de 16,04 valores nas 55 provas aí realizadas. Por oposição, a Escola Básica e Integrada da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, registou o pior resultado, com apenas 6,5 valores de média.
Só as escolas onde se realizaram mais de cem provas
A lista das classificações regista, no entanto, algumas diferenças, se se tiver apenas em conta as escolas onde se realizaram mais de cem provas.
Nesta tabela, o Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, apresenta o melhor resultado, com 14,77 valores de média nas 365 provas realizadas.
No último lugar da lista surge a escola básica e secundária do Cerco, no Porto, com uma média de 7,2 valores, seguida da escola Professor Mendes Remédios, em Portalegre, com 7,8.
Espanhol é a melhor disciplina, Física e Química A é a pior
Entre as 20 disciplinas seleccionadas pela Lusa, Espanhol obteve a melhor média, com 15,31 valores, seguida de Matemática A, cadeira que habitualmente apresenta maus resultados, mas que este ano regista uma média de 13,95. Já o exame de Física e Química A, com apenas 9,72 valores, teve a pior média.
Por distritos, Lisboa volta a apresentar a média mais alta, com 11,58. A pior prestação volta a ser apresentada pelos alunos do distrito de Portalegre, com uma média de 9,89, o que se repete desde 2004.
Dez escolas com a melhor média na primeira fase:
Acad. Música Sta Cecília (privado), Lisboa: 16,04 Colégio Mira Rio (privado), Lisboa: 15,12 Colégio Nossa Sra. Rosário (privado), Porto: 14,77 Colégio S. João de Brito (privado), Lisboa: 14,74 Colégio dos Cedros (privado), Porto: 14,64 Esc. Salesiana do Estoril (privado), Lisboa: 14,58 Colégio Horizonte (privado), Porto: 14,53 Colégio Moderno (privado), Lisboa: 14,52 Colégio Valsassina (privado), Lisboa: 14,30 Colégio Rainha Sta. Isabel (privado), Coimbra: 14,23
Dez escolas com a média mais baixa:
Esc. Básica/Int.Pampilhosa Serra (público), Coimbra: 6,50 EB2/3 Secundária do Cerco (público), Porto: 7,20 Escola Secundária do Rodo (público), Vila Real: 7,38 EB2/3 Sec. Pe Agostinho Rodrigues (público), Portalegre: 7,77 EB2/3 Sec. Mendes Remédios (público), Portalegre: 7,80 EBI Frei Manuel Cardoso (público), Portalegre: 7,98 EB2/3 Sec. Penalva do Castelo (público), Viseu: 7,99 EB2/3 Sec. Isidoro de Sousa (público), Évora: 8,22 Esc. Básica e Sec. Sta Maria (público), Açores: 8,25 EB2/3 Sec. Prof. Ant. Natividade (público), Vila Real: 8,28
Fonte: Portugal Diário

Grandes discrepâncias entre nota dos exames nacionais e dos professores

Duas em cada três escolas atribuíram aos seus alunos no final do ano lectivo notas superiores em pelo menos dois valores àquelas que os estudantes alcançaram na primeira fase dos exames nacionais do secundário.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação, as discrepâncias entre a classificação interna de frequência (CIF) - as notas que os alunos têm no final do ano lectivo resultado da avaliação contínua - e a média dos resultados dos estudantes nos exames nacionais atingem dois ou mais valores em 65 por cento dos estabelecimentos de ensino.
As escolas com melhores notas Infanta Dona Maria de Coimbra volta a ser a melhor escola pública
O caso mais evidente de disparidade regista-se na escola secundária Josefa de Óbidos, em Leiria, onde os professores atribuíram aos seus alunos uma média de 14,33 valores, mas estes não foram além dos 8,55 quando testados nas provas nacionais.
As dez escolas com maior discrepância são todas públicas, o que inverte a tendência habitual. No ano passado, cinco privadas constavam nesta lista e em 2006 os colégios estavam mesmo em maioria.
Por oposição, é nas privadas que se verifica a maior semelhança entre a avaliação contínua e os resultados obtidos nos exames, com nove a figurar na lista das dez em que as notas são mais aproximadas.
Em sete escolas, os estudantes conseguiram mesmo notas mais elevadas nas provas do que nas pautas do final de ano lectivo. O Colégio Infante Santo, em Santarém, é o que mais se destaca, com a média de exame a superar em 1,05 valores a classificação interna de frequência.
Lista das dez escolas com maior discrepância entre as notas internas e as notas de exame:
ESCOLAS GÉNERO DISTRITO CIF EXAME
EB2/3 Sec. Josefa Óbidos (Pública) Leiria 14,33 8,55
EBI Frei Manuel Cardoso (Pública) Portalegre 13,66 7,98
EBI de Pampilhosa da Serra (Pública) Coimbra 12,00 6,50
EB2/3 do Cerco (Pública) Porto 12,35 7,20
EB e Sec. Santa Maria (Pública) R. A. Açores 13,40 8,25
Escola Sec. do Rodo (Pública) Vila Real 12,26 7,38
EB2/3 Prof. Ant. Natividade (Pública) Vila Real 13,14 8,28
EB2/3 Prof. Mendes Remédios (Pública) Portalegre 12,53 7,80
Sec. Figueira Castelo Rodrigo (Pública) Guarda 13,51 8,97
EB Sec. da Graciosa (Pública) R. A. Açores 13,67 9,13
Lista das sete escolas onde as notas nos exames foram superiores às notas internas:
ESCOLAS GÉNERO DISTRITO CIF EXAME
Colégio Infante Santo (Privada) Santarém 12,63 13,67
Inst. Missionário Sagrado Coração (Privada) Coimbra 11,83 12,65
Acad. de Música Santa Cecília (Privada) Lisboa 15,33 16,04
Esc. Tec. Salesiana Sto. António (Privada) Lisboa 14,33 14,58
Colégio São João de Brito (Privada) Lisboa 14,63 14,74
Colégio Santo André (Privado) Lisboa 12,75 12,85
Escola Sec. do Restelo (Pública) Lisboa 13,59 13,63
Fonte: Portugal Diário

Conselho Nacional de Educação propõe alternativas ao chumbo dos alunos até aos 12 anos

O Conselho Nacional de Educação tem pronto um parecer para entregar ao Governo, onde sugere que sejam encontradas alternativas aos chumbos dos alunos até aos 12 anos. A aposta deve assentar em medidas eficazes de apoio aos estudantes com maiores dificuldades.
Para o órgão consultivo do Governo para a Educação, as repetições são «um problema que tem proporções catastróficas para os alunos».
Segundo a edição esta quarta-feira do Diário Económico o Conselho Nacional de Educação recomenda ao Executivo para que encontre alternativas às repetições.
Só desta forma se pode atingir bons desempenhos por parte dos alunos e resolver os problemas de insucesso escolar, considera o parecer aprovado em plenário.
Nas propostas avançadas pelo Conselho Nacional de Educação estão estratégias de apoio aos alunos, intervenções aos primeiros sinais de dificuldades e estratégias de diferenciação pedagógica.
O Diário Económico refere que, na Finlândia, onde existe o melhor desempenho escolar do mundo, não há aluno que reprove na escolaridade obrigatória.
Já na Irlanda e na maioria dos países com bons resultados, as repetições foram substituídas por estratégias de apoio aos alunos.
O Conselho Nacional de Educação quer acabar de vez com a ideia de que repetir o ano nunca fez mal e por isso recomenda ao Governo que estude as soluções adoptadas noutros países.
No parecer fica a ideia de que o passar de ano sem que se tenha aprendido não é solução, mas a repetição também não o é, especialmente quando a responsabilidade da falta de aprendizagem é atirada para o aluno ou para a família.
Fonte: Tsf

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ministério disponibiliza resultados dos exames nacionais 2007/2008

Os resultados dos exames do ensino básico e secundário do ano lectivo 2007/2008 foram disponibilizados no sítio electrónico do Júri Nacional de Exames, anunciou hoje o Ministério da Educação (ME), em comunicado. Cerca de 258 mil alunos iniciaram, na segunda semana de Junho, as provas obrigatórias para a conclusão do ensino básico e secundário, de acordo com dados da tutela de Maria de Lurdes Rodrigues.A taxa de reprovação no exame de Matemática A do 12º deste ano baixou para 7 por cento, contra os 18 por cento do ano passado, numa prova que foi feita por 36.674 alunos em que a média de notas foi de 12,5 valores, segundo dados oficiais do ME.Em relação aos alunos internos (ou seja, os que frequentaram a disciplina durante todo o ano), a média obtida foi de 14 valores, 3,4 valores acima do que se verificou em 2007, ano em que pela primeira vez a média obtida por estes alunos foi superior a 10 valores. Por outro lado, a taxa de reprovação a Português foi este ano superior à das provas de Matemática A e B, tradicionalmente as que mais complicam a vida aos alunos, que este ano foi de 7 por cento em ambos os exames.No exame de Português do 12º deste ano, a média ficou abaixo dos 10 valores pela primeira vez em três anos, situando-se nos 9,7 valores face aos 10,8 de 2007. Dos 60.281 alunos que fizeram a prova de Português "chumbaram" 8 por cento (um acréscimo face aos 5 por cento verificados em 2007 e 2006).Quanto aos exames na área de Ciências, registou-se uma melhoria nos resultados da Física e Química A, que ainda assim registou uma taxa de "chumbos" de 22 por cento (a mais alta percentagem de reprovações em todos os exames) face aos 31 por cento de 2007, mas superior aos 21 por cento de 2006. Os 31.760 alunos que fizeram esta prova obtiveram uma média de 9,3 valores (contra os 7,2 valores de 2007 e os 7,4 de 2006). A média de Biologia e Geologia passou de 9,1 valores em 2007 para 10,5 valores este ano. Dos 39.890 alunos que fizeram a prova "chumbaram" 8 por cento (uma melhoria face aos 12 por cento de 2007 e aos 9 por cento de 2006).
Fonte: Público

