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sábado, 13 de outubro de 2007

2.ª fase de candidaturas ao ensino superior público

A 2.ª fase de candidaturas ao ensino superior público acrescentou 5415 alunos ao sector, contribuindo para confirmar 2007 como o melhor ano, em mais de uma década, no que diz respeito aos ingressos. No total das duas fases de acesso, as universidades e institutos politécnicos abriram portas a 47 353 estudantes de 1.º ano. Trata-se de uma subida de 17% face a 2006, correspondente a 6820 estudantes. E os números tornam-se ainda mais significativos quando se verifica que o último ano já tinha sido de recuperação em relação a 2005, em que as entradas nas duas fases se ficaram pelos 37 896.
Por áreas de aprendizagem são as Ciências e Tecnologias que, cada vez mais, dominam as escolhas dos estudantes. Em 2007, com 16 005 inscritos, já representam 34% do total de inscritos - mais de um terço -, reforçando em 4% uma liderança que já vem de há alguns anos. Seguem-se as Ciências Sociais e Comércio, com 11 293 alunos (24% dos inscritos) e a Saúde, com 6430 inscritos (12%). Neste último caso, mais uma vez ficou a sensação de que, mesmo com a subida deste ano, as vagas a Medicina continuam a não chegar para as encomendas - os 1332 lugares foram integralmente preenchidos, com todos os alunos inscritos a exibirem médias acima dos 18 valores.O Direito também já foi popular, mas a sua evolução tem sido completamente oposta. Os 1653 inscritos em 2007 até significam um pequeno ganho de cerca de uma centena de alunos. Mas o peso desta área nas entradas no superior já só é de 3%. Pior só mesmo a Agricultura e Veterinária (2%), com as Humanidades e a Educação (ambas nos 4%) a fecharem a lista das áreas indesejadas.
Fonte: DN

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)