Cria jogos em PowerPoint, coloca os alunos online com outras escolas e só permite o uso da calculadora em casos complexos. Isabel Martins estreou o Prémio Pitágoras. É com empenho que passa horas ao fim-de-semana à volta do computador a criar novos problemas para levar para a escola. Isabel Martins, professora de Matemática na EB 2,3 Dra. Maria Alice Gouveia, em Coimbra, não contabiliza esse tempo. O que verdadeiramente lhe importa é ensinar e que os seus alunos estejam atentos e aprendam o que a disciplina dos números tem para dar. A abordagem e a metodologia de Isabel Martins, 35 anos de ensino e 56 de vida, valeram-lhe o Prémio Pitágoras, distinção atribuída pela primeira vez em 2007 pela Sociedade Portuguesa de Matemática. Isabel Martins sabe que tem de lidar com a geração das novas tecnologias. "É a miudagem do multimédia e é através da imagem e do som que tento captar a atenção dos meus alunos", revela. Tem o privilégio de ensinar numa sala com 14 computadores, mas não dispensa o uso de materiais como a régua, o esquadro, o lápis. Por isso, antes dos seus alunos usarem, por exemplo, o programa de geometria dinâmica, há que utilizar as ferramentas de desenho. "Têm de aprender das duas maneiras." E a calculadora só está presente quando se justifica. "Para fazer contas elementares, não está em cima da carteira. A calculadora está presente quando entendo que é necessário. Os alunos precisam do cálculo mental, de fazer contas, de saber a tabuada", defende. Uma forma de combater esse "défice de cálculo mental".
Fonte: educare.pt
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Contar a história dos problemas matemáticos
Etiquetas: Matemática, Professores
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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