Cem mil aderiram ao programa e-escola no último mês

Em apenas um mês, o número de inscritos no programa e-escola passou de 332 919 para 430 692, ou seja, aumentou quase cem mil entre 20 de Setembro e 22 deste mês, de acordo com os dados do Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações. Um aumento que conta já com um pequeno contributo do portátil Magalhães para o programa e-escolinha, mas que nem de perto nem de longe explica esta adesão. Embora as acções de marketing do Governo para promover o computador fabricado pela JP Sá Couto possam ter ajudado a despertar alguns alunos para as novas tecnologias, é graças à aposta das operadoras em marketing e publicidade, bem como à decisão do Governo de alargar o programa e-escola aos alunos dos 7.º, 8.º e 9.º anos, que os números crescem. É o que diz o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos. "Estes números são uma consequência directa de uma maior abrangência do programa", afirmou ao DN o governante, admitindo que as campanhas publicitárias das operadoras também ajudaram. O que, na opinião de Paulo Campos, "é a prova de que o programa foi bem pensado, por forma a assegurar o empenho e a concorrência entre os vários operadores, e está a ser um êxito".Mas com o efeito Magalhães os números poderão ser muito superiores. E contando com ele o Governo já pensa em novas metas. "Até ao final de 2009, esperamos ter um milhão de inscritos no programa e-escola", admitiu Paulo Campos. Até agora, apenas foram distribuídos 3287 portáteis Magalhães. Mas até ao final do próximo ano serão distribuídos 500 mil no âmbito do e-escolinha. Essa foi, pelo menos, a promessa do Governo. Até agora, o Governo "apenas fez uma dotação de 410 milhões de euros, por via de contrapartidas para as operadoras. E até ao momento não houve necessidade de mais. Mas até ao final do próximo ano é natural que o Estado ainda intervenha com uma verba que não será muito significativa", adiantou o secretário de Estado. Do total de inscritos no programa e-escola até 20 deste mês, 315 857, ou seja, a esmagadora maioria, optaram pela TMN, 85 120 escolheram a Optimus e mais de 29 mil, a Vodafone. Do total, apenas 275 833 já tinham recebido os seus respectivos computadores. Tudo porque tem havido alguns atrasos na atribuição dos códigos. Espera que para quem nunca pensou ter um computador, nem Net por cinco euros, não cansa. Mas para outros se torna um desespero.
Fonte: DN

Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária vai passar a abranger 100 escolas

O programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) vai passar a abranger 100 escolas, integradas em meios desfavorecidos e problemáticos, que não serão apenas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, anunciou o Ministério da Educação (ME).
Em declarações à Agência Lusa, a Directora-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), Joana Brocardo, acrescentou que o "TEIP de segunda geração" integrará as 36 escolas sinalizadas no primeiro programa.
"No total serão abrangidas neste programa 100 escolas e não apenas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, mas sim de todo o país", afirmou a responsável.
Até 2009, o ME deverá investir 15 milhões de euros nas 36 escolas que integraram o primeiro programa TEIP. O investimento total com este alargamento é de 100 milhões de euros, segundo a tutela.
Em Setembro de 2006, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou o relançamento dos TEIP, um programa criado em 1996 no Governo de António Guterres que previa a concessão de apoios financeiros e pedagógicos adicionais a estabelecimentos de ensino localizados em meios desfavorecidos e problemáticos.
As 36 escolas que já integram o programa foram sinalizadas com base nas taxas de abandono e insucesso escolar e no número de ocorrências de violência e indisciplina registadas no Gabinete de Segurança do ME.
Elaboraram projectos de melhoria do ambiente e dos resultados escolares, apresentando soluções que passam pela contratação de recursos humanos e por obras de conservação ou aumento das instalações.
Em declarações à Agência Lusa, Joana Brocardo adiantou que o TEIP2 apresenta uma componente com financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que não acontecia anteriormente, e que em 20 escolas o programa arrancará a partir de Janeiro de 2009.
As normas orientadoras para a constituição de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária bem como as regras de elaboração dos contratos-programa a assinar entre o ME e os estabelecimentos de ensino foram hoje publicadas em Diário da República.
"Podem integrar os TEIP2 as escolas ou os agrupamentos de escolas com elevado número de alunos em risco de exclusão social e escolar", lê-se no despacho assinado por Maria de Lurdes Rodrigues, que entra em vigor na sexta-feira.
O documento estipula, segundo Joana Brocardo, uma orgânica um pouco diferente do programa, já que é criado, por exemplo, um conselho consultivo. Cabe à Comissão de Coordenação Permanente seleccionar as escolas candidatas e acompanhar e monitorizar a execução dos projectos.
Fonte: Visaonline

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ministra preocupada com alta taxa de insucesso no 1º Ciclo

A ministra da Educação mostrou-se preocupada com a alta taxa de incesso escolar no 1º Ciclo, apesar de tudo aquilo que tem sido feito para contrariar esta tendência. Maria de Lurdes Rodrigues pediu ainda empenho aos que têm responsabilidades para ajudar aqueles que têm mais dificuldades. A ministra da Educação mostrou-se preocupada com os cerca de sete mil alunos portugueses por ano que têm fortes dificuldades de aprendizagem da escrita e da leitura, isto apesar de todas as estratégias para combater o problema.
À margem da II Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura, Maria de Lurdes Rodrigues assinalou a alta taxa de insucesso escolar no 1º Ciclo, com sete por cento dos alunos do 2º ano a serem afectados por este problema.
«É um problema que ainda não conseguimos resolver definitivamente e precisamos de resolver. Temos de conseguir concretizar aquilo que são os objectivos da Educação e do Sistema Educativo que é todas as crianças aprenderem a ler e a escrever bem nos primeiros anos de escolaridade», acrescentou.
Maria de Lurdes Rodrigues notou ainda a falta de eficácia de opções educativas noutros países mais desenvolvidos da Europa, mas pediu aqueles que têm responsabilidades na ajuda aos alunos com mais dificuldades mais empenho.
«O Plano Nacional de Leitura está a dar já um contributo muito importante para esta questão, mas não chega. Precisamos de mobilizar os formadores de professores, as escolas e os professores para se centrarem um pouco neste objectivo», acrescentou.
Fonte: TSF

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Recomendações sobre as ofertas educativas e formativas de dupla certificação de jovens

A Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) disponibiliza um conjunto de informações, de sugestões e de recomendações referentes à organização e ao funcionamento dos cursos de educação e formação (CEF) e dos cursos profissionais.
O alargamento da oferta de cursos de dupla certificação de jovens nas escolas da rede pública implicou novas exigências que tornam necessário o desenvolvimento de mecanismos de acompanhamento e de apoio às escolas.
Com este objectivo, a ANQ, em colaboração com as direcções regionais de educação, realizou, no primeiro semestre de 2008, visitas de acompanhamento a várias escolas com ofertas de CEF e de cursos profissionais.

O documento elaborado resulta da análise da informação recolhida durante essas visitas, bem como das orientações constantes no documento Recomendações para a Reforma do Ensino Secundário do Grupo de Avaliação e Acompanhamento da Implementação da Reforma do Ensino Secundário.

Esta partilha de experiências e de soluções pretende apoiar as escolas e os professores no processo de alargamento das ofertas de dupla certificação e de consolidação e sustentabilidade da rede.

Através da análise efectuada, é de salientar o facto de as escolas terem conseguido encontrar soluções adequadas aos seus contextos que, sendo muito diversas, apresentam denominadores comuns.

No que se refere à organização da escola, é fundamental o enquadramento das ofertas qualificantes na sua orientação estratégica, com reflexo no projecto educativo e no regulamento interno.

Para a coordenação das ofertas, as escolas têm optado pela nomeação de um coordenador integrado na direcção executiva, em consonância com as directrizes da iniciativa Novas Oportunidades.

Para a definição de uma rede equilibrada e sustentável de percursos qualificantes, as escolas devem ter a preocupação de seleccionar os cursos tendo em conta a oferta existente na região e as necessidades de emprego locais.

Quando está em causa a oferta de cursos cujas saídas correspondem a profissões regulamentadas, é necessário integrar o parecer prévio das autoridades competentes, tendo em vista garantir a certificação dos alunos para o exercício dessas profissões.

É de sublinhar a importância da gestão do currículo e da flexibilidade curricular, visível na distribuição da carga horária e das disciplinas ou módulos do plano de estudos e, ainda, na definição de momentos, de instrumentos e de estratégias de recuperação das aprendizagens.

Entre as estratégias pedagógicas desenvolvidas pelas escolas para promover o sucesso dos alunos e valorizar as formações de dupla certificação, contam-se as exposições de trabalhos dos alunos, o trabalho de projecto, o trabalho cooperativo na realização de tarefas de pesquisa, o debate de ideias em assembleia de turma, a participação em concursos e em mostras internacionais, os projectos de empreendedorismo e criação de empresas virtuais e as visitas de estudo a entidades empregadoras.

Na gestão de recursos humanos, as competências e a autonomia atribuídas às equipas pedagógicas e a realização de reuniões periódicas das equipas proporcionam espaços de trabalho interdisciplinar e de partilha de saberes e de experiências entre os professores para conceberem, aplicarem e reformularem estratégias e instrumentos de natureza pedagógica e didáctica.

