O presidente da Associação Nacional de Professores (ANP) considera que os números revelados hoje pelo programa Escola Segura são resultado de "uma maior importância" dada ao fenómeno da violência escolar, mas continuam a ser "excessivos".
"Não vamos cair na indiferença só porque os números diminuem. Os números não podem ser considerados normais, são mesmo excessivos", disse à Lusa o presidente da ANP, João Grancho, a propósito dos dados hoje apresentados pelo programa Escola Segura, que dão conta de que no ano lectivo 2006/2007 foram registadas 185 agressões e tentativas de agressão a professores, contra 390 no ano anterior.
João Grancho diz que estes números são "resultado de uma maior importância dada a este fenómeno e a um abandonar por parte do Ministério da Educação de um discurso de aligeiramento em relação ao problema", mas sublinha que se referem apenas a casos reportados às autoridades.
Sobre a linha telefónica de apoio "SOS Professor", da ANP, João Grancho revelou que desde 17 de Setembro passado até ao hoje foram registadas 19 agressões físicas e 27 agressões verbais a professores, com principal incidência nos distritos de Lisboa e Porto, que "representam um ligeiro aumento em relação ao mesmo período no ano anterior".
Fonte: Lusa
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Números da violência escolar revelam "maior importância" dada ao fenómeno, mas ainda são "excessivos" - ANP
Etiquetas: Violência escolar
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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