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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Cardeal Patriarca Lisboa alerta para falta informação do fenómeno religioso nas escolas portuguesas

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, alertou hoje para a falta de informação clara do fenómeno religioso nas escolas e defendeu a realização de um estudo comparado das religiões.
«Falta no sistema educativo uma informação clara, objectiva e positiva do fenómeno religioso. Esta ideia de que a religião passou à história está desmentida pela realidade histórica, a religião nunca teve tanta importância», afirmou D. José Policarpo, em entrevista à Agência Lusa a propósito dos 30 anos da sua ordenação episcopal para biuspo auxiliar de Lisboa.Porém, acrescentou, esta informação não deve ficar restrita a uma só confissão religiosa.«Um país que tem uma lei de liberdade religiosa não pode negar a todas as confissões com um número significativo de pessoas nas escolas o mesmo direito que tem a Igreja católica», defendeu.O Cardeal Patriarca de Lisboa disse, contudo, não ter uma ideia feita sobre o formato desse ensino do fenómeno religioso. «Se há-de ser um curso de religiões comparadas ou não, não tenho opinião formada», referiu.Ao nível do conteúdo, D. José Policarpo defendeu que esse ensino deverá debruçar-se sobre o que significa o fenómeno religioso na vida humana, no exercício da liberdade e da cultura, além de dar uma visão de facto e uma visão filosófica.Contudo, esta informação não deverá ser dada por pessoas que tenham à partida algo contra a religião ou uma religião em concreto, acrescentou.Questionado sobre se a liberdade religiosa pode ser entendida como «um dado adquirido» na sociedade portuguesa, o Cardeal Patriarca de Lisboa disse que «formalmente sim», ao contrário do que acontece em outros países onde ainda há «um longo caminho a percorrer».«Entre nós não há margem legal, nem ambiente social para que a liberdade religiosa seja posta em questão», sublinhou.Ainda a propósito do ensino da religião, D. José Policarpo preconizou a realização de um «estudo comparado das religiões», defendendo que é preciso saber «em que acreditam» as diferentes confissões.«Como representante da igreja católica num pais onde ela é maioritária estou convencido que há um património universal de valores presente em todas as religiões e que para ganhar solidez precisa de ser conhecido, precisa de ser formulado», sublinhou.
Fonte: Sol

DREN não quer professores que dão notas "distantes da média" a classificar exames

De acordo com um relato de um professor escrito em acta, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, pediu aos conselhos executivos das escolas para terem atenção na escolha dos docentes que vão corrigir os exames, e disse que “talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média.” Os “alunos têm direito a ter sucesso” e o que “honra o trabalho do professor é o sucesso dos alunos” terá dito imediatamente antes e depois.Esta acta foi citada hoje no Parlamento pelo deputado e líder do CDS-PP, Paulo Portas, durante um debate sobre o "facilitismo" das provas (de aferição e exames) deste ano, pedido pelos centristas. E reporta-se a uma reunião tida entre responsáveis pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave, responsável pela elaboração das provas), presidentes dos conselhos executivos do Norte e Margarida Moreira, para a preparação dos testes deste ano.O PÚBLICO contactou o gabinete de imprensa do Ministério da Educação para obter um esclarecimento sobre os motivos desta orientação e a resposta foi dada pelo director do Gave. Carlos Pinto Ferreira, que participou na referida reunião, esclareceu que a mensagem que se pretende passar é que os professores designados para verem os exames devem cumprir rigorosamente os critérios de classificação emanados pelo Gave. “E não apliquem nem mais nem menos. Tem de se assegurar que os classificadores seguem aquelas normas. A uniformidade na aplicação dos critérios é a única coisa que garante a equidade entre os alunos”, reforçou o director do Gave."Estatísticas felizes"Este foi um dos exemplos dados pelo líder do CDS para provar que o objectivo do Ministério da Educação [ME] é “produzir estatísticas felizes”: “O nível de exigência [das provas nacionais] foi reduzido ao mínimo. Não pode ser um acaso que sociedades científicas, professores, alunos e famílias digam que são fáceis e facílimos.”Portas passou a enumerar outros exemplos que, na sua opinião, demonstram o “triunfo da facilidade sobre a exigência e a vitória da mediocridade sobre a excelência”: “Usou-se e abusou-se de matérias dos anos anteriores e até de ciclos de escolaridade anteriores. Incluíram-se questões nos testes dos alunos de 15 anos resolúveis por alunos de dez. E [fez-se] perguntas aos de dez resolúveis pelos de oito.”O líder do CDS afirmou ainda que alguns exercícios apenas aferiam se um estudante “sabia utilizar a calculadora ou se teria lido meras fichas de leitura sobre clássicos.”Os resultados das provas de aferição de Matemática de 2008, já divulgados pelo ME, revelaram que as notas negativas caíram para metade face a 2007, tanto no 4.º como no 6.º ano.A argumentação não convenceu a bancada do PS. A deputada socialista Paula Barros questionou, por exemplo, “qual o rigoroso instrumento de medida utilizado [pelo CDS-PP] para avaliar os exames nacionais.” E acusou ainda Portas de fazer “tábua rasa” do trabalho de milhares de professores e das escolas.O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, garantiu que a “independência técnica [do Gave] face ao poder político está garantida.” “É impressionante a atitude do CDS-PP que, sistematicamente, põe em causa as instituições técnicas do Estado. Foi assim com o Fisco, com a ASAE e agora com o Gave, que não devia ser alvo político do CDS”, lamentou Santos Silva. “Quem faz as provas é o Gave, logo é bom. Essa não é uma argumentação”, ripostou Paulo Portas.Também o PSD alinhou ao lado dos populares nas críticas aos exames e a outras decisões políticas na área da Educação (como o fim das provas globais ou do chumbo automático por faltas injustificadas). O deputado social-democrata Pedro Duarte disse mesmo que o Governo quer “obsessivamente a todo o custo apresentar resultados escolares mas está a fazer batota.”PCP e Os Verdes aproveitaram o debate para se pronunciarem contra a existência de exames nacionais, enquanto instrumento “elitista” e “selectivo.”
Fonte: Público

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sócrates quer "o melhor" da engenharia e arquitectura na requalificação das escolas

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que o Governo se empenhará em dotar com o melhor da engenharia e da arquitectura portuguesa o Programa de Modernização das Escolas do Ensino Secundário, que se desenvolverá até 2015.
José Sócrates falava no Centro de Congressos de Lisboa, após a Parque Escolar e o Programa Operacional de Valorização do Território terem assinado um acordo para aplicação de 116 milhões de euros de fundos comunitários na execução do Programa de Modernização de Escolas.
Segundo dados do Governo, no próximo ano lectivo, estes 116 milhões de euros comparticiparão um total de investimento na ordem dos 209 milhões de euros destinados a obras de requalificação 26 escolas secundárias.
Em 2009, na terceira fase do programa, o Governo conta fazer obras de requalificação em 74 estabelecimentos de ensino, o que representa um investimento de 536 milhões de euros.
Numa sessão em que também estiveram presentes os ministros da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, das Obras Públicas, Mário Lino, assim como os bastonários das ordens dos Engenheiros e dos Arquitectos, José Sócrates defendeu que a existência do programa de requalificação de escolas "só foi possível porque o Governo fez uma escolha política" de base.
"O Governo decidiu que o Quadro de Referência Nacional Estratégico (QREN) destina 37 por cento das suas verbas a educação, formação e investigação científica, mais 11 por cento do que no anterior quadro comunitário de apoio", sustentou.
Ao nível da educação, o primeiro-ministro referiu que as primeiras décadas da democracia portuguesa tiveram a meta de construir novos estabelecimentos de ensino para corresponder ao aumento da população escolar.
"A nossa aposta agora é na qualidade do espaço escolar, requalificando-o. Queremos atrair para a escola portuguesa o melhor que temos na engenharia e na arquitectura", disse.
Na sua intervenção, José Sócrates afirmou ainda que os projectos de requalificação "terão a participação activa da comunidade escolar" a que se destinam.
"As obras de requalificação não será impostas a partir de um qualquer gabinete do Estado. Queremos que haja sempre intervenção dos actores desse mesmo espaço", acrescentou.
Fonte: Visaonline

Professores preocupados com nova lei sobre ensino especial.

Um professor que coordena o ensino especial no agrupamento escolar, em Setúbal, confessou à TSF recear o início do próximo ano lectivo para as crianças com necessidades educativas especiais.
A legislação anterior permitia que, em cada sala, estivessem no máximo duas crianças com necessidades educativas especiais.
No entanto, a partir do próximo ano escolar, esse limite já não vai existir, o que deixa muitas preocupações ao professor ouvido pela TSF.
No entender do professor, a tarefa dos docentes é dificultada, uma vez que não vai haver redução do número de alunos por turma que acolhem as crianças com este tipo de necessidades.
Perante a hipótese de mais alunos com os mesmos meios, este docente receia a redução do número de professores de apoio e equaciona a qualidade da resposta do ensino.
O docente deu como exemplo prático três professoras para um universo de cinco escolas básicas, onde existem pelo menos 80 crianças com necessidades de apoio educativo.
Contactado pela TSF, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desdramatizou a situação, garantindo que vai continuar a ser reduzido o número de crianças com necessidades educativas especiais na mesma sala de aula.
Por seu turno, Manuel Rodrigues, do Sindicato de Professores da Região Centro, disse que o Ministério da Educação está a preparar uma «aberração» para o início do próximo ano.
Fonte: TSF

Programa «e-Escolas» deu 2 computadores por minuto

Balanço actual aponta para mais de 200 mil unidades distribuídasO programa «e-Escolas», que permite a entrega de computadores portáteis com acesso à Internet por um preço único de 150 euros, já distribuiu, durante 46 semanas, cerca de dois computadores por minuto.
A conta foi feita pelo ministro das Obras Públicas e Comunicações, Mário Lino, que, num almoço promovido esta quarta-feira pelo Lisbon International Club, sublinhou que o programa já possibilitou a entrega de 200 mil aparelhos.
Segundo as contas do Executivo, existem já 1,7 milhões de utilizadores de banda larga móvel. «Esta é a tecnologia que se vai alargar no futuro», referiu Mário Lino no mesmo encontro.
Recorde-se que o programa «e-Escolas» e «Novas Oportunidades» conta com 300 mil pessoas inscritas. No caso do primeiro programa, o Governo já anunciou o alargamento do espectro de entregas para os 7º, 8º e 9º ano.
Fonte: Agencia Financeira

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bullying: Comportamentos indirectos como a maldade ou a exclusão mais frequentes entre raparigas - especialista

Os comportamentos indirectos de "bullying", como a maldade ou a exclusão, são mais praticados pelas raparigas, contrariando o estereótipo de que o fenómeno está mais associado ao sexo masculino, defendeu hoje em Coimbra uma especialista.