Para uma gestão pedagógica eficaz da oferta qualificante, tem contribuído a disponibilização de informação de apoio à prática pedagógica, sendo exemplo disso a plataforma moodle, que permite uma maior e mais rápida interacção entre alunos, pais e professores.

Quanto à promoção do sucesso dos alunos, salienta-se o estabelecimento de relações de proximidade na comunidade educativa, nomeadamente no envolvimento dos alunos e dos encarregados de educação nas actividades da escola.

A ligação ao meio envolvente, através do desenvolvimento de protocolos de colaboração e de parcerias, é fundamental na promoção da dinâmica da escola para encontrar soluções diversificadas para as situações de aprendizagem.

Por outro lado, facilita a gestão dos recursos materiais e dos equipamento, bem como a organização da formação em contexto de trabalho, ao potenciar a rendibilização de instalações e de equipamentos, quer da escola quer das entidades com que colabora.

Relativamente ao tipo de prova realizada pelos alunos no final dos cursos, verificam-se duas situações distintas.

Nos cursos profissionais, a Prova de Aptidão Profissional (PAP) constitui-se como um projecto demonstrativo de saberes e de competências profissionais adquiridos ao longo da formação, pelo que deverá reflectir o perfil de saída do curso e o interesse dos alunos, partindo de projectos apresentados pelos mesmos.

Já a Prova de Avaliação Final (PAF) nos CEF deverá assegurar que a realização dos trabalhos práticos seja demonstrativa das actividades do perfil de competências pretendido.

Para mais informações, consultar as Recomendações de apoio à organização e funcionamento das ofertas educativas e formativas de dupla certificação de jovens.

Fonte: Portal da Educação

Testes intermédios para o ano lectivo de 2008/2009

A realização de testes intermédios no ano lectivo de 2008/2009 abrange as disciplinas de Matemática do ensino básico (8.º e 9.º anos), de Biologia e Geologia, de Física e Química A e de Matemática A do ensino secundário.
Os testes intermédios, disponibilizados pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), têm como principais finalidades permitir aos professores aferir o desempenho dos seus alunos por referência a padrões de âmbito nacional, bem como consciencializar os alunos relativamente à sua progressão nas aprendizagens, tendo em conta estes padrões, permitindo, ao mesmo tempo, a familiarização com instrumentos de avaliação externa.

Os resultados destes testes funcionam como indicadores das áreas de aprendizagem em que a generalidade dos alunos revela maiores fragilidades, fornecendo informação relevante aos docentes, para que estes possam desenvolver estratégias adequadas à superação das dificuldades detectadas.

A aplicação dos testes intermédios em cada estabelecimento de ensino é facultativa. A decisão da sua aplicação, bem como as implicações que as classificações poderão ter no processo de avaliação dos alunos, cabe aos órgãos de decisão pedagógica e executiva das escolas.

Com a duração de 90 minutos, o teste de uma mesma disciplina ou ano de escolaridade é aplicado em simultâneo em todo o território nacional.

Os testes devem ser corrigidos e classificados pelo professor da turma, sendo importante a discussão dos critérios de classificação com os alunos na aula de correcção da prova, para que estes contactem com um modelo semelhante ao do exame nacional.

Os testes intermédios não constituem um modelo de exame nacional, na medida em que, devido ao calendário de realização das provas, apenas podem avaliar parcialmente os conhecimentos dos alunos.

No entanto, estes testes aproximam-se do modelo de prova de exame nacional, no que se refere à tipologia dos itens e aos respectivos critérios de classificação.

As datas de aplicação dos testes no presente ano lectivo são as seguintes:

Disciplinas
Anos
Períodos lectivos
1.º
2.º
3.º
Matemática - 3.º Ciclo
8.º ano


30 de Abril
9.º ano

9 Fevereiro
11 Maio
Matemática A
10.º ano

28 Janeiro
6 Maio
11.º ano

29 Janeiro
7 Maio
12.º ano
10 Dezembro
11 Março
27 Maio
Física e Química A
10.º/11.º anos(1.º ano de leccionação)


3 Junho
11.º/12.º anos(2.º ano de leccionação)

17 Março
26 Maio
Biologia e Geologia
10.º/11.º anos(1.º ano de leccionação)


28 Maio
11.º/12.º anos(2.º ano de leccionação)

3 Março
19 Maio

Fonte: Portal da Educação

Ministra refere que "milhares de professores" já foram avaliados no ano passado

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, escusou-se hoje a comentar a decisão de alguns professores em suspender o processo de avaliação de desempenho, optando por realçar que sete por cento dos docentes já avaliados alcançaram notas de "muito bom" e "excelente"."É muito importante sublinhar que milhares, milhares, milhares de escolas, a grande, grande maioria está a procurar concretizar o processo de avaliação de desempenho de professores", disse a ministra aos jornalistas após a sessão de abertura da II Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura, em Lisboa.Maria de Lurdes Rodrigues salientou também que "milhares de professores" já foram avaliados no ano lectivo anterior e que sete por cento foram "classificados com muito bom e excelente". A avaliação de desempenho docente avançou no ano passado para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, que constituíam, no total, cerca de sete mil.Aos professores avaliados foi aplicado um regime simplificado acordado entre a tutela e os sindicatos do sector, que previa uma avaliação baseada unicamente em quatro critérios: ficha de auto-avaliação, nível de assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e acções de formação. Estes parâmetros foram aplicados de forma universal em todas as escolas.Moções e abaixo-assinadosQuestionada hoje sobre o que vai suceder nas escolas onde os professores decidirem suspender o processo de avaliação de desempenho, a ministra limitou-se a dizer: "quem fica parado, fica parado". Esta reacção surge depois de professores de várias escolas terem aprovado moções e abaixo-assinados a exigir ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho, segundo alguns sindicatos e professores.Segundo Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), "em 17 a 20 escolas ou agrupamentos de escolas" já foram aprovadas pelos professores tomadas de posição a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Também o presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), Carlos Chagas, admitiu que tem conhecimento de que em "algumas escolas" os professores suspenderam os procedimentos e que noutras aprovaram moções nas quais exigem a suspensão da aplicação do modelo.Foi o que aconteceu no agrupamento de escolas de Poiares, onde 116 dos 130 professores pediram a "revogação imediata" do despacho que institui a avaliação de desempenho e de toda a legislação "conexa". Pela Internet, em blogues dedicados à educação, circulam vários documentos dirigidos sobretudo aos conselhos pedagógicos a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho e também relatos de professores.Na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Real, 130 dos 160 professores decidiram mesmo suspender o processo de avaliação, não entregando os objectivos individuais. Na moção aprovada, os professores daquele estabelecimento de ensino referem que os objectivos de todos os docentes estão definidos e passam, indiscutivelmente, pelo sucesso dos seus alunos, segundo a professora Delfina Rodrigues.
Fonte: Público

Educação sexual passa a disciplina obrigatória nas escolas britânicas

escolas britânicas para todos os alunos entre os 5 e os 16 anos, anunciou o Governo.A disciplina vai chamar-se Educação Pessoal, Social e para a Saúde e objectivo é fazer com que os alunos, desde muito cedo, aprendam, nas escolas públicas, a falar com naturalidade sobre o seu corpo, sobre a puberdade, sobre os seus sentimentos ou relações de amizade e envolvimento com o próximo. Para os mais velhos, do ensino secundário, os temas englobam a importância da estabilidade das relações para a vida em família e como certos comportamentos sexuais de risco podem levar a contrair doenças infecciosas ou gravidezes indesejadas. Temas como as drogas, estilos de vida e até finanças, serão incluídos.“A vida actual é muito complexa e temos a obrigação de fornecer os nossos jovens com o conhecimento necessário para lidar com isso. É importante que a informação não venha dos rumores de recreio de escola ou de mensagens erradas transmitidas pelos media”, disse o ministro para a Educação Jim Knight.Para Jim Knight o ensino da sexualidade deve ser dado “na escola, de forma estruturada, com uma preocupação pela compreensão do bem e do mal e da importância da família”. Os programas, segundo o ministro, terão em conta as características próprias de cada escola, as necessidades dos alunos e os valores dos pais.De acordo com dois estudos feito pelo próprio Governo britânico entre os jovens, e apresentado no parlamento, a maioria reconheceu não ter os conhecimentos necessários para tomar decisões responsáveis sobre as relações e a saúde sexual.Apesar de ter decrescido 13 por cento nos últimos 20 anos, a gravidez adolescente no reino Unido é a mais alta da Europa ocidental. O Governo decidiu diminuir para metade até 2010 essa taxa que era em 2006 de 46 por cada mil raparigas menores de 18 anos.
Fonte: Público

"As aulas ficaram mais divertidas"

