A "diversidade" de alunos nas escolas e o apelo à "distracção" pelos media podem justificar a indisciplina nas escolas, um fenómeno que sempre existiu, mas que tem hoje maior divulgação, defende uma investigadora da área da educação.
"Há um público mais diversificado, a escola democratizou-se e há outros códigos culturais, outras maneiras de estar e de pensar que não são compatíveis com os valores que a escola pede. A escola alargou-se mas não se modificou e a sua estrutura já vem muito de trás", explicou à Lusa a investigadora do departamento de educação da Faculdade de Ciências de Lisboa Maria Benedita Melo.
Este é um problema "generalizado" do primeiro ciclo à universidade onde, segundo a investigadora, as "diferentes etnias, diversas culturas e graus económicos distintos" estão em dissonância com o modelo escolar.
Face ao problema, a socióloga salientou, no entanto, que, "apesar de tudo", hoje em dia não há mais indisciplina, mas sim mais divulgação.
"Tem-se muito a ideia de que no passado é que era bom, mas não é verdade. Alguns estudos têm demonstrado que não há mais miúdos indisciplinados, há é mais divulgação. Antes não havia telemóveis, mas jogava-se à batalha naval", explicou.
Para a investigadora, a influência dos media e de uma cultura visual que "apela mais à distracção do que ao trabalho e mais ao lazer do que ao esforço" contribui também para a "resistência" dos alunos à disciplina.
"Mas isto é um problema generalizado e diversos estudos demonstram que estas questões são recorrentes nas escolas europeias", concluiu.
Para a socióloga, a indisciplina não existe apenas nas escolas e baseia-se no aparecimento de "uma atitude diferente entre os mais novos e os mais velhos".
Fonte: Rtp.pt
segunda-feira, 31 de março de 2008
Indisciplina é realidade antiga, agora mais divulgada - especialista
Etiquetas: Violência escolar
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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