A especialista em "bullying" Sónia Seixas, que falava hoje em Coimbra, disse também que o combate ao problema passa pelo envolvimento de toda a comunidade escolar, preconizando uma mudança de atitude em relação a este tipo de violência no contexto escolar.
"O ideal é que toda a comunidade se envolva para conhecer o fenómeno. O primeiro passo para fazer alguma coisa é mudar as atitudes da comunidade escolar, nomeadamente de profissionais e de alguns pais, quando desvalorizam ou negam o problema", considerou a docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém.
Sónia Seixas, autora de uma tese de doutoramento sobre "bullying", intervinha num seminário acerca deste tema, que decorreu hoje na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, por iniciativa de um grupo de alunos finalistas.
Reportando-se à estratégia de intervenção no fenómeno, a doutorada em Psicologia defendeu a necessidade de "desmistificar crenças e falsas atitudes" relativamente ao "bullying", estabelecer regras de conduta e incentivar a supervisão por parte dos adultos, nomeadamente no recreio, onde se verificam muitos dos casos.
De acordo com Sónia Seixas, deve ser efectuada também uma intervenção directa, diferenciada, com os agressores e as vítimas.
Na sua comunicação, a professora do ensino superior disse ainda existir "um estereótipo de que os comportamentos de "bullying" são mais frequentes no sexo masculino".
"Contudo, os comportamentos indirectos de "bullying", como a maldade ou a exclusão, são mais praticados pelo sexo feminino", ressalvou.
Na investigação que realizou em escolas do III ciclo do distrito de Lisboa, usando um instrumento de nomeação pelos alunos dos colegas agressores e vítimas, Sónia Seixas apurou que 17,9 por cento dos jovens são classificados no primeiro grupo e 17,2 por cento são identificados pelos pares como vítimas.
Outro orador no seminário, o pedopsiquiatra Mário Jorge Loureiro, considerou que as crescentes exigências do trabalho impedem os pais de estar com os filhos o tempo necessário.
"Cada vez se exige mais aos pais em termos de trabalho, o que faz com que exerçam cada vez menos as suas competências parentais", adiantou, em declarações à agência Lusa à margem do evento.
Segundo o médico do Hospital Pediátrico de Coimbra, grande parte das crianças vítimas de "bullying" não se queixam, porque "não têm protecção parental, não sentem confiança".
O seminário, intitulado "Bullying - Da mediatização à discussão", inseriu-se no âmbito do projecto de investigação de um grupo de alunos finalistas da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra denominado "A auto-estima e os comportamentos agressivos nos alunos do I ciclo".
Fonte: Rtp.pt

OCDE publica relatório sobre Portugal

A Organização para a Cooperação e para o Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou o "Economic Survey" de 2008, neste ano centrado no tema da globalização, onde avalia a situação económica de Portugal em várias áreas e faz as respectivas recomendações.
Relativamente à área da educação, o relatório enumera os vários programas levados a cabo pelo Governo, no sentido de reforçar as qualificações dos jovens e dos adultos, colmatando as necessidades do mercado de trabalho.

O relatório salienta como especialmente positivas as apostas na educação profissionalmente qualificante e na valorização e qualificação da carreira docente.

O documento refere a importância da iniciativa Novas Oportunidades, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento da rede de centros, à diversificação da oferta de cursos (especialmente de cursos de dupla certificação) para jovens estudantes, e ao reconhecimento, à validação e à certificação de competências de adultos.

Os resultados obtidos através desta iniciativa são valorizados, designadamente o aumento da procura de cursos profissionalizantes por parte dos alunos do ensino secundário, assim como a expansão da rede de Centros Novas Oportunidades e o aumento do número de adultos abrangidos por esta iniciativa.

O melhoramento e a modernização dos curricula e a diversificação da oferta dos cursos vocacionais e técnicos no secundário revela-se uma aposta frutífera a curto prazo, uma vez que facilita a efectiva entrada dos jovens no mercado de trabalho.

Em outras áreas da educação, o relatório refere as boas práticas levadas a cabo para a valorização e a qualificação da carreira docente, como a prova de acesso à carreira docente e a aposta na formação dos professores.

A OCDE recomenda que Portugal prossiga a concretização de políticas que visem o aumento dos níveis de qualificação dos portugueses, apostando na monitorização dos programas e na avaliação rigorosa dos resultados obtidos.

De forma geral, o relatório aponta para um progresso significativo na consolidação fiscal de Portugal e refere a importância das reformas estruturais efectuadas no âmbito da modernização da economia com vista ao melhoramento do crescimento.

A OCDE é um fórum único onde os governantes de 30 democracias convergem esforços para responder aos actuais desafios económicos, sociais e ambientais da globalização. Esta organização proporciona aos vários governos a possibilidade de comparar políticas e experiências e encontrar respostas para problemas semelhantes, identificando as melhores práticas.

O "Economic Survey", publicado de dois em dois anos e sempre com um tema diferente, pretende identificar os maiores desafios económicos que cada país-membro enfrenta e analisar as respostas políticas encontradas.
Fonte: Portal da Educação

Calendário escolar para o ano lectivo 2008/2009

O calendário escolar para o próximo ano lectivo determina que as aulas para os estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário tenham início entre os dias 10 e 15 de Setembro de 2008.
Para os alunos dos 9.º, 11.º e 12.º anos, as aulas terminam a partir de 9 de Junho de 2009, enquanto para os restantes anos de escolaridade o ano lectivo acaba a partir de 19 de Junho de 2009.
No período em que decorrem os exames nacionais, as escolas devem adoptar as medidas necessárias para que os alunos dos anos de escolaridade não sujeitos a exame tenham o máximo de dias efectivos de actividades escolares, de modo a garantir o cumprimento integral dos programas das diferentes disciplinas e áreas curriculares.
Para as interrupções lectivas estão previstas as seguintes datas: de 19 de Dezembro de 2008 a 4 de Janeiro de 2009, de 23 a 25 de Fevereiro de 2009, e de 28 de Março a 13 de Abril de 2009.
As actividades educativas nos estabelecimentos do ensino pré-escolar têm início entre os dias 10 e 15 de Setembro de 2008 e terminam entre 6 e 10 de Julho de 2009.
As interrupções estão previstas por um período de cinco dias úteis, seguidos ou interpolados, entre os dias 22 de Dezembro de 2008 e 2 de Janeiro de 2009, e entre 6 e 13 de Abril de 2009.
Haverá, também, um período de interrupção das actividades educativas entre os dias 23 e 25 de Fevereiro de 2009.
Nos estabelecimentos particulares do ensino especial dependentes de cooperativas e associações de pais que tenham acordo com o Ministério da Educação, as actividades lectivas principiam no dia 3 de Setembro de 2008 e terminam no dia 19 de Junho de 2009.
Nestes estabelecimentos, as interrupções das actividades ocorrem entre os dias 22 e 26 de Dezembro de 2008, 23 e 25 de Fevereiro de 2009, e 10 e 13 de Abril de 2009.
Dia do diploma
No dia 12 de Setembro, as escolas e os agrupamentos que leccionem o ensino secundário deverão promover, envolvendo a respectiva comunidade educativa, uma acção formal de entrega dos certificados e dos diplomas aos alunos que, no ano lectivo anterior, tenham terminado o ensino secundário.
Para mais informações, consultar o despacho que aguarda publicação no Diário da República.

Ensinos Básico e Secundário
Períodos
Início
Termo
1.º
Entre 10 e 15 de Setembro
18 de Dezembro
2.º
5 de Janeiro
27 de Março
3.º
14 de Abril
9 de Junho para os 9.º, 11.º e 12.º anos e 19 de Junho para os restantes anos de escolaridade

Quadro n.º 2
Interrupções
Datas
1.º
De 19 de Dezembro a 4 de Janeiro, inclusive
2.º
De 23 a 25 de Fevereiro, inclusive
3.º
De 28 de Março a 13 de Abril, inclusive

Fonte: Portal da Educação

Regime da prova pública e do concurso de acesso à categoria de professor titular

A aprovação em prova pública, destinada a avaliar a actividade profissional desenvolvida pelo docente, é condição de admissão ao concurso de acesso à categoria de professor titular, de acordo com as regras definidas no decreto-lei publicado no Diário da República.
De acordo com este diploma, a admissão a concurso para acesso a professor titular depende de prévia aprovação do candidato em prova pública que incide sobre a actividade profissional desenvolvida pelo docente, com o objectivo de demonstrar a aptidão do candidato para o exercício específico das funções inerentes à categoria.
Podem requerer a realização da prova pública os docentes dos quadros do Ministério da Educação que preencham os demais requisitos e tenham completado 15 anos de serviço docente com avaliação de desempenho igual ou superior a Bom, através de requerimento escrito dirigido ao director regional de educação competente.
A prova pública realiza-se com uma apresentação do trabalho pelo candidato e respectiva discussão, versando sobre a experiência do quotidiano escolar vivenciada no exercício efectivo de funções docentes, designadamente na área disciplinar do candidato.
A apresentação deste trabalho tem de incidir sobre dois dos seguintes domínios:
Preparação e organização das actividades lectivas, relação pedagógica com os alunos e avaliação das respectivas aprendizagens;
Projectos inovadores desenvolvidos ou a desenvolver que contribuam para a melhoria dos resultados escolares dos alunos;
Área de gestão e organização escolar.
Com a duração máxima de 120 minutos, a prova é apreciada com a menção de Aprovado ─ com os graus de Excelente, Muito Bom ou Bom − ou de Não Aprovado. A menção de Aprovado é acompanhada por uma classificação expressa numa escala quantitativa entre 14 e 20 valores.
Os docentes que tenham obtido aprovação na prova pública podem candidatar-se ao concurso de acesso à categoria de professor titular, aberto para o quadro de agrupamento ou de escola não agrupada, na modalidade de concurso interno.
O número de lugares a prover é fixado anualmente por despacho do membro do Governo responsável pela área da educação, tendo em conta o número de professores em exercício efectivo de funções nas escolas, bem como a ponderação dos resultados obtidos pelos estabelecimentos de ensino na avaliação externa.
O método de selecção utilizado no concurso de acesso à categoria de professor titular é a análise curricular, que incide sobre toda a actividade desenvolvida pelo docente, individualmente ou em grupo, sendo obrigatoriamente considerados os seguintes factores:
O resultado da prova pública;
Os graus académicos e a formação especializada obtida;
A experiência profissional;
A avaliação de desempenho.
O concurso é aberto em cada agrupamento ou escola, através de aviso afixado no estabelecimento de ensino, divulgado na página electrónica da escola e da direcção regional da educação, e publicado no Diário da República.
Fonte: Portal da Educação

PSP apreendeu num mês mais de 21 mil doses de droga nas imediações das escolas

A PSP apreendeu 21.136 doses de droga, mais 19.776 que no ano passado, nas imediações de estabelecimentos de ensino de todo o país entre 26 de Maio e 20 de Junho, no âmbito da operação "Final do Ano Lectivo", da Escola Segura.A diferença na quantidade de estupefacientes apreendidos é um "facto circunstancial", de acordo com fonte da PSP, explicando que eventualmente se trata apenas de mais droga apreendida num local. Além da droga apreendida, a PSP fez 504 detenções e detectou 6481 infracções. No mesmo período do ano passado, tinham sido detidas 497 pessoas, menos sete que este ano. Em comunicado, a PSP explicou que a operação "Escola Segura - Final do Ano Lectivo 2007/2008" decorreu em toda a área da sua responsabilidade e teve como principal objectivo o "reforço do sentimento de segurança" na comunidade escolar. "Mais de 90 por cento das ocorrências registadas nesta operação não envolvem elementos da actividade escolar", de acordo com fonte da PSP, que explicou que algumas das escolas vigiadas se inserem em áreas problemáticas. Durante a operação foram detidas 1134 pessoas por mandado de detenção, 134 por falta de carta de condução, 120 por condução com álcool e 15 por tráfico de estupefacientes, entre outros casos, num total de 504. Foram apreendidas 14.450 doses de haxixe, 5976 de heroína e 710 de cocaína, num total de 21.136 doses. No âmbito da fiscalização rodoviária nas imediações dos estabelecimentos escolares, foram detectadas 6481 infracções, 609 das quais por utilização de telemóvel durante a condução, 363 por falta de sinto de segurança e 313 por falta de inspecção do veiculo, entre outros. Na fiscalização a estabelecimentos comerciais, foram detectados dois menores em salas de jogo, um caso de venda de tabaco a um menor e outro caso de venda de bebidas alcoólicas também a um menor. Durante o período em decorreu a operação, a PSP realizou diversas acções de sensibilização, formação e demonstrações nas escolas, nas quais participaram 61.326 alunos, 3054 pais/encarregados de educação, 3855 professores e 991 polícias.
Fonte: Público

Governo celebra acordos para obras em ou construção de 33 centros escolares no Centro