Escola EB1 Padre Manuel Castro foi das primeiras a receber o computador portátil. Um mês depois, o JN foi a S. Mamede Infesta saber qual é o balanço
A sala de aula estava ligeiramente escurecida para melhor visualisar as projecções no quadro grande. Vinte e quatro pares de olhos concentravam-se nos pequenos monitores do Magalhães. A disciplina era Matemática e o objectivo era escrever por extenso os números que o programa indicava.
Os alunos cumpriam a tarefa sem grandes dificuldades. Um mês bastou para que a máquina quase não tenha segredos para as crianças. São alunos do quarto ano e a maior parte já estava habituada às novas tecnologias. No entanto, o Magalhães tornou-se rapidamente no seu objecto preferido. Afinal, aquele é o primeiro computador deles e não é dos pais ou da escola.
"As aulas ficaram mais divertidas, muito mais divertidas", diz Luana. Em casa já ia ao computador algumas vezes, mas agora pode ir sempre que quiser. Para brincar, mas também apara aprender. "Fazemos jogos que nos ensinam coisas ao mesmo tempo. É mais fácil". Tiago, o colega de carteira também tem a mesma opinião."Gosto mais das aulas com o Magalhães. Sei que também temos de continuar a escrever nos cadernos mas não gosto tanto", diz. Duas filas atrás, Francisca explica: "no computador é mais rápido e fácil de escrever e também é mais divertido".
Segundo a professora, Sónia Santos, os alunos foram conquistados pelo Magalhães. "Eles jogando e brincando não têm a consciência de que estão a aprender. Acham que é uma coisa menos formal e assimilam melhor os conhecimentos".
No seu entender, eles aceitaram "muito bem" o portátil e as aulas tornam-se "mais interessantes e apelativas porque os alunos experimentam e vêem, o que é melhor do que estarem apenas a ouvir o que o professor está a dizer". A docente revela que também alguns pais estão a beneficiar do Magalhães pois os alunos transmitem o que aprendem na escola aos progenitores não tão habituados à informática.
Por último, a Sónia Santos refere, ainda, que num caso especial de um aluno que tem Trissomia 21 o Magalhães é "fantástico" e tornou-se no "instrumento número um e conferiu-lhe autonomia pois ele não escrevia de forma manuscrita, mas agora já consegue escreve no computador e fá-lo bastante bem."
Fonte: JN

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Secundário: Estudantes manifestam-se em Lisboa a 5 de Novembro

A plataforma Directores Não tomou em mãos a responsabilidade de dar organização aos protestos que têm acontecido em várias escolas do País contra o novo modelo de gestão escolar e o estatuto do aluno. A 5 de Novembro, dias antes das acções dos professores, culminam os protestos
Os estudantes do ensino básico e secundário vão promover um dia nacional de luta a 5 de Novembro contra o novo modelo de gestão das escolas e contra o estatuto do aluno. A plataforma estudantil Directores Não decidiu ontem realizar uma manifestação em Lisboa na mesma data, poucos dias antes das acções marcadas pelos sindicatos e movimentos de professores, agendadas para 8 e 15 do mesmo mês. Mas, apesar da coincidência no calendário dos protestos, os dirigentes estudantis optam por isolar os objectivos da sua luta da que está a ser travada pelos professores. "Sobre o modelo de avaliação de desempenho não nos pronunciamos, mas é claro que nos preocupamos quando vemos que os professores chegam às aulas preocupados, quando desabafam sobre os problemas da avaliação. Mas mesmo reconhecendo a legitimidade dos sindicatos, a nossa luta é outra", adianta Luís Baptista, aluno na Secundária Camilo Castelo Branco, em Carnaxide, e porta-voz da Plataforma Estudantil.Os protestos dos estudantes centram-se fundamentalmente na crítica a duas reformas educativas: o novo modelo de gestão escolar e o estatuto do aluno. Para a plataforma Directores Não, as duas medidas associadas representam "a maior ofen- siva governamental contra a escola" e os estudantes. "O estatuto do aluno por tornar os estudantes autênticos criminosos e por reforçar os poderes do senhor presidente do Conselho Executivo, e o novo modelo de gestão das escolas que pretende transportar a nossa escola e a nossa educação para um modelo de democracia interna que nos faz mais lembrar as escolas do outro tempo."Com a marcação do dia nacional de luta e da manifestação de 5 de Novembro, a plataforma tenta dar alguma organização às acções que têm acontecido desde o princípio do ano lectivo em escolas de Lisboa, Setúbal e Coimbra. Ainda na última semana, alunos da Secundária Luísa de Gusmão e da Secundária de Sobral de Monte Agraço fecharam as escolas a cadeado em protesto contra a falta de professores e o novo regime de faltas. Motivo que também motivou a greve dos estudantes da Escola Secundária de Odivelas. "Mas a nossa luta não é só contra o regime de faltas, mas sim contra todo o estatuto do aluno", realça Luís Baptista, que define o próximo dia 5 como o "culminar destas lutas realizadas sem grande organização". Para tal, o porta-voz da plataforma espera uma adesão significativa, bem superior às poucas dezenas de estudantes que se manifestaram nas últimas acções do género.Entretanto, mesmo com estes apelos à unidade, vozes dentro do movimento estudantil já criticam a "centralização ideológica da plataforma", conotando-a com orientações comunistas. Acusações refutadas por Luís Baptista, que garante a sua pluralidade.
Fonte: DN

Filtros para proteger crianças de conteúdos violentos e pornográficos são inúteis - OETI

O presidente do Observatório Europeu de Televisão Infantil (OETI), Valenti Gómez i Oliver, afirmou terça-feira que os filtros da Internet para protecção de menores da pornografia e violência são inúteis e sublinhou a importância da educação.
"Os filtros contra os conteúdos pornográficos e violentos na Internet são inúteis porque se ultrapassam", explicou Valenti Oliver em Lisboa, durante uma conferência.
O presidente do OETI afirmou ser essencial promover a educação como uma ferramenta de prevenção da violência na juventude, pois através dela as crianças aprendem a distinguir "os bons dos maus".
"Apenas os países nórdicos incluem nos seus programas de ensino a alfabetização digital. Nós [Portugal e Espanha] deveríamos fazer o mesmo", disse.
Fonte: Lusa

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Castelo Branco: Jogo sobre segurança rodoviária e arte vai chegar a 30 escolas do distrito

Um jogo sobre segurança rodoviária e arte vai viajar nos próximos três anos por trinta escolas de Castelo Branco. Com o nome “Segurarte”, o jogo foi criado por duas companhias de teatro que pretendem pôr em acção 600 alunos do primeiro ciclo, inicialmente apenas em freguesias do distrito, mas a ambição é chegar a outros pontos do país.Numa sala de aula ou num pavilhão desportivo, os alunos de uma turma dividem-se em duas equipas e debruçam-se sobre um tabuleiro gigante, onde tentam ser os primeiros a completar as provas, desde a casa de partida até à chegada. Por entre sinais de trânsito e uma maquete de uma cidade, com um palco ao centro, há tarefas para peões, ciclistas, passageiros de autocarro, além de outros cenários de trânsito que os alunos podem encontrar no dia-a-dia. Mas também há arte...No jogo, coordenado por duas animadoras das companhias de teatro, as crianças podem ter que identificar sinais de trânsito ou explicar as acções correctas a tomar em determinadas situações. “Ou podem também ter que fazer um desenho, pintar, ou fazer uma pequena representação teatral”, refere Rui Sena, director da associação de artes performativas Quarta Parede.“O jogo serve para explicar às crianças como devem circular e ligar esta ideia a visitas a museus e teatros. Ou seja, queremos indicar como atravessar a rua e mostrar que o podem fazer em direcção à arte”, sublinha.A iniciativa é apoiada pela Scutvias, concessionária da Auto-Estrada da Beira Interior (A23), Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária e Governo Civil de Castelo Branco, “num investimento directo que ronda os 35 mil euros por ano”, informou Levi Ramalho, director-geral da empresa.Segundo diz, a iniciativa é "uma forma muito interessante de abordar a segurança rodoviária. É um trabalho que nos compete a todos, em várias frentes, e está a uma delas, junto das crianças”.Por sua vez, a governadora civil de Castelo Branco, Alzira Serrasqueiro, acredita que a iniciativa “vai ser um êxito” e que “pode ser usada por todo o país”. “Esta é a primeira versão. Acredito que vai haver afinações”, referiu, anunciando a intenção de convidar outros governadores civis e a Autoridade Nacional para Segurança Rodoviária para assistirem a uma apresentação.A primeira sessão do Segurarte teve lugar hoje, na Escola de São Silvestre, na Covilhã.
Fonte: Público

Preencher avaliação tira tempo aos alunos

O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares pediu ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Segundo o Conselho Executivo, o modelo é "inexequível" e os professores estão "sem tempo" para os alunos.
Numa carta enviada à ministra da Educação, a que a Lusa teve acesso, 116 dos 130 professores daquela escola pedem a "revogação imediata" do despacho que institui a avaliação de desempenho e de toda a legislação "conexa".
Os docentes consideram que a aplicação do modelo é "inexequível, por ser inviável praticá-lo segundo critérios de rigor, imparcialidade e justiça" e que "não contribui nem para o sucesso dos alunos, nem para a qualidade do trabalho pedagógico que os professores pretendem".
"Assenta numa perspectiva desmesuradamente burocrática, quantitativa e redutora da verdadeira avaliação de desempenho dos docentes. Pela sua absurda complexidade, não é aceite pela maioria dos professores deste país, não se traduzindo, por isso mesmo, em qualquer mais-valia pessoal e/ou profissional", lê-se na missiva.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Conselho Executivo afirma que os professores já andam "deprimidos, extremamente cansados e desmotivados", garantindo que o tempo disponível para os alunos "é diminuto".
"Se esta burocracia traduzisse no final um benefício para a educação fazíamos um sacrifício ainda maior. Mas pensamos que o que se passa é o contrário. Isto é acabar com o ensino porque os professores estão sem tempo para os alunos", garantiu Maria Eduarda Carvalho.
Segundo a responsável, os problemas começam logo com a divisão da carreira em duas categorias: professor e professor titular. Naquele agrupamento de escolas, os professores titulares do departamento de Matemática, avaliadores, são todos docentes da disciplina.
"Como podem avaliar um professor de Física, Química ou Informática quando cientificamente não tem nada a ver. Com a delegação de competências tenho professores de educação visual a avaliar professores de educação física", crítica a docente.
Maria Eduarda Carvalho acrescenta que a "grande maioria" dos docentes do agrupamento trabalha "muito mais" do que as 35 horas semanais e que alguns já estão a pensar abandonar a profissão.
"Este ano já se reformaram dois professores e outros dois estão a pensar pedir a reforma para o ano, ainda que com penalizações. O que me vale é que tenho um corpo docente jovem e sem tempo de serviço para o poder fazer", diz.
A presidente do Conselho Executivo sublinha ainda que a avaliação vai interferir com o "futuro e as vidas" dos professores, já que a classificação final influenciará o concurso de 2009, que vai ditar as colocações para os quatro anos seguintes.
"Não pode ser com uma avaliação leviana como esta", criticou a responsável, afirmando que, no seu caso, não se sente "preparada" nem "formada" para avaliar um docente de educação física, por exemplo: "Não sei avaliar se ele está a preparar bem as aulas".
Sublinhando que "os objectivos individuais e colectivos dos professores do agrupamento são ensinar os alunos e prepará-los para uma sólida construção de um projectos de vida", o conselho pedagógico aprovou no final de Setembro um outro documento, onde manifesta "repúdio" e "oposição" ao modelo do Ministério da Educação.
Fonte: JN

