TEK.SAPO Novos portáteis no programa e-escolas PÚBLICO CD-Roms para ajudar estudantes a lidar com o stress LUSA Alunos de secundária de Gaia acusam GNR de ameaças e agressão, o que corporação desmente RTP Professora intimidada por aluno em escola secundária da Maia CORREIO DA MANHÃ Aluna constituída arguida aos 9 anos

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Comentário do Secretário Adjunto da Educação ao PISA 2006

Pela terceira vez consecutiva, os resultados dos alunos portugueses no PISA deixa muito a desejar. O estudo, levado a cabo pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) pretende medir o nível de conhecimentos dos estudantes em Ciências, Matemática e Língua Materna. Num universo de 57 países, a OCDE avaliou o desempenho dos alunos de 15 anos e em nenhuma das matérias analisadas as notas nacionais conseguiram alcançar a média dos países da OCDE. A Finlândia voltou a liderar a tabela, seguida por Hong Kong e pelo Canadá.
Portugal ficou em todas as disciplinas abaixo da média, com especial destaque para a Matemática onde o comportamento dos alunos portugueses foi o pior das três disciplinas. A tabela utilizada pelos especialistas da OCDE converte os resultados nacionais, fixando os 500 pontos como a média a reter, correspondendo à média normalizada obtida pelo conjunto dos países . Assim, comportamentos nacionais acima desse valor são considerados bons, abaixo destes resultados, os índices são baixos. É com base nesta tabela, então, que se avalia o desempenho nacional. Em Ciências, os estudantes portugueses obtiveram 474 pontos, em Leitura 472 e em Matemática apenas 466. Para Jorge Pedreira, secretário Adjunto da Educação os números "não são uma surpresa" e representam mesmo "um desenvolvimento dentro do esperado". Os números obtidos por Portugal nas edições anteriores do PISA (Programme for International Student Assessment) pouco variam em relação aos resultados agora obtidos. Nesse sentido, o responsável governamental reconhece que "estamos aquém do desejado", masJorge Pedreira salienta,que a análise dos resultados demonstra que "existe uma proporção grande de alunos com reprovações de um ou mais anos de escolaridade". Ou seja, há uma desvantagem real dos jovens portugueses em relação aos seus colegas estrangeiros. Esta elevada taxa de reprovações, para Jorge Pedreira, "mostra que o sistema de ensino é exigente, mas que as reprovações não são um factor de progressão".
Fonte: Expresso

Relatório Nacional do PISA 2006
Relatório Global da OCDE

Para subscrever o Noticiasdescola

Pesquisa personalizada

Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)