Os ministros da Educação e do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional celebram hoje em Ansião acordos para a construção ou remodelação de 33 centros escolares na região centro.A cerimónia, agendada para as 17h00, representa um investimento global de 65 milhões de euros, que tem uma comparticipação de 33 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder).De acordo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), estes apoios visam requalificar ou construir de raiz “edifícios escolares dotados de elevada qualidade arquitectónica e funcional que possibilitem um eficaz reordenamento da rede educativa e contribuam para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos”.Além disso, estes apoios procuram acabar com “todos os regimes de funcionamento duplos” que ainda permaneçam, e inserem-se no esforço de suspender progressivamente os estabelecimentos do primeiro ciclo de “reduzidas dimensões, designadamente as escolas com menos de 20 alunos”.Segundo a CCDRC, este pacote de apoios é apenas um dos vários conjuntos de verbas para a remodelação da rede de equipamentos escolares, estando já em curso um quarto concurso para a região centro.
Fonte: Público

França: Professor multado em 800 euros por ter batido em aluno, que o insultou

A justiça francesa condenou a uma multa de 800 euros um profesor que deu uma bofetada a um aluno de 11 anos durante uma aula, após este o ter insultado.
José Laboureur, de 49 anos, é profesor de Tecnologia na escola Cilles-de-Chin na localidade de Berlaimont, no Norte de França.
Compareceu em tribunal acusado de violência agravada e enfrentava uma pena de máxima de cinco anos de prisão e 75 mil euros de multa.
O profesor esbofeteou, à frente de toda a turma, o aluno após uma discusão, durante a qual este chamou ao professor "parvalhão".
Para o tribunal, "não se trata apenas de uma bofetada mas de uma cena de violência, onde está implícita a vontade de humilhar por parte do profesor".
O aluno foi suspenso das aulas por três dias, logo após o incidente com o professor, tendo, entretanto, sido transferido para uma outra escola.
Fonte: Lusa

Governo promete mais técnicos para escolas problemáticas

O Ministério da Educação vai reforçar as equipas multidisciplinares a actuarem nas escolas sinalizadas como problemáticas, nomeadamente com índices elevados de indisciplina e violência", anunciou ontem Maria de Lurdes Rodrigues, numa audiência sobre o tema da violência na Comissão de Educação, na Assembleia da República.Referindo-se aos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), que contam com apoios especiais do Governo, a ministra disse que estes já abrangem "cerca de 36 escolas e 50 mil alunos", tendo este ano lectivo beneficiado de um reforço de 257técnicos para as suas equipas multidisciplinares, incluindo psicólogos e assistentes sociais. E prometeu reforçar a aposta: "O nosso objectivo é alargar os TEIP a outras zonas do território, que podem não ter condições suburbanas mas ser zonas subrurais ou de imigração sazonal" referiu.O reforço da videovigilância, que terá ainda de passar por uma análise da COmissão Nacional de Protecção de Dados, é outra aposta do Governo.Na audição, a ministra foi acusada pelos partidos da direita de tratar a questão da indisciplina como tema "tabu", não reconhecendo a sua dimensão. Já à esquerda, ouviu críticas associando o fenómeno à instabilidadade da colocação do pessoal auxiliar e à falta de disponibilidade dos docentes, devido a uma sobrecarga de tarefas administrativas.
Fonte: DN

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Brasil: Haddad defende integração entre ensino médio e profissionalização

O ministro da Educação, Fernando Haddad, comentou sobre uma pesquisa realizada pela organização Ação Educativa, que apontou que os estudantes gostariam que o ensino médio preparasse para o mercado de trabalho.
Haddad disse ser um "defensor de uma integração cada vez maior do ensino médio com a educação profissional" e que o ministério tem apoiado a reestruturação dessa etapa do ensino.
- O MEC está apoiando a reestruturação do ensino médio estadual com vistas à profissionalização da juventude, que anseia por uma colocação no mercado de trabalho mais adequada - disse o ministro, que participou hoje (24) de um evento sobre responsabilidade social das empresas e direitos humanos, em São Paulo.
De acordo com o ministro, atualmente o ensino médio é muito voltado para as universidades.
- Trinta ou quarenta por cento dos jovens vão ascender para o nível superior e, aqueles que não chegarem a uma universidade, não podem ficar preteridos.
Fonte: JB online

Violência escolar: Portugal e Espanha no niveis de bullying semelhante - estudo

Portugal e Espanha têm níveis de bullying similares segundo um estudo hoje apresentado que destaca, contudo, que nas escolas estudadas em Sevilha os alunos praticam mais insultos sobre a raça ou a cor do que em Lisboa.

O estudo comparativo entre Portugal e Espanha, hoje divulgado na 4ª Conferência Mundial sobre Violência Escolar e Políticas Públicas, a decorrer na Fundação Gulbenkian, foi realizado a partir de um questionário a 1.233 crianças entre os 7 e os 13 anos de oito escolas de Lisboa e de Sevilha.
Do total de crianças inquiridas, 17,7 por cento diziam que eram agredidas com frequência e 42,1 por cento foram vítimas de pelos menos um ou dois comportamentos agressivos.
Segundo os seus autores, Juan Angulo (Universidade de Sevilha), Carlos Neto e A. Marques (Universidade Técnica de Lisboa) e Ortega (Universidade de Córdoba), o objectivo do trabalho era determinar a situação actual de episódios de bullying em escolas dos dois países da Península Ibérica.
O bullying, termo inglês que não tem uma tradução directa para o português, pode ser definido como forma de intimidação ou humilhação quer física quer psicológica praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz/es de se defender.
Segundo os investigadores, não existem diferenças significativas entre as escolas portuguesas e as espanholas analisadas.
Existe, portanto, violência escolar nos dois países mas os comportamentos dos alunos manifestam ligeiras diferenças.
Em Sevilha, são mais frequentes os insultos sobre a raça ou a cor do que em Lisboa e por outro lado, no que respeita às raparigas, as alunas espanholas revelam maiores níveis de agressão física do que as portuguesas.
O estudo revelou ainda que as crianças são vítimas de bullying nos recreios, nos corredores e nas salas de aula e confirmou a necessidade de um trabalho de prevenção nestes espaços assim como novas estratégias educativas.
Fonte: RTP.pt

Bullying envolve 65% dos alunos

Quase dois terços dos alunos (64,7%) do 3º ciclo da Grande Lisboa estão envolvidos em fenómenos de bullying, de acordo com um estudo divulgado ontem na 4ª Conferência Internacional sobre Violência Escolar e Políticas Públicas, a decorrer até amanhã em Lisboa.
A investigação conduzida pela psicóloga Sónia Seixas, da Escola Superior de Educação João de Deus, envolveu 680 alunos dos 7º, 8º e 9º anos de 11 escolas de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra. Dos inquiridos, apenas 35,3 por cento disseram não estar envolvidos em bullying, enquanto 30,1% dizem ser vítimas, 11,6% se assumem como agressores e 23% apresentam um padrão misto. O estudo conclui que as vítimas têm níveis mais baixos de auto-estima, sentem-se rejeitados e têm pouca confiança em si, enquanto entre os agressores se passa exactamente o oposto.
'É preciso sensibilizar a escola para este fenómeno, que causa grande sofrimento. Em última análise, as vítimas pensam no suicídio', alertou Sónia Seixas.
Na sessão de abertura da conferência, que trouxe a Lisboa especialistas de 51 países, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou que a violência escolar é um fenómeno residual, frisando que '90 por cento dos casos ocorre em cinco por cento das escolas'. A governante sublinhou ainda que não se pode confundir 'violência com indisciplina'.OpsiquiatraDaniel Sampaio refutou a ideia da ministra: 'Quando se diz que indisciplina nada tem a ver com violência não estamos no bom caminho. A indisciplina cria condições favoráveis ao aparecimento de violência.'
Já o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que nos últimos meses denunciou a violência escolar, reafirmou que o fenómeno não pode ser ignorado, mas considerou que 'a situação é hoje melhor do que há um ano', destacando o aumento do número de denúncias.
QUAIS OS SINAIS DE ALARME
A investigadora Sónia Seixas aponta diversos sinais a que os pais, professores e funcionários das escolas devem estar atentos para detectar casos de bullying. No caso das vítimas, os livros, o material escolar e outros bens aparecem muitas vezes estragados ou desaparecem. Ferimentos, cortes, arranhões ou danos na roupa podem também ser sinais de bullying. Muitas vezes são alunos isolados nos intervalos, que podem procurar mais a proximidade com o professor ou com outros adultos. Receosos de ir à escola, têm queixas frequentes de dores de barriga ou de cabeça e manifestam pouco interesse pela escola.
Os agressores revelam muitas vezes raiva descontrolada, são impulsivos e zangam-se facilmente; Retiram satisfação do medo que provocam às vítimas, gostam de provocar os pais e os professores e envolvem-se precocemente em comportamentos anti-sociais.
NOTAS
O QUE É O BULLYING
Conceito que descreve actos de violência física ou psicológica de carácter sistemático que causam sofrimento físico ou emocional.
REALIDADE ESCONDIDA
Bullying não-físico passa despercebido e as queixas são poucas
Fonte: CM

25% faltam a exames nacionais

Cerca de 25 por cento dos exames nacionais do ensino secundário, que terminaram esta segunda-feira, não chegaram a realizar-se devido às ausências dos alunos inscritos.
De acordo com dados do Ministério da Educação (ME), no total de 31 provas realizadas na primeira fase, registaram-se 244.074 presenças, o que corresponde a menos 77.467 (24 por cento) do que as previstas.
As provas onde a ausência dos alunos inscritos foi mais notória foram nos exames de Física e Química A, a recordista de ausências, Biologia e Sociologia.
Comparativamente a 2007, nenhum exame foi realizado com o total de presenças, tal como foi verificado no ano passado a Francês.
Estavam inscritos para os exames do secundário 157.718 alunos (menos 11.849 do que em 2007), dos quais 96.953 são candidatos ao Ensino Superior.
Para a realização dos exames nacionais este ano houve uma única chamada em duas fases, sendo que a primeira decorreu de 17 a 23 de Junho, enquanto que a segunda está prevista entre 14 e 18 de Julho. As classificações serão anunciadas a 07 e a 30 de Julho.
Fonte: CM

Revolução digital na educação australiana

O Governo Australiano atribuiu 1,2 mil milhões de dólares australianos ao programa Digital Education Revolution, que se destina a atribuir a todos os estudantes entre os nove e os doze anos um computador na escola. Após cumprir este compromisso, a Ministra da Educação Julia Gillard anunciou recentemente a atribuição de fundos para a formação dos professores, de modo a poderem utilizar os novos computadores. Para justificar o investimento o Ministério da Educação apresentou um inquérito realizado no início do ano a 5.209 professores do ensino primário e 5.394 professores do ensino secundário. Os resultados do inquérito indicam que 66 por cento dos professores do primário e 70 por cento dos professores do secundário acham que os alunos necessitam de fazer um uso mais efectivo dos computadores durante o processo de aprendizagem. Estas medidas foram bem recebidas por Phil Callil, porta-voz da Associação dos Professores de Tecnologias da Informação do Estado Australiano de Victoria. Na sua opinião, é entendimento geral entre os professores que o processo pedagógico, por trás da aprendizagem com computadores nas escolas, não mudou nada ao longo dos últimos dez anos. «Os professores necessitam de tempo para aprenderem a tirar vantagens das oportunidades que as Tecnologias da Informação e Comunicação criam, a desenvolver recursos de forma dinâmica e actual que envolvam os estudantes no processo de aprendizagem».
Fonte: IGOV

terça-feira, 24 de junho de 2008

Exames nacionais: APM considera provas de matemática abrangentes e justas

A Associação Portuguesa de Matemática (APM) considerou as provas de matemática do 12º ano realizadas hoje, (matemática A, B e aplicada às ciências sociais) abrangentes em relação aos programas da disciplina.Contrariando a opinião já veiculada por alunos e pela Sociedade Portuguesa de Matemática, que consideraram as provas demasiado fáceis e pouco justas para os alunos que se esforçaram mais, a APM considera os exames “suficientemente abrangentes em relação aos temas dos respectivos programas”, disse em comunicado.Sobre o tempo para a realização da prova, de três horas, considerado excessivo pela SPM, a APM discorda mais uma vez: “O tempo disponível para a resolução das provas foi adequado, permitindo aos alunos uma leitura atenta e, se fosse caso disso, permitindo ainda uma reformulação de estratégia ou de alteração de resolução de alguma questão.”Para a APM as provas eram facilmente realizáveis sem serem facilitistas: “É nossa convicção que qualquer uma das provas poderá ser resolvida pela generalidade dos alunos”. E volta a discordar das críticas da SPM sobre o facto de não favorecerem a excelência: “Em condições normais, os alunos com desempenhos médios terão resultados consentâneos com esses desempenhos, o que é desejável no contexto de uma avaliação sumativa externa. Os alunos que tenham realizado um bom trabalho ao longo do ciclo de aprendizagem das disciplinas, não terão dificuldades em obter um bom resultado na respectiva prova".
Fonte: Público