Equipa "112" nas escolas para esclarecer dúvidas na avaliação dos professores

A ministra da Educação reuniu-se com equipas de apoio à avaliação de desempenho e deu orientações para simplificar os processos. Maria de Lurdes Rodrigues confirmou, ao JN, a existência de um grupo de acompanhamento.
Segundo o JN apurou, na passada sexta-feira, Maria de Lurdes Rodrigues reuniu-se, em Lisboa, com os 22 professores que integram as equipas de apoio à avaliação de desempenho recentemente criadas pela Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação. Durante as algumas horas em que estiveram reunidos, a ministra da Educação prestou esclarecimentos e deu conselhos às equipas.
"Todas as medidas do Ministério da Educação (ME) têm tido estruturas de acompanhamento. O modelo de avaliação dos professores não é excepção. Trata-se de um grupo de peritos constituído para responder às solicitações das escolas que se encontram com os processos mais atrasados", disse. Aliás, a ministra aproveitou igualmente para confirmar que a própria OCDE irá avalizar o modelo de avaliação, isto é, pronunciar-se sobre a bondade das medidas políticas. Nesse cenário, poderão surgir algumas propostas de alteração ou manutenção de determinados aspectos do modelo.
Segundo fonte do JN, a ministra teria dado orientações para que as equipas informassem os presidentes dos Conselhos Executivos e avaliadores no sentido de estes poderem agregar os itens das fichas de avaliação de desempenho, por forma a torná-las mais fáceis de preencher e que as reuniões entre avaliadores e avaliados poderiam ter a duração que as escolas quisessem e, em certos casos, poderiam mesmo não se realizar. A governante teria ainda anunciado que os docentes com a classificação de excelente ficariam dispensados de ter observações nas aulas nos anos seguintes.
No entanto, ao JN, Maria de Lurdes Rodrigues esclareceu que essas instruções nunca foram dadas. "Falei, isso sim, do potencial de ajustamento do modelo. Falámos de hipóteses para o futuro, mas eu entendo que os eventuais ajustamentos não devem acontecer neste ano zero. Pelo menos três aulas por ano devem ser monitoradas pelos avaliadores. No futuro, um professor com 'excelente' poderá, por exemplo, ser observado só de cinco em cinco anos. As competências dos docentes não mudam de um ano para o outro".
"As escolas têm ritmos diferentes na implementação da avaliação e algumas têm procurado de facto ajuda externa, mas o ME têm mais competências na área. Daí este grupo de acompanhamento estar a responder às solicitações". afirmou a ministra.
Fonte: JN

Brasil: Portal do Professor oferece modelos de aulas e ferramentas multimédia

Os professores do Ensino Fundamental e Médio podem diversificar as aulas, torná-las mais atrativas e conhecer o trabalho de outros colegas espalhados pelo País ao acessar o Portal do Professor. Gratuito, o portal oferece modelos de aulas de acordo com cada etapa do ensino e disciplina, recursos multimídia, cursos de formação de professores, um jornal voltado para o dia-a-dia da sala de aula, links diversos, fóruns, blogs e várias outras opções. Entre as ferramentas, há fotos, mapas, vídeos e animações."São 1.664 recursos multimídia", informa a coordenadora do portal, Carmem Prata. Entre as aulas disponíveis, há 42 relacionadas aos anos iniciais do Ensino Fundamental e 93 voltadas para os anos finais. Outras 178 podem auxiliar o professor do Ensino Médio. De acordo com Carmem, a intenção é dar prioridade ao desenvolvimento de metodologias de ensino com o apoio de recursos multimídia."Procuramos descobrir como um vídeo, uma pesquisa, uma animação podem ser inseridos na aula de maneira que ela fique mais interessante e influencie no aprendizado", afirma Carmem. Os simuladores são um exemplo de como a ferramenta virtual pode ajudar no processo de ensino e aprendizado. Carmem explica que eles são como laboratórios virtuais. Assim, o professor ou o aluno pode fazer experimentos de física, por exemplo, apenas com o uso do computador. "A pessoa pode simular uma pedrinha sendo jogada para descobrir a velocidade dela", exemplifica. Além de assistir às videoaulas, os professores podem comentá-las e até aperfeiçoá-las. Ao final de cada uma, há um espaço para comentários que incentiva o debate metodológico.
No Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/main.action) também são oferecidos vídeos da TV Escola, textos e apostilas para orientar o professor, todo o conteúdo dos cursos que o Ministério da Educação oferece, como o Pró-Letramento e o Proinfantil, links para as rádios e tevês universitárias, comunidades virtuais, blogs, chats e fóruns. O professor tem acesso grátis e sem necessidade de senha a todo o conteúdo do portal, exceto o espaço de criação de aulas, para o qual é preciso fazer o registro.
Fonte: Jornal Agora

Aplicação do acordo ortográfico criará dificuldades no ensino - professora do Canadá

A aplicação do Acordo Ortográfico criará dificuldades ao nível do ensino do Português como segunda língua, advertiu hoje, em declarações à Lusa, a professora Isabel Leiria, linguista e professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Isabel Leiria falava à Agência Lusa durante o Congresso Internacional sobre o Ensino de Português nas Universidades da América do Norte, a decorrer até sábado na Universidade de Toronto, Canadá.
"O conceito de facultatividade introduzido nesta versão do Acordo Ortográfico de 1990, que permite que no mesmo espaço se usem duas grafias, irá apresentar dificuldades ao nível do ensino do português como segunda língua", alertou esta docente do Departamento de Linguística Geral e Românica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
"À partida esta situação poderia parecer relativamente inócua, até porque há muitas palavras em que há dupla grafia. Mas quando já jovens a aprender na escola o português como língua segunda ou como língua estrangeira, estando numa fase de interlíngua e em contacto com várias realidades dialectais, o conceito de facultatividade traz dificuldades e o professor pode perder autoridade no ensino da língua", explicou Isabel Leiria que é especialista em linguísticas educacional e portuguesa.
"O vocabulário ortográfico é, assim, necessário, mas mesmo assim não sei se resolverá todos os casos. É difícil encontrar uma solução para esta questão", indicou ainda a docente, autora no congresso de uma alocução intitulada "Implicações do Português no Ensino do Português"-
Promovido pelo Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Toronto, este congresso aborda como tema principal a situação e os desafios que se colocam ao ensino da língua lusa nas universidades norte-americanas.
Para a professora Manuela Marujo, da Universidade de Toronto, o grande desafio é fazer com que a "sociedade, como a canadiana, valorize o ensino das línguas maternas que não sejam o inglês [no caso do Ontário]".
Esta docente observou à Lusa o paradoxo de o Canadá ser uma sociedade multilingue e, no entanto, "nem as direcções escolares ou as próprias universidades valorizam ou investem nas línguas que muitos alunos já trazem de casa e que aqui poderiam desenvolver, o que é uma perda inestimável, pois as pessoas acabam por ser obrigadas a perder a línguas maternas", concluiu.
Fonte: Rtp.pt

Ministério quer centralizar avaliação dos professores

A Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibilizou no princípio deste ano lectivo, na sua página da Internet, um recurso informático para os professores colocarem os objectivos individuais para o primeiro período. Aquilo que o Ministério da Educação define como um instrumento para facilitar a comunicação entre avaliador e avaliado, é visto pelos sindicatos como uma perigosa centralização de informação e um controlo da avaliação do desempenho por parte da tutela. O memorando de entendimento assinado entre o Ministério e a Plataforma sindical indica que "objectivos individuais são fixados, por acordo entre o avaliado e os avaliadores, através da apresentação de uma proposta do avaliado no início do período em avaliação". Processo que, para o presidente do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores, tem de ser feito directamente, cara-a-cara. "O que o Ministério propõe é um controlo completo, uma forma de vigilância, que vai contra a autonomia das escolas", considera Carlos Chagas. O dirigente da Plataforma sindical alerta para os perigos da existência de um registo central dos objectivos enviados pelos professores de todas as escolas públicas do País, abrangidas pela DGREH. "Isto implica que a tutela pode controlar os procedimentos e, em última instância, pode mesmo determinar o processo de avaliação". Por estas razões, "e porque esta medida foi implementada à revelia do protocolo de entendimento assinado entre a Plataforma e o Ministério da Educação e da própria lei", os sindicatos vão denunciar e tentar alterar a situação. O DN tentou obter junto do Ministério da Educação um comentário a estas acusações, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.Esta é apenas uma das irregularidades apontadas à DGREH no arranque do novo ano lectivo. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, defende que os serviços de recursos humanos do Ministério estão a transmitir orientações ilegais em relação aos horários dos professores. "Na elaboração dos horários dos docentes, nunca o conjunto das três componentes - a lectiva, a não lectiva e a de trabalho individual - poderá ultrapassar as 35 horas semanais. A legislação indica que o horário dos professores deve prever reuniões ocasionais, mas uma indicação da DGRHE aponta para a inclusão das reuniões sistemáticas nos horários dos professores". O excesso de horas de trabalho é aliás uma critica comum a todos os sindicatos que compõem a Plataforma. João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, lembra que os professores devem cumprir um máximo de 35 horas semanais. E que muitos estão hoje a cumprir mais de 40. Quanto a irregularidades no processo de avaliação, Mário Nogueira conta o caso de uma escolas onde as fichas prevêem a obtenção de fundos para desenvolvimento de projectos como critério a ter em conta. Ou seja, "os professores têm de angariar fundos para efeitos da sua avaliação".
Fonte: DN

