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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Óculos para alunos carenciados

"Consegues apanhar as asas da mosca?". À pergunta do "doutor" Daniel Severo, o pequeno Rafael responde com um sorriso tímido. Os óculos que colocou para ver a representação do insecto preenchem a quase totalidade do rosto esguio, mas são necessários para que aquele aluno do 1.º ano da Escola Básica do Bairro da Ponte, das Caldas da Rainha, conclua o rastreio oftalmológico que, até final desta semana, vai abranger as 474 crianças que entraram este ano lectivo para a escola. Quem tiver problemas de visão, mas pertencer a uma família carenciada, terá a possibilidade de receber uns óculos pelo preço simbólico de 10 euros.O programa "Ver 1.º", lançado pela Câmara, em conjunto com a associação Malhoa (de intervenção social), centro de saúde e óptica Oculista do Parque (empresa local que se disponibilizou a apoiar a acção), "é uma forma de garantir o rastreio a todas as crianças", explicou o vereador da Educação, Tinta Ferreira. Além disso, "todas as que virem mal receberão um par de óculos. O preço simbólico visa responsabilizar a criança e a família para cuidarem bem de um objecto tão precioso", justifica. Os alunos carenciados estão já devidamente identificados. São 131, esclarece o vereador, que encara este projecto como uma missão. "À falta de visão, surgem associados outros problemas como dores de cabeça, dificuldades do ponto de vista motor e atrasos na aprendizagem", sublinha, considerando que "a importância da visão é muito grande para a vida das pessoas". O presidente da Câmara, Fernando Costa, garante que "nenhuma criança carenciada ficará sem óculos, mesmo que não possa dar os 10 euros". Prevendo investir nesta causa, cerca de cinco mil euros, o autarca está optimista quanto à continuidade do programa.
Fonte: JN

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)