Exames nacionais - CDS-PP acusa ministra da Educação de só estar preocupada com estatísticas

O líder do CDS-PP acusou hoje a ministra da Educação de estar mais preocupada com as estatísticas do que com o conhecimento dos alunos, criticando o "facilitismo" que diz estar patente nos exames nacionais."Quando nas provas de aferição há respostas erradas que são classificadas como certas e se diminui ao mínimo o nível de exigência nos exames nacionais, o Ministério da Educação está à procura de criar estatísticas felizes, que nada têm a ver com a preparação dos jovens. O facilitismo não é o caminho da cultura e do conhecimento", acusou Paulo Portas. Em conferência de imprensa, o presidente do partido considerou que a política do Governo relativamente a estas provas "não prepara para a vida, nomeadamente para um mercado de trabalho difícil e exigente", além de não incentivar o estudo por parte dos alunos, nem recompensar o esforço dos professores. "Apelamos à sociedade portuguesa para que reflicta sobre as consequências desta política que promove um ensino sem exigência", afirmou. O líder do CDS-PP, o único partido que advoga a existência de exames nacionais nos 4º, 6º e 9º anos, voltou hoje a defender a elaboração das provas por parte de uma "entidade independente" e a criação de um "banco com milhares de perguntas validadas por sociedades científicas", o que diz ser a única forma de evitar as polémicas que surgem anualmente em torno dos exames. Os exames nacionais realizados este ano foram considerados excessivamente fáceis por parte da Sociedade Portuguesa de Matemática e da Sociedade Portuguesa de Química.
Fonte: Público

Balanço do ano lectivo: Férias na Educação sem tréguas à vista

Reformas polémicas. Contestação sem precedentes. O ano lectivo 2007/2008 termina marcado pelo conflito entre professores e Ministério da Educação.
A "Marcha da Indignação" marcou o calendário lectivo. No dia 8 de Março de 2008 cerca de 100 mil professores e educadores de todo o país rumaram a Lisboa numa manifestação contra a actuação do Ministério da Educação, personificada em Maria de Lurdes Rodrigues. Numa classe profissional constituída por 143 mil docentes, as organizações sindicais congratularam-se pela presença em peso de quase 70% dos seus representantes. Uma demonstração de força sindical perante a intransigência ministerial.Porque se indignam os professores? Foram vários os pontos que neste ano lectivo originaram um agravar do mal-estar que se tem vindo a sentir na classe: o modelo de avaliação do desempenho docente, o regime de autonomia e gestão escolar, as reformas no ensino Especial e no Artístico e a indisciplina e violência nas escolas, trazida à discussão pública pelo mediatizado caso "Carolina Micha¿lis". Apesar de a contestação dos professores ter marcado este ano lectivo, Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), faz um balanço positivo da actuação da classe nesta matéria. "A luta não pôs em causa as aulas, nem prejudicou os interesses dos alunos e isso foi um sinal de maturidade democrática da sociedade portuguesa", refere. Avaliação: o consenso possívelNo balanço sobre a forma como decorreu o ano lectivo, Álvaro Almeida dos Santos, presidente do Conselho das Escolas, um órgão consultivo do Ministério da Educação, faz uma síntese em torno da questão da avaliação do desempenho docente. A mais polémica de todas."Houve uma solução consensual, mas a discussão esgotou-se na espuma dos problemas e foi pouco objectivada", lamenta Álvaro Almeida dos Santos, deixando claro que "o grande desafio" no próximo ano lectivo será o de saber "como transformar a avaliação num instrumento de melhoria da qualidade do ensino nas escolas e de como a integrar numa organização escolar colectiva enquanto estratégia para melhorar o desempenho de todos".A ideia já foi várias vezes repetida. Mas vale a pena insistir. "Os professores não estão contra a avaliação, estão contra este modelo que o Ministério da Educação impôs", sublinha Manuela Mendonça, dirigente sindical da Federação Nacional dos Professores (FENPROF). A posição crítica daquela plataforma sindical resume-se assim: "o modelo é orientado para o controlo administrativo da profissão e para criar restrições à progressão na carreira". Igualmente grave é a realização da avaliação estar prevista "em momentos do ano escolar (início e fim do ano lectivo) em que vai obrigar os professores a enredarem-se em múltiplas exigências burocráticas no âmbito do processo, deixando de poder concentrar-se no essencial, que é o trabalho com e para os alunos", acusa Manuela Mendonça. Por tudo isto, a Fenprof vai construir um "modelo alternativo" ao proposto pelo Ministério da Educação, que espera vir a ser discutido no decorrer do próximo ano lectivo.Regime de Autonomia e Gestão EscolarApresentado como uma forma de garantir a participação da comunidade na definição das políticas da escola, o novo regime de Autonomia e Gestão Escolar mereceu de imediato a contestação dos professores. Quer ao facto de o diploma prever a figura do "director da escola" em detrimento dos actuais conselhos executivos. Mas sobretudo porque, numa primeira versão, depois alterada, o diploma não permitia aos professores presidirem ao Conselho Geral, um órgão de direcção das escolas responsável pela eleição ou destituição do "director da escola" e onde vão estar representados: professores, pessoal não docente, alunos, encarregados de educação, autarquias e comunidades locais. Álvaro Almeida dos Santos viu esta alteração como "um aspecto muito positivo", revelador da "confiança" na capacidade dos professores para a direcção e gestão das escolas. Isto numa altura em que já se admitia a possibilidade de uma gestão de tipo empresarial dos estabelecimentos de ensino. "Os professores vão continuar a poder presidir à escola", insiste o presidente do Conselho das Escolas. Ele que é também presidente do conselho executivo de uma escola. Por isso fala com conhecimento de causa: "Há colegas que fizeram mestrados e formação em organização administrativa de escolas e que têm de ser aproveitados [neste novo regime de gestão escolar]."Reformas polémicas: ensino artístico...A 15 de Fevereiro, uma "manifestação concerto" reúne cerca de 400 pessoas, entre professores e alunos de Música dos conservatórios de Lisboa, Aveiro e Coimbra e outras figuras da cena musical. Tocam juntos em frente à Assembleia da República. A ideia é não permitir que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, faça ouvidos surdos aos protestos contra a reforma do ensino artístico especializado. Se entrar em vigor este ano lectivo, tal como estava previsto, a reforma vai alterar o funcionamento das escolas de música especializadas transformando-as em estabelecimentos de ensino integrado onde se vão leccionar não só as disciplinas musicais mas também as de carácter geral. Com esta alteração acaba o regime supletivo, que até agora tem permitido aos alunos frequentarem duas escolas diferentes consoante as disciplinas: as musicais no Conservatório e as de carácter geral numa escola do ensino regular. Os manifestantes acusam a ministra de querer acabar com a profissionalização de músicos em Portugal. Em resposta, o Ministério da Educação garante que serão assegurados os mecanismos de transição bem como os percursos educativos dos alunos implicados na mudança. A medida é descrita como visando a democratização do ensino da música através de uma reorganização da sua oferta nas escolas dos ensinos Básico e Secundário. ... e no ensino especialA mesma indignação contra o Ministério da Educação reúne pais e professores de alunos com necessidades educativas especiais, bem como representantes de algumas associações de pessoas com deficiências. O alvo do protesto: a reforma do ensino especial que entrava em vigor em Janeiro de 2008. De acordo com o Ministério da Educação, a reforma pretende fomentar a integração das crianças com certas deficiências no ensino regular, sendo que aí deveriam receber o apoio educativo especial. Logo após a entrada em vigor do diploma, a tutela foi acusada de estar a rejeitar o encaminhamento de alunos com vários tipos de incapacidades para escolas do ensino especial, acabando com o financiamento integral à sua permanência em colégios especializados.O decreto-lei contempla uma redefinição do perfil do aluno a ser objecto de encaminhamento para o apoio especializado que vários investigadores na área da Educação Especial consideram "ambígua". Face ao escrito no documento ,seriam encaminhados para o ensino especial apenas os "alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios da vida decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente".Perante as acusações vindas a público de que mais uma vez o Ministério da Educação estaria a colocar a vertente economicista acima dos interesses dos alunos, Maria de Lurdes Rodrigues menciona apenas que a implementação do novo "modelo de integração" está a ser acompanhada por "peritos". Indisciplina e violência nas escolasO caso resume-se num parágrafo, mas já fez correr muita tinta e há quem o veja como uma "mancha" neste ano lectivo que agora termina. Uma aluna da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, agredia uma professora por esta lhe ter retirado o telemóvel durante uma aula, enquanto um colega filmava a agressão e a restante turma assistia. O vídeo correu a Internet e as televisões. A professora apresentou queixa, apenas uma semana após o incidente. A escola abriu um processo de averiguação. A aluna que protagonizou a agressão e o colega que a filmou foram transferidos de escola. Um outro que terá dificultado a ajuda dos colegas à professora foi suspenso. Sem entrar em discussões sobre as causas e as consequências do caso, Albino Almeida, presidente da CONFAP, salienta a "oportunidade de discussão" originada em torno da questão da violência nas escolas. Um problema que considera ser "antigo" mas que finalmente deixou de ser apenas uma "preocupação" e passou a ser objecto de "intervenção". Prova disso, refere, a vontade do Governo em alargar o programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária. De resto, aguardam-se mais desenvolvimentos sobre esta matéria.Manuela Mendonça, da FENPROF, também espera que o Ministério da Educação tome "medidas necessárias e urgentes que garantam aos docentes a imprescindível segurança e estabilidade no exercício da sua profissão". A dirigente sindical recorda que ao agravamento das situações de indisciplina e violência nas escolas "não é alheia a forma como o próprio Ministério da Educação tem desautorizado publicamente os professores". Álvaro Almeida dos Santos faz uma leitura diferente do caso, dizendo que este foi objecto de uma "amplificação" sem precedentes. Para o presidente do Conselho das Escolas, os estabelecimentos de ensino "continuam a ser maioritariamente espaços seguros" e os professores da escola pública são "profissionais que merecem o reconhecimento da sociedade pelo trabalho que desenvolvem". Aguardam-se novos desenvolvimentos de todas estas questões. Até porque as escolas estão a encerrar para férias e não são de esperar "soluções milagrosas" antes de Setembro. Tudo vai continuar em aberto e a marcar a agenda reivindicativa do próximo ano lectivo.
Fonte: educare.pt

“Violência escolar tende a aumentar no Mundo”