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Menos TV, mais Internet

Investigação revela que os pais estão preocupados com o tempo que os filhos passam na Internet e que cerca de 67% dos jovens portugueses, dos 12 aos 18 anos, admitem que não sabem passar sem telemóvel.
A televisão passou para segundo plano, a Internet conquistou terreno e viver sem telemóvel seria quase impossível. A tese de doutoramento "Audiências dos 12 aos 18 anos no contexto da convergência dos media em Portugal: emergência de uma cultura participativa?", da investigadora Célia Quico da Universidade Lusófona, tenta compreender os principais usos dos media e tecnologias de informação (TIC). O trabalho é constituído por quatro estudos empíricos: um etnográfico, realizado em casa de 10 famílias com uma amostra de 33 participantes, um inquérito quantitativo com uma amostra de 962 jovens dos 12 aos 18 anos; um estudo de avaliação de um formato piloto de media participativo junto de 77 jovens dos 12 aos 20 anos, e um caso de estudo de uma iniciativa no âmbito da literacia dos media digitais. A questão é polémica. O uso das novas tecnologias pode significar um maior isolamento social dos jovens? "Julgo que as tecnologias como a Internet e as comunicações móveis são sobretudo potenciadoras da sociabilidade dos jovens dos 12 aos 18 anos e não tanto potenciadores do seu isolamento social. Porém, tal não significa que não haja jovens que se fixem de modo intenso em determinadas tecnologias e que dessa fixação resulte como que uma erosão das suas relações sociais", adianta Célia Quico. "Há que ter em consideração que nestas faixas etárias as principais actividades realizadas através da Internet são de comunicação, com o uso do MSN e a rede social online Hi5 no topo", acrescenta. Conversar através de programas de mensagens instantâneas foi a prática mais frequente do conjunto de actividades listadas no inquérito quantitativo, com um total de 65,8% dos jovens a afirmarem usar programas como o MSN pelo menos um dia por semana. Participar em sites de redes sociais como o Hi5 é uma prática desenvolvida com frequência por um total de 57,3% dos jovens que responderam ao inquérito quantitativo: 19,7% todos os dias, 19,2% três a seis dias por semana, 18,4% um a dois dias por semana em média. Há conclusões a reter. "No caso particular dos usos da televisão por parte dos jovens dos 12 aos 18 anos, no estudo etnográfico verifiquei que se assiste à diminuição da importância da televisão na dieta de media dos mais jovens, não só porque a maior parte dos jovens participantes neste estudo actualmente já recorrem ao uso do computador e Internet como forma preferencial de ocupação do tempo livre em casa depois do jantar, como também por projectarem no futuro - daqui a três a cinco anos - verem menos televisão e usarem mais a Internet", refere a investigadora. Os dados apurados no inquérito quantitativo revelam que há uma maior preferência da Internet relativamente à televisão por parte dos jovens. "A opção ‘prefiro a televisão à Internet' recolheu um total acumulado de concordância de 20,9% e um total acumulado de discordância na ordem dos 34,1%. De modo semelhante, na opção ‘Internet substitui a televisão', 41% dos participantes no inquérito concordaram com esta afirmação, enquanto que 23,2% discordaram com esta frase".A televisão perde terreno, mas continua a ser um meio importante e significativo no quotidiano da maioria dos jovens. Ver menos e intervir mais? "Os usos que os jovens dão à televisão são diversos. Na minha investigação, a relação entre ver menos e intervir mais acabou por não ser explorada, mas certamente é algo que importa compreender, não sendo descabido que também haja quem seja um heavy-viewer de televisão - mais do que três horas de visionamento diário, de acordo com a definição de Sonia Livingstone - e ainda assim seja participativo nos media e TIC dos mais diversos modos", responde Célia Quico. A afirmação "não sei passar sem o telemóvel" obteve uma elevada percentagem de concordância: 39% dos jovens responderam concordar completamente com esta afirmação e 28,3% responderam concordar, o que totaliza 67,3% de concordância. Já na afirmação "não sei passar sem a Internet", 24,8% dos participantes no inquérito seleccionaram a opção "concordo completamente" e 32,1% escolheram a opção "concordo", o que totaliza 56,9% de concordância. Finalmente, na frase "não sei passar sem a televisão", 13,1% dos inquiridos responderam concordar completamente e 27,5% responderam concordar, o que dá 40,6% de concordância. "Gostaria de destacar que, do vasto conjunto de resultados apurados, o envio e recepção de SMS está no topo das actividades realizadas via telemóvel dos jovens no inquérito quantitativo sobre usos dos media e TIC, com 83,3% dos participantes a afirmarem que o efectuam pelo menos um dia por semana: 50,8% todos os dias, 15,5% três a seis dias por semana, 17% um a dois dias por semana em média".Ambivalência em relação à TV "Os usos dados ao telemóvel vão para além da comunicação por texto ou voz: destaca-se em primeiro lugar dos resultados do inquérito quantitativo o envio de mensagens de vídeo a outras pessoas através do telemóvel, que 26% dos jovens afirmaram realizar todos os dias e 18,5% efectuam com regularidade (três a seis dias por semana). Ainda, tirar fotografias com o telemóvel é uma actividade habitual para parte significativa dos participantes no inquérito: 23,2% dos jovens afirmaram que o fazem todos os dias e 20,1% tiram fotos com o telemóvel em média três a seis dias por semana". Outra prática habitual é filmar com o telemóvel: 22% realizam esta actividade todos os dias, enquanto 15% filmam com recurso ao telemóvel com frequência quase diária, ou seja, entre três a seis dias por semana. E como se comportam os pais em relação ao uso da Internet? "De modo geral, os pais reconhecem a utilidade da Internet como ferramenta de auxílio aos estudos, mas também manifestam alguma preocupação relativamente ao tempo que os seus filhos ocupam com esta tecnologia e o tipo de utilizações que acabam por dar. Assim, a Internet já foi fonte de conflitos em algumas das famílias visitadas, em que os pais definem restrições de acesso à Internet a partir de casa, seja ao especificarem um determinado horário de uso deste meio ou a definirem uma duração máxima diária de acesso". A investigadora realça, por outro lado, "a ambivalência dos pais em relação à televisão". "Em diversos casos manifestaram desagrado quanto à qualidade e pouca diversidade da programação dos principais canais em sinal aberto, bem como aos horários tardios de exibição de séries e filmes, ainda que sejam espectadores regulares dos noticiários e novelas destes mesmos canais. Por outro lado, a televisão em algumas destas famílias visitadas funciona como um agregador da família, servindo de pano de fundo a conversas e ao convívio". A pesquisa indica que parte significativa dos jovens já participou como criador de conteúdos em formatos ou iniciativas de media. "Verificou-se que criar conteúdos é uma prática comum entre a maioria dos jovens dos 12 aos 18 anos em Portugal, com destaque para fazer vídeos, tirar fotos e fazer álbuns de fotografias na Internet, bem como criar e manter blogues". Célia Quico destaca alguns dados: 71,2% dos jovens afirmaram já ter feito um vídeo com recurso ao telemóvel e 57,9% utilizaram uma câmara de filmar para o mesmo efeito. "No estudo de avaliação do formato de media participativo, 46 dos participantes afirmaram já ter feito um vídeo com o telemóvel (59,7%) e 35 já recorreram a uma câmara de filmar para fazer um vídeo (45,5%)". Tirar fotografias e utilizar os perfis em sites de redes sociais e fotologs (álbuns de fotografias online) para partilhar fotos são práticas muito comuns e realizadas com frequência. "Fazer um álbum de fotografias na Internet é uma actividade já executada por 54,4% dos jovens dos 12 aos 18 anos que participaram no inquérito quantitativo; tirar fotografias com o telemóvel é uma prática habitual e frequente, com 70,2% dos jovens a fazê-lo em média pelo menos um dia por semana." No estudo etnográfico, a publicação de fotos no Hi5 e em fotologs foi referida por 11 dos 16 jovens participantes. "Criar e manter blogues são actividades já realizadas por cerca de metade dos jovens dos 12 aos 18 anos: 47,4% dos inquiridos que responderam ao inquérito quantitativo, enquanto que 23,9% responderam ter interesse nesta actividade".
Fonte: educare.pt

Sindicato de Professores da Região Centro alerta que milhares de alunos do ensino especial ficaram sem apoio

