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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Conclusões do discurso da Ministra da Educação na Conferência de lançamento do Quadro Europeu de Qualificações

Para concluir, permitam-me que saliente duas contribuições fundamentais tanto do Quadro Europeu de Qualificações como dos outros instrumentos referidos da cooperação europeia nos domínios da educação e da formação.
Em primeiro lugar, essa cooperação estimula e permite o desenvolvimento de políticas integradas e transversais, envolvendo cidadãos, agentes e parceiros, que aumentam as possibilidades de formação dos indivíduos, tanto através das vias gerais como das profissionais, tanto através de percursos formais como validando competências adquiridas ao longo da vida.
Da cooperação europeia resultam vantagens não só no plano colectivo, pelo aumento global da mobilidade, das qualificações e das competências que induzem, como no plano individual, pelas oportunidades que abrem aos cidadãos europeus.
Em segundo lugar, a cooperação em matéria de educação e de formação contribui quer para os objectivos económicos, quer para o reforço da agenda social e de coesão.
Competitividade económica e capacidade de inovação, crescimento do emprego e luta contra a exclusão social e as desigualdades, objectivos centrais da Estratégia de Lisboa, ficam menos distantes com medidas que aumentam a transparência, a mobilidade e as oportunidades de educação e de formação dos cidadãos europeus.
O Quadro Europeu das Qualificações e variados dispositivos institucionais que permitem, apoiam e estimulam a aprendizagem ao longo vida são instrumentos de intervenção complementar entre o domínio social e o domínio económico.
As políticas de educação e de formação, porque promovem a ligação entre as políticas económicas e as políticas sociais, desempenham um papel estratégico na construção de círculos virtuosos entre medidas que visam o aumento da competitividade e medidas que procuram reduzir a exclusão e as desigualdades.
Espero que a Conferência seja uma oportunidade para o conhecimento e a disseminação de boas práticas e, portanto, uma plataforma para o reforço da cooperação europeia nos domínios da educação e da formação.
Fonte: Portal da educação

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)