Carlos Neto, co-organizador da Conferência de Violência Escolar
Correio da Manhã – O Governo diz que a violência escolar está a diminuir. Há dados científicos que o confirmam?
Carlos Neto – Não temos ainda dados para poder responder. Sabemos sim que este é um problema disseminado por todo o Mundo e que tende a aumentar. A curto prazo haverá estatísticas nacionais.
– Um estudo de Margarida Matos aponta uma redução...
–É um estudo importante, mas relativo aos adolescentes e a violência nas escolas tem de ser vista antes disso, no Pré-escolar e principalmente no 1.º Ciclo, porque é aí que os exemplos de bullying e agressividade física acontecem com mais frequência.
– Muita gente desconhece o que é o bullying...
– Não é um fenómeno novo mas agora estamos mais atentos a ele. É um comportamento sistemático de violência física e psicológica entre pares. Há crianças que são vítimas persistentes, que sofrem esta forma de violência ao longo de dias, meses, anos de forma silenciosa. Há que ter muita atenção a essas crianças.
– Trouxe para Portugal a 4.ª Conferência Mundial sobre Violência na Escola, que decorre até amanhã em Lisboa. Qual o objectivo do evento?
– Este congresso é uma oportunidade única, estão cá os maiores especialistas. Este fenómeno é preocupante e devemos, com base em critérios científicos, procurar soluções, estratégias, modelos de intervenção no meio escolar e na comunidade para resolver o problema de forma progressiva.
– O poder político está sensibilizado para o fenómeno?
A ministra [da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues] fez aqui na conferência uma intervenção muito acertada, porque definiu o problema e também definiu um rumo. Mas precisamos de uma classe política mais consciente de que este fenómeno tem de ser atacado com urgência.
Fonte: CM

SPM - Exame de matemática A mais fácil do que o do ano passado

Para a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), o Exame Nacional de matemática A, aquele a que mais alunos concorrem, foi mais fácil do que o do ano passado, mas elogia o esforço feito para contemplar na prova os conteúdos programáticos essenciais.“É de salientar o esforço desenvolvido pelo G.A.V.E. em contemplar neste exame, num maior número de questões, temas importantes do programa do décimo segundo ano, tais como a continuidade, o cálculo diferencial e o estudo de limites. São tópicos em que professores e alunos investem bastante ao longo do ano lectivo e que não têm sido suficientemente avaliados, facto para o qual já tínhamos chamado a atenção”, refere a SPM.Os especialistas frisam ainda o esforço feito no sentido de melhorar a clareza de linguagem nas questões colocadas em relação a anos anteriores: “A linguagem é adequada e clara, o que denota um progresso relativamente às questões demasiado palavrosas e de interpretação dúbia, habituais em anos transactos”, frisam. Mas criticam a “excessiva” duração da prova, de três horas.No entanto a maior crítica da SPM vai para a falta de ambição do GAVE, o Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, de onde saem os enunciados das provas, que, segundo a sociedade, não desenvolve a excelência entre os alunos: “O padrão utilizado pelo G.A.V.E. para avaliar o desempenho dos alunos não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham dos que pouco trabalham, e não ajuda os professores a incentivarem os alunos a aprofundar os seus conhecimentos.”
Fonte: Público

Especialistas discutem desafios do ensino da Língua do pré-escolar ao básico

Cerca de 150 docentes e investigadores discutem na próxima semana em Coimbra os desafios que se colocam ao ensino da língua portuguesa desde o pré-escolar ao básico, nomeadamente com a introdução do Acordo Ortográfico.
O encontro visa reflectir as práticas de ensino e de leitura, e em particular o modo como a escola ensina a ler, a escrever e a contactar com o texto literário.O 1º Encontro Internacional do Ensino da Língua Portuguesa decorre nos dias 30 de Junho e 1 de Julho e reúne professores do ensino básico e superior, entre os quais dois docentes da Universidade.«Estamos a viver um momento de refrescamento em todo o ensino da língua materna, em que há uma atenção particularizada à aprendizagem precoce», disse Pedro Balaus Custódio, da comissão científica do encontro, cujo programa foi hoje divulgado.Na opinião daquele docente da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), a remodelação, em curso, dos programas curriculares do ensino básico irá trazer uma «abordagem nova do ensino da língua portuguesa, que passa a ser contínuo».De que forma o Acordo Ortográfico irá mudar as práticas lectivas e os hábitos de leitura é uma das questões em discussão no encontro, organizado pelo ESEC.Entre os oradores estão Carlos Reis, da Universidade de Coimbra e Universidade Aberta, defensor do novo Acordo Ortográfico.«Como somos minoritários em termos de falantes, se não mudarmos ficaremos reduzidos a uma variante do português, o europeu», considerou Pedro Balaus Custódio.Para o também coordenador do Programa Nacional do Ensino do Português para o distrito de Coimbra, o Acordo Ortográfico «é uma questão política da língua» que «estará a ser empolada, até porque as alterações previstas são pontuais».Durante o encontro, serão discutidos temas em torno do ensino do português enquanto língua materna e segunda língua, a promoção da leitura e da escrita, o ensino precoce da literatura, a oralidade em contexto lectivo e o ensino da gramática.«Ler para crescer, crescer para ler», «A avaliação do impacto do Plano Nacional de Leitura e da rede de bibliotecas escolares», «O ensino da compreensão para a eficácia da leitura», «A inclusão e o sucesso educativo nas ‘mãos’ dos professores da língua materna» e «A língua em evolução, os acordos ortográficos» são algumas das intervenções previstas.No primeiro dia do encontro, será apresentado um estudo sobre «Português Língua Não Materna», realizado com crianças da Europa de Leste.
Fonte: Sol

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sociedade de Química critica "questões extremamente elementares" na prova de sexta-feira

A Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) criticou hoje a existência de "questões extremamente elementares" no exame nacional de Física e Química A, realizado sexta-feira, considerando que algumas perguntas "exigem apenas que o aluno saiba ler".Realizada por cerca de 54 mil estudantes do ensino secundário, a prova desta disciplina, nuclear para quem quer seguir Medicina, é uma das que conta com mais alunos inscritos. Num breve parecer disponibilizado na Internet, exclusivamente sobre a parte de Química, a Sociedade salienta que "todas as perguntas [do exame] se ficam por questões extremamente elementares", criticando ainda a persistência na prova "de algumas questões já 'batidas' em anos anteriores". Ressalvando não ter conhecimento dos critérios de correcção estipulados pelo Ministério da Educação, a SPQ lamenta igualmente a existência de "questões que pouco ou nada exigem de conhecimentos prévios em Química". "Exigem apenas que o aluno saiba ler um texto ou os eixos de um gráfico", não precisando "sequer de ter grandes competências a nível da interpretação", critica a Sociedade, apontando como exemplo duas das perguntas da prova. No ano passado, o exame de Física e Química A do 11º ano figurava entre as três provas com a média mais baixa, com 7,2 valores. Na altura, o Ministério da Educação decidiu anular uma questão daquele exame, alegando que a incorrecção na formulação de uma pergunta "inviabilizava a concretização de uma resposta correcta". Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, a tutela decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame seria multiplicada por 1,0417, o que levantou polémica.
Fonte: Público

Exames nacionais: Estudantes do Valsassina consideram prova de Matemática demasiado fácil

“Demasiado fácil”, “não é compensador do esforço”, “não havia nenhuma questão que permitisse distinguir um aluno de 18 de um de 11”, estes foram alguns dos comentários recolhidos pelo PÚBLICO entre os 45 estudantes do 12º ano do colégio Valsassina, em Lisboa, que hoje fizeram o exame nacional de Matemática A.Para além desta prova, para os cursos de ciências e tecnologias e ciência socioeconómicas, em que estavam inscritos a nível nacional quase 50 mil estudantes, realizaram-se outras duas avaliações de Matemática destinadas aos alunos de Artes Visuais e de Ciências Sociais e Humanas (cerca de 20 mil inscritos).No Valsassina, há dois anos em primeiro lugar no ranking em Matemática, respira-se confiança. Pelas primeiras correcções, feitas com o auxílio dos professores da disciplina, que se juntaram aos estudantes mal estes abandonaram as salas de exame, a tradição do colégio está para durar: são vários os que apontam para um 19 ou mesmo 20 e quase todos dão como certo que a prova se saldará numa subida da sua média. É invulgar tamanha descontracção quando é a Matemática o prato forte. Para os professores não constitui surpresa. A sua confiança nos alunos é praticamente total. O inverso também parece ser verdadeiro. É uma coisa que se sente no local e que também marca a diferença.Satisfeito, o coordenador do grupo de Matemática frisa que serão poucas as escolas que oferecerão as condições do Valsassina. A Matemática é uma linguagem universal, mas os juízos sobre os exames podem por isso não ter aplicação global. Por uma questão justiça para com outros, José Larião não dirá assim, como os seus alunos, que o tempo (três horas) foi excessivo para aquela prova ou que esta se revelou demasiado fácil.
Fonte: Público

Brasil: Curitiba é a capital do país com melhor ensino público do país nas séries iniciais

Das 27 capitais avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2007, 15 apresentaram resultados abaixo da média nacional (4,2) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerando os anos iniciais (1ª a 4ª série) do ensino fundamental. Curitiba obteve o melhor resultado: 5,1. Na avaliação dos anos finais do ensino fundamental, ou seja, 5ª a 8ª série, o melhor desempenho foi do Rio de Janeiro, com 4,2. A capital paranaense já atingiu em 2007 a meta de qualidade para 2009 nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. A secretária municipal de educação, Eleonora Bonato Fruet, conta que em 2005 foi realizado um amplo diagnóstico sobre a realidade das escolas, levando em conta fatores socioeconômicos das regiões, a escolaridade dos pais, a formação dos professores e a infra-estrutura das unidades. “Você tem que entender essa realidade, que às vezes é tão dura, para desenvolver práticas metodológicas que dêem conta dessa situação”, acredita. Eleonora aponta como outro fator de sucesso o fato de a cidade ser a capital com a menor taxa de analfabetismo. “A participação da família é determinante, a escolaridade da mãe é um dos fatores fundamentais para o bom rendimento dos alunos”, defende. Para estimular a interação com a família, 66 das 172 escolas municipais abrem para atividades no fim de semana. Os professores também recebem cursos de especialização e parte deles é dispensada para fazer mestrado e doutorado. Nas séries iniciais do ensino fundamental, Belém (PA) foi a capital com menor índice: 3,2. O indicador manteve-se estável de 2005 para 2007, resultado já previsto no plano de metas do MEC. Nos anos finais do ensino fundamental, ou seja, 8ª série, o resultado foi pior: caiu de 3,1 para 2,9. A meta para 2007 era que o índice se mantivesse em 3,1. Nenhuma capital registrou queda nas notas iniciais no Ideb em comparação a 2005. Campo Grande (MS) registrou o maior crescimento, passando de 4,0 em 2005 para 4,9 em 2007, ultrapassando a meta prevista para 2011. Salvador aumentou 0,7 pontos na nota, passando de 2,8 para 3,5. O Ideb de Florianópolis subiu de 4,0 para 4,6. Manaus e Cuiabá também registram melhora, com crescimento de 0,5 pontos.
Fonte: Agencia Brasil

Violência escolar junta especialistas em Lisboa

A violência escolar e as políticas públicas preocupam autoridades e especialistas da matéria de todo o mundo que entre hoje e quarta-feira discutem o assunto em Lisboa na 4.ª Conferência Internacional sobre Violência nas Escolas e Políticas Públicas.
Três em cada dez alunos já foi vítima de violência escolar em Portugal e seis por cento foram vítimas de "bullying", ou seja, de violência continuada e repetida. Estes são dados que preocupam autoridades e especialistas de todo o mundo que se juntam até quarta-feira em Lisboa na Conferência Internacional sobre Violência nas Escolas e Políticas Públicas. Para discussão da violência escolar e das políticas públicas a conferência decorre até à próxima quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian e, esta manhã, a sessão de abertura contou com a presença da ministra da Educação. Para Maria de Lurdes Rodrigues a violência escolar tem vindo a diminuir e defende estar, por isso, a apostar nas medidas certas, mas também reconhece que os objectivo ainda não foram totalmente alcançados e assim irá corrigir mais aspectos. “Continuar a aprofundar e a melhorar o trabalho que tem vindo a ser feito” é um dos objectivos da ministra que referiu ainda ser “necessária muita persistência porque é importante levar até ao fim, até que os objectivos sejam alcançados, o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido”. Maria de Lurdes Rodrigues considera ainda que “uma das medidas mais importantes é o alargamento da política de descriminação positiva a mais escolas”. Presente na sessão de abertura desta conferência esteve igualmente o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, que à saída referiu que o problema da violência escolar melhorou no último ano, apesar de, por outro lado, ter aumento o número de denúncias. "Acho que se está a fazer um esforço para a combater. Se me perguntar se a situação hoje é melhor do que há um ano eu digo que é melhor", esclareceu Pinto Monteiro. O Procurador-Geral da República disse ainda que nunca foi referido que a violência escolar era um problema generalizado e reconheceu melhorias na situação portuguesa, embora registe um aumento de queixas, de pais, alunos e professores, na Procuradoria-Geral da República. No entanto, Pinto Monteiro não deixou de alertar que embora não existam receitas mágicas para resolver este problema que afecta outros países, a violência escolar não pode ser escondida ou ignorada dizendo mesmo que “a violência escolar não pode ser um cadáver metido no armário”.
Fonte: Rtp.pt