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) alertou hoje que alterações introduzidas pelo Governo na área da educação especial deixaram este ano lectivo "milhares de alunos" sem apoio.Segundo Mário Nogueira, coordenador do SPRC e secretário-geral da Fenprof, um estudo elaborado nos seis distritos da região Centro - Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu - que abrangeu um terço das escolas, conclui que 39 por cento dos alunos (perto de 900) com necessidades educativas especiais foram excluídos da educação especial. O sindicalista referiu que o levantamento foi realizado "só nas escolas da área da Direcção Regional de Educação do Centro" e que Coimbra é o distrito "onde se apresenta uma maior percentagem de cortes nos apoios alunos", com 57 por cento. Mário Nogueira salientou, em conferência de imprensa, que "o corte" nos apoios aos alunos com necessidades educativas especiais ficou a dever-se à alteração da legislação que "veio restringir o conceito de necessidades educativas especiais". O responsável denunciou que o processo "de exclusão de milhares de alunos das medidas de apoio especializado" foi feito "de forma desumana, pela aplicação à avaliação das necessidades educativas especiais de uma Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde, da área da saúde, que não serve para avaliar necessidades educativas". O sindicalista também referiu que o Ministério da Educação "fracassou na montagem de uma rede de unidades segregadas" destinadas a alunos com determinadas categorias de deficiência, situação que, em alguns casos, obriga a que as crianças percorram diariamente "entre 50 a 100 quilómetros". O SPRC irá realizar "um trabalho aprofundado de pesquisa sobre o funcionamento destas unidades, no qual se darão a conhecer os desequilíbrios gerados por esta rede e o seu carácter profundamente anti-inclusivo", anunciou Mário Nogueira.
Fonte: Público

Escolas vão participar na recolha de resíduos eléctricos e electrónicos

Depois das pilhas e dos resíduos de embalagens de plástico ou cartão, as escolas do ensino básico e secundário vão começar também a recolher equipamentos eléctricos e electrónicos em fim de vida e a habilitar-se a ganhar material didáctico."Escola Electrão" é um programa da Amb3E, a entidade responsável pela recolha de frigoríficos ou aparelhagens velhas, micro-ondas e lâmpadas, que pretende sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais e comunidade em geral, no esforço global da reciclagem e valorização dos equipamentos eléctricos e electrónicos em fim de vida. Segundo a Amb3E, o programa Escola-Electrão - que decorre até Junho de 2009 - já recebeu a inscrição de 200 escolas do país que se habilitam a ganhar computadores, projectores, máquinas fotográficas ou câmaras de filmar se conseguirem depositar a maior quantidade destes equipamentos nos Pontos Electrão que serão colocados nas escolas para que pais e alunos possam lá depositar os equipamentos. Segundo a Comissão Europeia, cada cidadão europeu gera, em média, 14 quilos de resíduos eléctricos e electrónicos por ano, embora outros estudos apontem para valores superiores. Um dos problemas associado ao fluxo deste tipo de resíduos é a presença de substâncias perigosas para o ambiente e a saúde, como arsénio, chumbo, cádmio, crómio, mercúrio, cloreto de polivinil e clorofluorcarbonos.
Fonte: Público

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Estudo revela que mais de metade dos jovens do secundário não iniciou vida sexual

A educação sexual não antecipa o início da vida sexual activa. Em alguns casos, adia esse momento, mesmo que a idade mais frequente para a primeira vez seja aos 14 anos, entre eles, e aos 15, entre elas. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado com jovens do ensino secundário, em que foram inquiridos mais de 2600, dos quais, 42 por cento disseram ser sexualmente activos. Maior parte (74%) usa preservativo e está informado sobre a sida, mas os conhecimentos sobre outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) são poucos.
Os resultados do estudo «A Educação sexual dos Jovens Portugueses: Conhecimentos e Fontes» foram apresentados esta quinta-feira no Instituto de Ciências Sociais (ICS) de Lisboa, responsável pela sua realização em parceria com a Associação Para o Planeamento Familiar (APF). «O grande objectivo do estudo é avaliar como está a educação sexual nas escolas pelo lado dos destinatários», explicou Duarte Vilar, da APF, ao lado de Pedro Moura Ferreira, do ICS.
«Conseguimos aplicar o questionário em 63 escolas em todos os pontos do país», disseram os investigadores, revelando que foram consultados 2621 jovens de turmas dos 10º e 12º anos, 41% eram rapazes e 59% raparigas. Sobre o facto de não terem sido inquiridos alunos do 11º ano disseram: «Queríamos entrevistar jovens que tinham acabado de passar do 3º ciclo para o secundário, que nos podiam dar uma visão sobre o que tinha sido o seu terceiro ciclo, e, por outro lado, queríamos entrevistar jovens que já estavam no final do secundário, que nos podiam dar uma visão sobre o que tinha sido uma educação sexual no secundário».
O que sabem e não sabem
No cômputo geral, os resultados foram considerados satisfatórios. «A maioria dos jovens acertou na maioria das questões», disse Pedro Moura Ferreira. «Isto pode autorizar-nos a dizer que maior dos jovens terão níveis satisfatórias de educação sexual», vincou Duarte Vilar.
Mas se a maioria dos jovens sabe a função do preservativo (93%), o que é a menstruação (87%) ou as probabilidades de contagio de sida (83%). Há temas em que os conhecimentos revelam níveis «insuficientes»: período fértil e gravidez (49%), onde podem ser adquiridos contraceptivos (48%), a toma da pílula (27%) ou doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia (27%) e sífilis (21%).
Vamos falar sobre sexo, mãe?
Segundo o estudo, os jovens colocaram os amigos no topo das pessoas com quem falam sobre sexo (entre 50% e 70% diz recorrer a eles de acordo com os diversos temas). As mães surgem a seguir (40%), antes dos namorados/as (entre 20% e 30 %) e dos professores, que também surgem como fonte de informação para 30%, mas apenas em temas como sida, infecções sexualmente transmissíveis, contracepção e violência. Mais residual é o papel do pai com quem 30% diz falar (mas apenas sobre DST, contracepção e violência) e os profissionais de saúde, a que disseram recorrer entre 15 e 18%.
Na escola, durante o 3º ciclo, a educação sexual é mais abordada na disciplina de Ciências Naturais (60%). Depois surge a Formação Cívica (28%), os colóquios e outras actividades extra-curriculares (12%) e ainda a educação religiosa (5,5%). Já no ensino secundário, a informação parece ser mais escassa. Apenas 40% dos jovens diz que estes temas são tratados em Biologia, 16% em actividades extra-curriculares e 8% em Filosofia.
Fim de um «mito»
Mas o destaque dos especialistas incide sobre o «quebrar do mito» de que mais educação sexual se traduziria em experiências mais precoces, de forma especial entre os rapazes. Apesar de tudo, «em ambos os sexos, níveis elevados de educação sexual estão associados a um envolvimento mais tardio em relações sexuais», lê-se no estudo. A perda da virgindade acontece em idades próximas entre rapazes e raparigas. Dos 40% dos inquiridos que disseram ter tido relações, a idade mais frequente para a primeira experiência aconteceu aos 14 anos, entre os eles, e aos 15, entre elas.
Fonte: Portugal Diário

Professor cavalga 2 horas para dar aulas

Há 15 anos lecionando no Pantanal de Mato Grosso, o professor Pedro da Penha enfrenta duas horas de cavalgada para chegar à escola. “Dou aula numa vila, vou para lá a cavalo, enfrentando sol, poeira e chuva”, conta. Segundo o professor, o esforço para chegar à instituição de ensino não é só dele. “Na comunidade temos alunos dedicados, que suam a camisa. Eles também moram longe, e vêm a cavalo ou a pé”. O mestre se orgulha do sucesso com os alunos. “Tem vários estudantes que já saíram de faculdades. Hoje aluno formado que está ajudando também a levar o conhecimento”. Para Pedro a missão de educador é nobre: “Acho que a educação deve levar o ser humano para alcançar uma vida digna e de qualidade”, afirma.
Fonte: G1

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Education.com destaque de Outubro: Autismo

Mais e mais crianças e famílias que são afectadas pelo autismo espectro de transtornos. Veja o que médicos, professores e pais têm a dizer, e como você pode enfrentar estes desafios.

OE: Inglês obrigatório no primeiro e segundo anos

Mais alunos no sistema de ensino, mais salas, mais ofertas e mais computadores. São estas as principais linhas de orientação do Ministério da Educação para 2009, cujo orçamento disponível cresce 7,2 por cento. Como grande novidade, Maria de Lurdes Rodrigues apresenta a obrigatoriedade do inglês para todos os alunos do primeiro e segundo anos de escolaridade, com uma oferta de 90 minutos por semana. Mas há ainda outro factor a reter: «a generalização do ensino secundário enquanto referencial mínimo de qualificação de jovens e adultos».
Começando por este objectivo, e ainda que não exista qualquer referência a uma alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo, a ministra da Educação pretende avançar na concretização do aumento da escolaridade mínima obrigatória para o 12ºano, sem, no entanto, a tornar, para já, obrigatória. Isso é visível nas metas inscritas no Orçamento de Estado para 2009, nomeadamente na expansão da oferta de cursos profissionalizantes com o objectivo de, em 2010, abranger 127.500 jovens no ensino básico, 760 mil no secundário e mais de 650 mil no 12º ano; e também no programa «Novas Oportunidades» que se prevê que abranja 350 mil adultos em 2009.
Em relação ao 1º ciclo, para além do inglês obrigatório nos dois primeiros anos, o Ministério da Educação pretende generalizar o acesso a actividades de enriquecimento curricular. A nível do pré-escolar, está prevista a consolidação da rede, com a criação de novas salas nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa.
Para 2009, o ME aposta ainda no alargamento da acção social escolar (que quase triplica), por forma a atingir mais de 700 mil alunos, na implantação do programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) noutras escolas do país localizadas em meios sociais difíceis; na descida para dois do número de alunos por computador com ligação à internet e na subida para 90 por cento da percentagem de docentes com certificação em TIC.
Quanto ao Plano de Modernização das Escolas Secundárias, está previsto concluiur quatro obras já iniciadas, recuperar 26 escolas e lançar intervenções em mais 130 estabelecimentos de ensino.
Os números do Orçamento
O orçamento do Ministério da Educação para 2009 cresce 7,2 por cento, quase três vezes acima da inflação prevista, valor sobretudo impulsionado pelos investimentos no sector, que aumentam 118 por cento.
De acordo com a proposta de Orçamento do Estado divulgada esta quarta-feira, a despesa consolidada da Educação é de 6.666,7 milhões de euros, mais 448,7 milhões do que a estimativa do corrente ano.
A verba do ministério tutelado por Maria de Lurdes Rodrigues para 2009 corresponde a 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mais 0,3 do que o previsto para 2008, e a 8,3 por cento das despesas da Administração Central.

