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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Um em cada cinco alunos do Secundário já consumiu

Um em cada cinco alunos do ensino secundário já consumiu drogas e quase 90% admite ter bebido álcool, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto da Droga e toxicodependência (IDT).
Segundo os dados preliminares do Inquérito Nacional em Meio Escolar do IDT, cujos resultados finais serão divulgados em Dezembro, o consumo de álcool, tabaco e droga tem vindo a diminuir desde 2003, tanto no terceiro ciclo como no secundário.
O número de jovens do 10.º ao 12.º anos que consumiu bebidas alcoólicas pelo menos uma vez caiu quatro pontos percentuais (de 92 para 88%), enquanto o consumo de drogas desceu sete pontos, rondando os 20%. Também o tabaco regista uma diminuição entre os estudantes do secundário, passando de 68 para 56%.
Em relação ao terceiro ciclo do ensino básico, 60% dos alunos já experimentaram bebidas alcoólicas, um valor que atingia os 68% em 2003, enquanto o consumo de tabaco caiu dos 49 para os cerca de 35%.
No entanto, o consumo de drogas entre os alunos deste nível de escolaridade manteve-se praticamente inalterado, pouco acima dos dez por cento.
Em relação ao tipo de drogas, a cannabis continua a ser a substância mais experimentada, apesar de ter passado de 9,2 para 8,2% entre 2002 e 2006, de acordo com um outro relatório, realizado com base num inquérito a alunos do 6.º, 8.º e 10.º anos.
O consumo de ecstasy também desceu, de 2,2 para 1,6%, assim como a cocaína, que baixou ligeiramente (1,7 para 1,6). Por oposição, o consumo de heroína e LSD registou uma leve subida, passando para 1,4 e 1,8%, respectivamente.
Fonte: Expresso

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)