Método contra 'bullying' com sucesso em Espanha

Uma equipa de investigadores da Universidade Complutense de Madrid (UCM) desenvolveu um método para combater o bullying , que diz ter tido sucesso nas escolas espanholas. Os resultados do método - que passa pela aplicação de um programa informático em que os alunos identificam de forma anónima os colegas que gostam ou não - foram apresentados ontem no El Mundo, na véspera do arranque, em Lisboa, da 4ª Conferência Mundial sobre "Violência na Escola e Políticas Públicas", onde o fenómeno vai estar em destaque. Um projecto que já recebeu o acolhimento de países como a Suécia e a Finlândia mas que é ainda desconhecido pelas associações de pais e professores portuguesas e pelo Observatório da Segurança Escolar.A pensar no medo da vítima em denunciar um colega (uma das principais dificuldades em detectar o bullying), a equipa da UCM lançou, em 2004, um programa informático que identifica as vítimas e os agressores de forma anónima. É ainda um modo de detectar o fenómeno precocemente e evitar que as agressões (físicas e psicológicas) se prolonguem e deixem feridas incuráveis.O programa espanhol baseia-se numa ferramenta informática que disponibiliza as fotografias de todos os alunos de uma turma, questionando-os individualmente: "Com quem gostas de brincar?" e "Quem é que te incomoda mais?", são exemplos de perguntas a que os estudantes respondem, clicando em cima da fotografia do colega correspondente. "É muito mais simples e eficaz do que escrever ou falar sobre o assunto. Os jovens respondem com mais liberdade e sem se sentirem coagidos", afirmou o "pai" do método, Martín Babarro.A ideia é levar os colegas a apoiar as potenciais vítimas e trabalhar com os agressores. A experiência começou no colégio madrileno Salvador Allende, que frisa o sucesso da iniciativa. Além do alargamento a toda a Espanha, também a Finlândia e a Suécia foram a este país ver de perto o programa.Pode ser aplicado em PortugalPor cá, ainda ninguém ouviu falar deste projecto, apesar de já ter cinco anos e da interligação entre as associações portuguesas e espanholas. O presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), João Grancho, admite que "tudo o que se faz pode servir de inspiração e pode vir a ser aplicado em Portugal". Também Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), fala ao DN da possibilidade do programa "servir como modelo de inspiração para aplicar nas escolas portuguesas". Até porque, "as boas ideias como esta não deixarão de ser adaptadas à realidade nacional". No entanto, disse, "todas as medidas aplicadas actualmente em Portugal são adequadas, como a tutoria entre os pares, em que os alunos menos problemáticos acompanham os mais problemáticos e os mais velhos apoiam os mais novos". Estas "brigadas de intervenção têm-se revelado muito eficazes", concorda Albino Almeida.O psiquiatra e membro do Observatório da Segurança Escolar Daniel Sampaio contesta a solução espanhola. O "problema do bullying não se resolve com um programa informático, que só pode funcionar se for integrado num método geral de combate ao fenómeno". "É necessário trabalhar com as famílias, os alunos, os auxiliares da educação e os professores", defende.Outro ponto fundamental para o especialista é o conhecimento da vítima. "Não se pode pensar no 'bullying' sem tratar a vítima". Já que "o próprio comportamento das vítimas (vergonha, inibição, minoria étnica ou sexual) pode incentivar esta prática", denuncia. Até porque, "não se pode pensar só no menino mau que é o agressor e no menino bom que é a vítima. O agressor pode mesmo ser promovido no grupo de amigos e os seus actos entendidos como positivos". Por isso, o médico considera que "o bullying é muito mais complexo" do que a abordagem do programa espanhol.
Fonte: DN

«A qualidade dos espaços pode evitar a violência nas escolas»

Especialistas de todo o mundo reúnem, a partir de hoje, na Fundação Gulbenkian para discutir a violência escolar. Um fenómeno que está longe de se limitar a Portugal, como explica ao Destak Carlos Neto.
Professor catedrático, além de ter investigado o bullying nos recreios e de pertencer a um projecto internacional de combate à violência na escola, é um dos coordenadores deste congresso.
ISABEL STILWELL editorial@destak.pt
A violência na escola é transversal ao mundo. Qual diria ser o seu denominador comum?
O problema da violência escolar é complexo, multidimensional e afecta os sistemas educativos em todos os países e culturas. Não é um problema novo, mas temos hoje melhores condições para o estudar. Por outro lado, as mudanças ocorridas na família e na comunidade trouxeram novos problemas para dentro da escola, implicando boas práticas e dimensões diferentes de encarar a gestão das instituições e do acto educativo.
Acaba por ser apenas uma continuação da violência na sociedade, nomeadamente nas famílias?
Essa relação é evidente, mas não exclusiva. Muitos outros factores podem explicar o fenómeno, como a degradação do projecto educativo nas escolas, ausência de referências de autoridade, aparecimento de novas tecnologias, proces-sos de socialização, etc. A violência na escola apresenta contornos específicos em função de características sociais e culturais de cada região, de cada escola e dos alunos, docentes e funcionários.
Há escolas que, pela sua organização interna, favorecem a violência escolar? Quais diriam ser os três principais sinais de perigo?
Estou convencido que sim. Apontaria em primeiro lugar as características físicas e arquitetónicas das escolas em relação à qualidade e conforto de espaços formais e informais, em segundo lugar a qualidade do projecto pedagógico de cada escola em paralelo com uma boa supervisão dos alunos e finalmente a existência de projectos de intervenção centrados na diminuição da violência (vítimas e agressores). Existem já por todo o mundo bons projectos anti-violência e anti-bullying no meio escolar.
A relação com a comunidade parece influenciar o grau de violência na escolas. Em Portugal, a comunidade vê a escola como amiga ou inimiga?
Na maior parte dos casos a comunidade não vê a escola nem como amiga, nem como inimiga. Tem uma atitude indiferente. Essa atitude mental tem criado um distanciamento progressivo, que não facilita a resolução dos problemas. A indiferença e ausência de participação da comunidade nos problemas da escola não tem contribuído para o reforço da estrutura identitária da escola.
Que papel pode ter o desporto na prevenção?
Por princípio, a actividade física e o desporto tem um papel fundamental para a criação de dinâmicas muito positivas de prevenção da violência (solidariedade, fair-play, convivência, auto-estima, etc.). A investigação tem demonstrado que a prática da actividade física e desporto, principalmente em crianças e jovens, é uma das formas mais robustas de prevenção da violência escolar.
Concorda que é basicamente um problema de falta de autoridade?
Não tenho a convicção de que seja apenas um problema de falta de autoridade. A confluência de novas realidades sociais e culturais na vida quotidiana da família e da comunidade leva-nos a pensar que este fenómeno deve ser abordado numa perspectiva ecológica e transversal. Múltiplos factores estão a contribuir para este fenómeno e as soluções não podem ser milagrosas. São necessárias políticas públicas.
Há 'directores' que conseguem fazer a diferença?
Com certeza que sim. Depende da competência, de bons projectos de gestão financeira e pedagógica. Da capacidade de desenvolver um clima saudável, que leve os alunos a gostarem de ir e estar na escola para aprenderem com os professores e conviverem com os amigos.
Os pais não são suficientemente responsabilizados pelo mau comportamento dos filhos?
Em muitos casos é verdade. O comportamento parental sobre a actividade escolar dos filhos é muito variável. Penso que deveriam ser repensadas as formas de participação dos pais e principalmente o valor excessivo que se pretende dar ao rendimento escolar (excelência a qualquer preço), em detrimento do prazer de aprender e de aprender a pensar em situações formais e informais.
Fonte: Destak

Matemática 9.º ano: nunca um exame foi «tão fácil»

A Associação de Professores de Matemática (APM) considerou que o exame nacional de 9º ano da disciplina foi o «mais fácil» desde que a prova se realiza, sublinhando que algumas questões poderiam ser respondidas por alunos do 2º ciclo.
«Na generalidade, a prova é mais acessível e mais fácil do que nos anos anteriores. Algumas questões poderiam ser resolvidas por alunos do 2º ciclo», afirmou Sónia Figueirinhas, vice-presidente da APM, em declarações à Agência Lusa.
Perto de 100 mil alunos realizaram o exame nacional de Matemática, que se realiza desde 2005. O ano passado, 72,8 por cento dos estudantes tiveram nota negativa, quando em 2006 a percentagem de chumbos no teste situava-se nos 63 por cento.
«Em algumas questões ficou aquém das competências e conhecimentos que os alunos no final do 9º ano deveriam ter. Se em exames anteriores as questões eram mais elaboradas e difíceis, não há razão para que este ano também não fossem», acrescentou.
Sublinhando que o exame «não tem erros» e que os 90 minutos, mais 30 de tolerância, estão adequados para a realização da prova, a responsável salientou que em relação à geometria, por exemplo, o exame aponta «mais para nomes do que para competências».
«Há questões que outros ciclos de ensino saberiam resolver de certeza, mas a prova é sobre os conteúdos leccionados no 7º, 8º e 9º anos», lamentou.
Assim, a Associação de Professores de Matemática espera que haja «uma grande melhoria» nos resultados em relação a 2007, mas sublinha que as provas «não são comparáveis».
Já na quarta-feira, a Associação de Professores de Português lamentou que o exame nacional de 9º ano da disciplina, realizado nesse dia, incluísse matéria do 2º ciclo (5º e 6º anos), considerando que esta opção pode ser «excessivamente fácil para os alunos».
Fonte: Portugal Diário

domingo, 22 de junho de 2008

Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.José Sócrates falava na cerimónia de entrega do computador 200 mil no âmbito do programa e-escola, na Escola Profissional Gustave Eiffel, na qual também estiveram presentes os ministros da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e das Obras Públicas Transportes e Comunicações, Mário Lino. De acordo com o Ministério da Educação, ao estender-se aos 7º e 9º ano de escolaridade, o programa e-escola vai abranger no próximo ano lectivo mais 380 mil alunos dos ensinos público e privado. "O sucesso deste programa junto de professores, formados do Programa Novas Oportunidades e alunos impõe o seu alargamento ao 7º ano de escolaridade, depois de termos começado pelo 10º ano e posteriormente termos estendido aos 11º e 12º anos", justificou o primeiro-ministro. Para José Sócrates, face à experiência da aplicação do programa que une "Estado, operadores de telecomunicações e escolas é agora altura de lhe dar uma nova ambição". "A logística deste programa resultou em pleno, mas também resultou porque teve uma procura elevada. Ora, qualquer política pública só resulta se tiver a adesão das pessoas", sustentou. Segundo dados do primeiro-ministro, estão neste momento inscritas para receber computadores portáteis cerca de 300 mil pessoas entre alunos do ensino secundário, professores e formandos do Programa Novas Oportunidades.
Fonte: Público

“Os professores não são treinados para agir em caso de violência”