Fenprof critica verbas para a Educação

Fonte: Portugal Diário

Subsídios de creche e de educação pré-escolar vão variar entre 15,36 e 76,81 euros

Os funcionários do Estado com rendimentos per capita até 124,7 euros vão receber uma comparticipação de 76,81 euros em 2009, em subsídio de frequência de creche ou educação pré-escolar, até ao limite de um terço da mensalidade.
O projecto de portaria enviada hoje aos sindicatos da Administração Pública indica ainda que as famílias do segundo escalão, com rendimentos per capita entre 124,71 e 168,34 euros, vão ser apoiadas pelos Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) em 80 por cento, o que corresponde a 61,45 euros.
Já as que auferem entre 168,35 e 215,68 euros serão apoiadas pelos SSAP com um valor igual a 46,09 euros, ou seja, 60 por cento em valor de comparticipação atribuído pelo Estado.
O quarto escalão para atribuição de comparticipação pelos Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) para frequência de creche ou de educação pré-escolar situa-se entre 215,69 e 275,69 euros, podendo as famílias receber uma comparticipação de 30,72 euros.
O último e quinto escalão engloba rendimentos de 275,70 euros a 346,16 euros, que podem beneficiar de uma comparticipação de 15,36 euros.
As crianças que podem beneficiar destes subsídios têm entre três meses e três anos de idade, frequentando creches, ou entre três anos e a idade de ingressarem no ensino básico, que frequentam o ensino pré-escolar.
A portaria, que será discutida com os sindicatos da Função Pública no dia 23, terá efeitos retroactivos a 1 de Setembro de 2008.
Fonte: Lusa

«Magalhães»: Computadores portáteis na mira dos «burlões»

A distribuição dos computadores portáteis Magalhães já está na mira dos burlões, com a identificação de uma empresa que, afirmando-se representante do Ministério da Educação (ME), estaria a angariar compradores para o portátil.
Em comunicado, a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) anunciou que «foi identificado um local onde uma empresa, pretensamente representante do Ministério da Educação, contactou as famílias, nas suas casas, com o objectivo de proceder à angariação de compradores destes computadores».
A DREN decidiu alertar para o que afirma ser «uma fraude» e apresentou uma queixa no Ministério Público, considerando que estas práticas «configuram uma burla e são passíveis de acção criminal», um vez que estes computadores «só podem ser encomendados nas escolas e centros Novas Oportunidades».
A DREN alerta para o facto de que «o Programa e-escolinha, que disponibiliza o computador portátil Magalhães a todos os alunos do 1º ciclo, está centrado na escola e é perante a escola que os alunos e os pais e encarregados de educação obterão a informação necessária para acesso ao computador», utilizando-se o mesmo procedimento no caso dos computadores do programa e-escolas.
Fonte: Diário Digital

Crianças com doenças alimentares discriminadas nas cantinas da escola

Muitas escolas recusam preparar ementas alternativas a alunos com doenças alimentares, privando-os de almoçar com os colegas na cantina, enquanto outras aceitam fazer dietas especiais, mas com erros de confecção que põem em risco a saúde das crianças.
No Dia Mundial da Alimentação, que hoje se assinala, pais e especialistas reivindicam o direito destes alunos a não serem discriminados nos estabelecimentos de ensino e alertam para a falta de formação dos técnicos que trabalham nos refeitórios.
"Cada cidadão que necessita de uma refeição com regras especiais deve ter direito a ela, mas ainda é frequente recusar esse direito a algumas crianças, que se vêem obrigadas a regressar a casa para o almoço, ou, pior ainda, que recebem refeições com erros grosseiros na confecção", critica Jorge Amil Dias, especialista em gastrenterologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria.
De acordo com o Ministério da Educação, a legislação prevê que os estabelecimentos de ensino forneçam dietas próprias a alunos com restrições alimentares medicamente comprovadas, mas o próprio secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, admite que algumas escolas não estejam a cumprir.
"As escolas têm obrigação de providenciar as condições para que a criança ou o jovem tenha essa alimentação [alternativa]. Mas admito que nem todas as escolas no país tenham condições para o fazer", afirmou o responsável, em declarações à agência Lusa.
Nesses casos, acrescentou, o problema deve ser reportado ao Ministério da Educação, para que a tutela possa actuar e resolver o problema.
Segundo o especialista da Sociedade Portuguesa de Pediatria, as maiores dificuldades residem, muitas vezes, na falta de formação, sendo "numerosas as situações que necessitam de conhecimentos específicos por parte dos profissionais responsáveis e operacionais nas cantinas escolares".
Em declarações à Lusa, Jorge Amil Dias aponta o caso das crianças com doença celíaca, que não podem ingerir glúten, uma proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia, sob pena de provocarem lesões potencialmente graves no intestino e noutros órgãos.
Para que estas crianças possam "ter uma vida inteiramente normal, sem se sentirem discriminadas", o especialista defende que as cantinas têm de preparar refeições sem glúten, salientando que "não é aceitável, nestes casos, ir ao bife panado e raspar a camada de pão ralado, pois a contaminação continua a ser enorme".
"O Ministério da Educação, as associações profissionais de restauração e os sindicatos do sector devem tomar medidas para proporcionar a necessária formação aos profissionais", sublinha.
Cristina Nobre, mãe de uma criança com doença celíaca, conhece bem o problema: os técnicos do infantário onde a filha andou garantiam-lhe que preparavam uma dieta alternativa, mas as análises clínicas feitas regularmente vieram a comprovar que a menina continuava a ingerir glúten.
"Como não era em casa, obviamente só podia ser na escola. Tive de a mudar por causa disso e até fiz uma reclamação, mas nunca me deram resposta", relata.
Actualmente, a filha Melissa frequenta uma escola do primeiro ciclo onde a empresa de catering que fornece as refeições lhe proporciona uma ementa especial, mas tudo vai mudar quando passar para o 2º e 3º ciclos, já que o estabelecimento de ensino da sua zona de residência recusa preparar dietas alternativas, à semelhança de muitos outros em todo o país.
"Vai ser um enorme transtorno para mim e uma situação muito complicada para a minha filha. Tenho medo que os colegas gozem com ela, se tiver de levar uma marmita para a escola, já com 10 ou 11 anos. Bem basta ela ter a doença, quanto mais ser submetida a uma situação em que façam pouco dela por causa disso", explica Cristina Nobre.
Além da doença celíaca, que afecta cerca de um por cento da população, há muitas outras patologias que exigem uma dieta específica. Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), "estima-se que as alergias alimentares atinjam entre quatro e cinco por cento das crianças e as intolerâncias alimentares ainda mais do que isso".
"Nos casos mais graves, se as crianças ingerirem alimentos em relação aos quais têm alergia podem ocorrer choques anafilácticos que até podem ter desfechos fatais. É muito preocupante", explica o presidente da SPAIC, Mário Morais de Almeida.
Face aos riscos, o especialista salienta a necessidade de dar mais formação aos responsáveis dos refeitórios, até porque muitos alimentos "podem estar escondidos", como acontece, por exemplo, no caso de alguns sumos de fruta que contêm leite ou de comidas congeladas que têm lactose na sua confecção.
"Tem de haver maior competência entre os profissionais das empresas de catering e os técnicos que trabalham nas cantinas", alerta.
Fonte: Rtp.pt

OE 2009: Governo mantém apostas na Educação, Ciência e reforma da Função Pública

O ministro de Estado e das Finanças defendeu hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2009 irá manter "as apostas" do Governo nas reformas na educação, ciência e tecnologia e administração pública.
Teixeira dos Santos falava em conferência de imprensa na sessão de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2009.
"Sendo um Orçamento do Estado que procura combater os efeitos da crise internacional, o Governo também não perdeu de vista as reformas fundamentais", começou por salientar o titular da pasta das Finanças.
Segundo Teixeira dos Santos, esta linha política "é essencial para assegurar que Portugal, uma vez passada a tormenta, possa estar em condições de retomar o seu crescimento com condições acrescidas na economia mundial".
"As apostas na educação, ciência e tecnologia, que são fundamentais, mantêm-se no Orçamento do Estado para 2009. Entendemos que o caminho das reformas aberto por este Governo deverá continuar nestas áreas, mas também na administração pública. Concluído o quadro da definição de regras na reforma da administração pública, temos agora que implementar no terreno as mudanças", apontou o ministro de Estado e das Finanças.
Na conferência de imprensa, o ministro das Finanças defendeu também que "o Orçamento do Estado para 2009 está preocupado com a situação das famílias portuguesas e, por isso, dará expressão a medidas de carácter social já antes anunciadas pelo executivo".
A situação internacional "obrigou o Governo", justificou o titular das Finanças, "a tomar as medidas de apoio social no tempo devido, que, por essa razão, não se subordinaram ao calendário orçamental". Teixeira dos Santos avançou depois como exemplos de medidas já tomadas pelo executivo - e que agora têm expressão orçamental - os aumentos do abono de família, do passe escolar, as majorações de despesas com habitação em sede de IRS, o alargamento dos prazos de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a sua redução.
Fonte: Lusa

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)