A violência não está a aumentar, diz Eric Debarbieux, professor de Ciências da Educação da Universidade de Bordéus, em França. Mas é preciso agir, não com medidas repressivas, mas pensadas a longo prazo. É presidente do Observatório Internacional da Violência Escolar, uma organização não governamental “científica”, uma “federação de investigadores” de 52 países, que faz estudos e recomendações aos Governos. A quarta conferência internacional decorre entre amanhã e quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.Qual é o grau de influência do Observatório Internacional da Violência Escolar nas políticas dos países?O nosso objectivo é ter influência, dizer o que está certo e errados nas políticas públicas. Por exemplo, sabemos que o melhor caminho não é ter políticas de repressão nas escolas e dizemos isso. O que não significa que sejamos ouvidos pelos políticos. A violência na escola é um tópico inconveniente que é recorrentemente recuperado pelos média e pelos políticos, que exageram sobre as suas causas e os seus efeitos. Contudo, a investigação mostra que a violência na escola não está a aumentar. Não está a aumentar?Vou dar um exemplo: Recentemente um país africano pediu-nos para fazermos um estudo. O observatório concluiu que o problema era as crianças não irem à escola, sobretudo as raparigas e recomendamos que o investimento devia ser feito na sua educação. É claro que não ficaram satisfeitos. A razão científica nem sempre é palavra de acção, mas é essa a nossa função.A violência escolar vai da agressão verbal aos massacres nas escolas? Os tiroteios não são um problema real. Nos EUA, os estudos dizem que o risco de um aluno ser vítima de um tiroteio é de um para um milhão, no entanto, 80 por cento dos estudantes tem medo de ser vítima. O verdadeiro problema é a violência continuada e repetida, a que chamamos bullying, sobre alunos, mas também sobre professores. Por vezes, pensa-se que não é importante, que é uma coisa pequena, mas sabemos que as consequências são muito graves para as suas vítimas. Há pesquisa que mostra que uma vítima de bullying pode tentar o suicídio mais quatro vezes do que alguém que nunca sofreu bullying na escola. É contra esta pequena violência que temos de lutar.É diferente de país para país?Há países onde há problemas graves de violência escolar. Em África, no Burkina Faso, 37 por cento das raparigas já foram vítimas de abusos sexuais por parte dos professores. Outro problema são os castigos corporais, nos EUA há 18 estados onde ainda são permitidos. Sabemos que as consequências podem ser nefastas. Por exemplo, grande parte dos tiroteios dentro de escolas é nesses estados onde os professores podem bater nos alunos. Disse que a violência escolar não está a aumentar, mas são tornados públicos cada vez mais casos. Porquê?Em França, a média do número de alunos vítimas de bullying não está a aumentar, mas se observarmos as escolas dos subúrbios, de zonas mais frágeis em termos sócio-económicos, a violência escolar está a crescer. Na Europa, a violência na escola está ligada à exclusão social e é um assunto que a democracia deve combater. Mas não é assim em todos os países.Quer dizer que a violência pode não estar ligada à exclusão?Em muitos países pobres africanos e da América Latina a violência escolar não é um problema porque a comunidade protege a escola. Para ela, a escola é um capital social, é uma oportunidade para sair da pobreza, enquanto noutros países, na Europa e EUA, a escola é vista como um inimigo. No Brasil, nas favelas onde não há saneamento, a escola é o único bem e os professores têm até 80 alunos na sala de aula e não há problemas de violência.Significa que depende do contexto onde a escola se encontra?É o que vamos discutir neste congresso: A violência em contexto. Como é que o contexto pode fazer parte da solução? Sabemos que há dezenas de milhares de alunos, em todo o mundo, que odeiam o clima escolar.Porque a escola continua a ser igual desde a revolução industrial e recebe públicos para os quais diz não estar preparada?Os professores não são preparados para intervir. Por exemplo, uma hospedeira é treinada para reconhecer o stress de um passageiro, um quadro bancário para a gestão e dinâmica de grupo, e os professores não. Em termos políticos, é uma prioridade repensar a formação. A maneira como se gerem os conflitos é muito importante, há necessidade de formar os professores também para trabalhar em equipa. Se não houver esse trabalho de equipa, a porta da escola está aberta para entrar a cultura de violência. Não podemos mudar a família ou a sociedade, mas podemos mudar a maneira como se trabalha na escola. A pedagogia pode contribuir para a solução.Os alunos precisam de gostar da escola?O sentimento de pertença à escola é uma das chaves. Se um professor ou um aluno está isolado, corre maior risco de ser vítima de violência. Por isso, é preciso apostar na boa convivência escolar. É uma necessidade criminológica para nos proteger da violência escolar, porque os agressores não são corajosos, são jovens que atacam e roubam os da mesma classe social. Se há uma equipa a funcionar na escola, as agressões podem reduzir-se.E as câmaras de vídeo ou a polícia à porta da escola?Há escolas com os portões fechados e videovigilância. São meios que podem tornar-se perigosos porque os alunos interpretam que a escola os quer vigiar e controlar, bem como aos amigos e à família. O desafio é evitar a violência de exclusão, ou seja, aquela que é feita fora da escola contra a polícia, os transportes públicos, os bombeiros, porque essa é mais difícil de controlar. As escolas devem criar regras claras contra o bullying. Quais devem ser as responsabilidades dos governos?Formar professores para saberem gerir conflitos. Tomar medidas de apoio às vítimas, mas também de apoio aos agressores. Não basta agitar o cassetete, os Governos devem dar uma resposta que não seja dura e imediata, mas de longo prazo. Os governantes sentem um enorme fascínio pela repressão da violência extrema e isso deve-se à pressão mediática. Não há imagens da pequena violência, diária e repetida; mas há das consequências de um tiroteio num liceu norte-americano, que passam repetidamente na televisão. As políticas públicas devem dirigir-se à pequena violência.




Origens e causas da violência escolar O que está na origem da violência escolar?
Não há uma causa, mas muitas que estão ligadas. A escola, a família, a comunidade... Sabemos que se os pais forem muito disciplinadores, que inflijam castigos corporais, pode haver mais violência; mas o contrário também pode dar origem a violência, ou seja, se os pais não exercerem qualquer controlo. O modo como se educa pode ser uma das explicações, mas não é a única. Não se pode falar de determinismo.
Há novas formas de violência escolar?
O cyberbullying é um problema novo, ainda não há dados quantitativos, mas muitos inquéritos revelam que há um aumento. É o mesmo problema que o bullying, o meio usado é que é diferente.
Quem são as vítimas?
São os alunos, sobretudo rapazes, vítimas de violência física; há menos vítimas do sexo feminino e a forma de violência exercida é condená-las ao ostracismo. Não posso dizer que seja pior, porque a violência física é acompanhada de violência verbal. As consequências são muito importantes: o absentismo, maus resultados escolares, falta de auto-estima, por vezes, sentimentos de culpa.
No futuro, as vítimas podem tornar-se agressoras?
A maior parte das vítimas não se tornam agressoras. Mas acontece. O risco é que reproduzam esses comportamentos com os seus próprios filhos. Sabemos que 80 por cento dos casos dos autores de massacres nos EUA foram vítimas de bullying.
Fonte: Público

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lançamento do Projecto aLeR+

Criar uma cultura de escola em que o prazer de ler e a leitura são elementos centrais e transversais a todas as actividades é o principal objectivo deste projecto. A iniciativa aLeR+ é lançada no âmbito do Plano Nacional de Leitura e pretende criar uma cultura de escola, em que o prazer de ler e a leitura são elementos centrais e transversais a todas as actividades curriculares e extracurriculares.
aLeR+ pretende também envolver todos os elementos da comunidade educativa: alunos, docentes, não docentes, bibliotecários, famílias, voluntários, autarcas e todos os cidadãos e organizações da sociedade civil, salienta a tutela.
O projecto resulta de uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura, da Rede de Bibliotecas Escolares e da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas; é concebida com base no projecto Reading Connnects, do National Reading Trust, do Reino Unido.
O projecto Reading Connects integra uma rede de escolas em todo o Reino Unido e o seu impacto significativo na elevação dos níveis de literacia e na consolidação dos hábitos de leitura da população escolar é também realçado pelo Ministério da Educação. Refira-se ainda que 2008 é celebrado no Reino Unido como Ano Nacional da Leitura, uma comemoração que é aproveitada pela Reading Connects para a apresentação de actividades diversas, a realizar até Dezembro de 2008. Neste mês sugere-se a celebração de todas as formas de escrita e tecnologia focando, entre outros temas, a realidade virtual, o futuro da comunicação e o universo dos blogs. O projecto aLeR+ é lançado no dia 20 de Junho, com o apoio da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular e da Fundação Calouste Gulbenkian. O evento, que tem lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, prevê a apresentação de várias comunicações de convidados estrangeiros e nacionais, bem como um espaço para a colocação de perguntas.
Fonte: Texto Editores

Plano Nacional de Leitura

Exames: 100 mil alunos avaliados hoje a Matemática do 9º ano

O exame nacional de Matemática do 9º ano começou esta sexta-feira, pelas 9:00 horas, sendo que perto de 100 mil alunos estavam inscritos nesta prova, a segunda de duas obrigatórias para a conclusão do ensino básico.
As classificações da disciplina, a mais temida, assim como as referentes ao exame de Português, serão afixadas no próximo dia 11 de Julho. A nota vale 30% da classificação final, sendo o teste cotado de zero a 100, convertido depois de um a cinco.
No ensino secundário, realiza-se hoje, entre outros, o exame nacional de Física e Química A, 10º/11º e 11º/12º, estando inscritos 54.910 alunos. Esta é uma das principais disciplinas para os que querem seguir Medicina e uma das que tem mais estudantes inscritos.
Em 2007, o exame de Física e Química A do 11º ano figurava entre as três provas com a média mais baixa, 7,2 valores. Nesse ano, o Ministério da Educação decidiu anular uma questão daquela prova, alegando que uma incorrecção na formulação da pergunta «inviabilizava a concretização de uma resposta correcta».
Fonte: Diario Digital

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Melhoria de resultados nas provas de aferição 2008

Os resultados das provas de aferição em Língua Portuguesa e Matemática, realizadas pelos alunos dos 4.º e 6.º anos, que foram hoje divulgados às escolas, revelam uma melhoria face a 2007, reflectindo a realização de mais trabalho, orientado para objectivos claros, mais recursos e mais tempo dedicado ao estudo.
Um dos principais pontos a destacar é o aumento do número de alunos com resultados positivos, assinalável sobretudo em Matemática, disciplina onde os resultados eram tradicionalmente mais problemáticos.

As melhorias registadas na disciplina de Matemática, iniciadas no secundário em 2007 e no básico este ano lectivo, provam que o insucesso escolar não é uma fatalidade - é um problema, para o qual devem ser encontradas soluções adequadas.

Na base desta melhoria está mais trabalho reflectido e orientado para objectivos claros, mais recursos e mais tempo dedicado ao estudo.

Saliente-se, a propósito, no caso do básico, a importância da realização de provas de aferição universais, com resultados devolvidos às escolas e às famílias.

Esta devolução proporciona um conhecimento concreto do nível atingido pelos alunos e respectivas turmas, permitindo aos professores a identificação dos aspectos a melhorar.

Recorde-se que, em Outubro de 2007, foram, pela primeira vez, entregues às escolas os resultados individualizados dos alunos e das turmas, o que permitiu aos professores identificar as dificuldades e desenhar estratégias para a recuperação dos resultados.

Este imprescindível trabalho continuado e persistente, desenvolvido em várias frentes, envolvendo o Ministério da Educação, as escolas, os professores, os alunos e as famílias, tem sido feito desde 2005 e deverá prosseguir para os resultados continuarem a melhorar.

De várias medidas que contribuíram para os presentes resultados, mencionem-se, a título de exemplo:

A formação contínua, em Português e em Matemática, de milhares de professores do primeiro ciclo;

O Plano de Acção para a Matemática, concretizado em todos os agrupamentos de escolas;

O Plano Nacional de Leitura, que apetrechou e dinamizou as bibliotecas escolares de todos os agrupamentos;

A definição de orientações sobre os tempos de trabalho com os alunos do 1.º ciclo em leitura e em Matemática;

O reforço do Estudo Acompanhado, para os alunos dos 1.º e 2.º ciclos;

A disponibilização de um banco de mais de 3000 itens de Matemática;

A elaboração de brochuras de apoio científico e pedagógico, para os níveis do pré-escolar, dos 1.º e 2.º ciclos, em Matemática e em Língua Portuguesa.

1.º ciclo

Os resultados das provas de aferição do 1.º ciclo revelam que cerca de 90 por cento dos alunos do 4.º ano realizaram provas com sucesso, atingindo níveis de desempenho positivos, tanto em Matemática como em Língua Portuguesa.

Salienta-se uma recuperação significativa a Matemática, onde a percentagem de alunos com desempenho positivo passa de 81 por cento para 91 por cento.

O nível de Muito Bom é alcançado em Matemática por cerca de 15 por cento dos alunos, e, em Língua Portuguesa, por 6 por cento. Comparativamente, a percentagem de alunos com níveis de desempenho claramente insuficientes é muito residual (inferior a 1 por cento).

Adiante-se que as provas de Matemática e Língua Portuguesa, em 2008, são equivalentes em complexidade e dimensão às de 2007.

Enquanto a melhoria dos resultados se regista, sobretudo, nas componentes relativas ao conhecimento explícito da língua, as maiores dificuldades surgem na compreensão de textos informativos e poéticos, mais do que de textos narrativos.

Para mais informações, consultar os resultados das provas de aferição do 4.º ano [PDF]

2.º ciclo

Já no 2.º ciclo, os resultados indicam que os níveis de desempenho positivo nas provas de aferição foram atingidos por 90 por cento dos alunos em Língua Portuguesa e por 82 por cento em Matemática.

Isto aponta para uma recuperação significativa a Matemática, onde a percentagem total de alunos com desempenhos positivos passa de 59 por cento para 82 por cento.

Tal como no 1.º ciclo, também neste é muito residual a percentagem de alunos com níveis de desempenho claramente insuficientes, tanto em Língua Portuguesa como em Matemática.

Por fim, as provas de Matemática e Língua Portuguesa, em 2008, são equivalentes em complexidade e dimensão, às de 2007

Para mais informações, consultar os resultados das provas de aferição do 6.º ano [PDF]

Fonte: Portal da Educação

Madeira: instaurado inquérito a caso de professor agredido por encarregado de educação

A Secretaria Regional de Educação madeirense vai instaurar um inquérito para apurar o caso do professor de uma escola do primeiro ciclo do Funchal que foi agredido ontem por um encarregado de educação.O professor da escola básica do primeiro ciclo com pré-escolar do Faial, na Estrada Visconde Cacongo, na freguesia de Santa Maria Maior, foi alegadamente agredido física e verbalmente no interior do estabelecimento, na zona da cantina.Na origem do problema estará o desagrado do encarregado de educação pela avaliação feita ao seu educando. O secretário regional da Educação madeirense, Francisco Fernandes, confirmou hoje a ocorrência, salientando que "não é uma situação normal" na região. Adiantou que será instaurado um "inquérito interno" e que a situação será participada às autoridades, pois o encarregado de educação "invadiu a escola", violando as regras de acesso ao estabelecimento escolar.
Fonte: Público

Alunos sofrem com exames

Os estudantes portugueses são dos que mais sofrem de stress, em todo o Mundo. É a conclusão de um estudo sobre «Desigualdades na saúde dos jovens», realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 41 países.
Os adolescentes portugueses sofrem com os exames, com as aulas e até com os trabalhos de casa. A investigação revela que mais de 70% das raparigas e mais de 60% dos rapazes sentem pressões relacionadas com a escola.
Os resultados obtidos colocam Portugal no topo da tabela, seguido de perto pela Escócia e pela Inglaterra. O lugar dos menos stressados é ocupado pela Áustria.
Fonte: TVI

Exames Nacionais: CDS-PP quer acabar com "erros nas provas" e propõe estrutura independente para conceber exames

O líder parlamentar do CDS-PP, Diogo Feio, propôs hoje ao Governo a criação de uma estrutura autónoma e independente responsável pela concepção dos exames nacionais, para evitar "erros nas provas" e nas "directrizes do ministério da Educação".
Em conferência de imprensa, o deputado Diogo Feio considerou "inaceitável que todos os anos" se repitam críticas aos exames nacionais do ensino básico e secundário, nomeadamente por parte das sociedades científicas.
Diogo Feio defendeu que os responsáveis políticos devem "aceitar e ouvir" aquelas críticas e adiantou que irá questionar a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre o assunto, na próxima ida da governante à comissão parlamentar de Educação, prevista para terça-feira.
No projecto de resolução hoje apresentado, o CDS-PP sustenta que "têm surgido repetidamente problemas na área relativa a exames, destacando-se erros nas provas e nas directrizes do ministério da Educação".
Diogo Feio propôs ao Governo que crie, através de concurso nacional ao qual podem concorrer universidades portuguesas, uma "estrutura autónoma e independente responsável pela concepção de exames nacionais para todos os ciclos".
O Governo seria a entidade fiscalizadora "relativamente a toda a estratégia de avaliação independente", de acordo com o diploma.
Diogo Feio propôs ainda a criação de um "banco de perguntas", no seguimento do que se faz nos EUA, "com milhares de questões previamente testadas" a incluir nos exames nacionais.
O diploma salienta que, no modelo norte-americano, um grupo de especialistas avalia as questões propostas, que terão que ser em dobro das necessárias, e fazem testes piloto a pequenos grupos de alunos.
Depois de aprovadas pela comissão de especialistas, são colocadas na base de dados e são avaliadas na sua eficácia através dos exames.
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou quarta-feira "um erro" as críticas da Associação de Professores de Português (APP) ao exame nacional da disciplina do 12º ano, realizado segunda-feira por 60 mil alunos.
Segundo a APP, o primeiro grupo da prova suscitou "algumas dúvidas", já que foi usada a terminologia linguística em revisão, e o texto final poderá ter levado os estudantes a falar de Padre António Vieira no tema de desenvolvimento, quando o autor não integra o programa do 12º ano.
Fonte: visaonline

Provas de Aferição 2008 - Sociedade Portuguesa de Matemática diz ser impossível comparar resultados com anos anteriores

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considera que é impossível saber se os alunos melhoraram a matemática a partir das provas de aferição, porque estes testes têm critérios e níveis de dificuldades diferentes todos os anos.
Dados divulgados hoje pelo Ministério da Educação (ME) revelam que quase dois em cada dez alunos obtiveram negativa na prova de aferição de Matemática do 6º ano, um resultado bastante melhor que o registado o ano passado, quando 41 por cento dos estudantes chumbaram no exame.Como é habitual, os alunos do 4º ano registaram melhores resultados que os colegas do 6º, com apenas 8,8 por cento dos alunos a obterem nota negativa, dos quais 0,4 por cento com nível E.Em 2007, quatro em cada dez alunos do 6º ano tiveram nota negativa na prova de aferição de Matemática, enquanto no 4º ano quase 20 por cento dos alunos teve «Não Satisfaz».«Ninguém sabe comparar os resultados das provas, porque estas têm sido feitas com critérios e com graus de dificuldades diferentes pelo que não é possível chegar à conclusão de que os alunos estão melhores assim como não é possível concluir que estão piores a matemática», disse à Lusa o presidente da SPM, Nuno Crato.«O ME não tem conseguido fazer provas de aferição e, em geral, exames que sejam fiáveis e que permitam obter dados que sejam medíveis de ano para ano», considerou.
Nuno Crato recordou que, já na altura das provas de aferição, a SPM considerou que estas foram demasiado fáceis para o nível de escolaridade dos estudantes e que, por isso, os resultados dos alunos poderiam ser bastante piores se os enunciados fossem «mais exigentes».Mais de 230 mil alunos dos 4º e 6º anos de escolaridade realizaram em meados de Maio as provas de aferição, cujas classificações não contam para a nota final dos alunos, servindo para uma reflexão colectiva e individual sobre a adequação das práticas lectivas, segundo o ME.
Fonte: Sol

Provas de Aferição 2008 - resultados: Professores cépticos com resultados das provas

A crer nos resultados, o sistema de ensino melhorou exponencialmente num ano. Há menos de metade das negativas do ano passado nas provas de aferição de Matemática e Português. A ministra congratula-se, os professores dizem que é impossível.
A primeira crítica é a do facilitismo e Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, agarra num simples exemplo: na prova de Matemática do 6.º ano, a dada alínea, pergunta-se ao aluno, munido de calculadora, qual é o quadrado de 100. "Ainda se fosse um número mais complicado, mas não. É demasiado fácil". E "há muitas" perguntas nesta linha.
Resultado: apenas 18,3% dos alunos do 6.º ano obteve um resultado negativo a Matemática, contra 41% em 2007. "Desceu para menos de metade. É ridículo! Isto só é possível com provas mais fáceis", diz Nuno Crato. Uma crítica que a ministra Maria de Lurdes Rodrigues considera "desajustada". "Só 5% dos alunos consegue resolver a totalidade da prova, isso diz-nos alguma coisa, não?", questiona, preferindo realçar o "trabalho" desenvolvido pelo Ministério da Educação (ME), pelas escolas e pelos professores.
As provas de aferição (realizadas em Maio por mais de 230 mil alunos dos 4.º e 6.º anos de 6883 escolas) revelam, efectivamente, um país mais sabedor. No caso da Matemática - "disciplina onde se pensa que há uma fatalidade, mas não há fatalidade nenhuma", diz a ministra - apenas 1,8% dos estudantes do 6.º obteve a nota mais baixa. No ano passado, tinham sido 6,6%. Na outra ponta da tabela, 8,9% conseguiu uma classificação de "Muito Bom" (contra 2,7% em 2007).
No 4.º ano, as negativas são menos 10,9% do que ano passado. Quanto aos alunos com "Muito bom", foram agora 15,4%, único nível em que se registou uma descida face aos 18,5% de 2007. Diz o ME que as melhorias do 1.º ciclo são nos "números e cálculos", enquanto o 2.º ciclo melhorou em "geometria e medida".
No Português, as notas positivas no 6.º ano são mais 8% do que em 2007 e os "Muito bom" passaram de 1,1% para 4,6%. Aumentou também a percentagem de provas classificadas com "Bom" (34,2%), enquanto diminui a de provas com "Satisfaz" (54,6%).
No 4.º ano, a quantidade de positivas manteve-se, enquanto o número de melhores notas desceu 4,4%. É prova, insiste a ministra, de que não há facilitismo. As dificuldades, diz, são visíveis na compreensão de textos informativos e poéticos. Sem ter recebido os resultados, a Associação de Professores de Português preferiu não os comentar.
Para Maria de Lurdes Rodrigues, as melhorias devem-se à implementação do Plano de Acção para a Matemática e do Plano Nacional de Leitura. Mas não só. Realça todo o trabalho feito, que implicou não só formação de professores, como novas orientações para os tempos de trabalho com alunos em leituras e Matemática e o reforço do estudo acompanhado. "Estes resultados provam que é possível melhorar a prestação dos alunos com trabalho continuado e persistente, quando se disponibilizam às escolas meios e recursos".
"A última vez que a ministra alegou as vantagens do Plano de Acção para a Matemática, antes dos exames de 2007, a percentagem de aprovações desceu de 37% para 27%", recorda Nuno Crato. E lembra uma crítica feita logo após a realização das provas de aferição: "O ME não está a fazer provas fiáveis, com critérios que permitam comparar com resultados de anos anteriores. Teriam que ser feitas provas minimamente semelhantes e há técnicas para isso". A única medida fiável de que Portugal dispõe, diz, é o estudo internacional PISA, segundo o qual em 2003 a pontuação dos portugueses era de 466, resultado que subiu para 467 três anos depois.
Fonte: JN

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)