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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Estatuto do aluno - Ministra da Educação comenta posição do CDS-PP

A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, acusou hoje o CDS/PP de estar a prestar «um mau serviço aos jovens» ao difundir a ideia de que é possível faltar e passar de ano.
«É uma mentira redonda e o CDS/PP está a lançar a confusão. Eu gostava de dizer, com muita clareza, aos jovens e às famílias que não é verdade que, se faltarem, podem passar, pois isso não está escrito em nenhum ponto do estatuto do aluno», frisou a Ministra da Educação.
Maria de Lurdes Rodrigues sublinhou a ideia de que «se os alunos faltarem, vão ter de se confrontar com novas exigências e vão ser obrigados a prestar contas». «Aquilo que nós temos agora é uma nova exigência, o aluno falta e será chamado a atenção e serão tomadas medidas preventivas e correctivas do seu comportamento absentista«, esclareceu a ministra.
A responsável pela pasta da Educação frisou a ideia de que o objectivo é precisamente combater as faltas justificadas ou injustificadas, excepto nos casos em que as mesmas não dependem da vontade do aluno, como a doença, por exemplo.
«O que acontece agora é que as escolas têm autonomia para avaliar e intervir para corrigir o comportamento do aluno podendo, se assim o entenderem, chamar os pais logo à primeira falta do jovem», sublinhou. A ministra da Educação pretende acabar com o conceito das faltas justificadas e injustiçadas, por considerar que esse conceito se aplica ao mundo laboral, mas não às escolas. Contrariamente, acrescentou, »o antigo estatuto, no qual o CDS tem responsabilidade porque fazia parte do Governo quando foi elaborado, burocratizava a intervenção das escolas e dos professores«. «Para repreender um aluno era preciso meter um requerimento. O actual estatuto visa restituir a autoridade às escolas e aos professores», disse.
O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou sábado em Mirandela, Bragança, que vai fazer uma interpelação ao Governo, na Assembleia da República, sobre a política de Educação logo após o debate do Orçamento de Estado.
O líder do CDS pretende com esta iniciativa denunciar o que considera «os erros da ministra da Educação», nomeadamente em relação ao novo Estatuto do Aluno, e «demonstrar que há outro caminho».
Paulo Portas quer que a ministra Maria de Lurdes Rodrigues explique «como é que começou por combater as faltas dos professores e agora acaba a institucionalizar e a facilitar as faltas do alunos».
Maria de Lurdes Rodrigues considerou hoje que é «muito mau dizer publicamente aos jovens que podem faltar à vontade porque nada lhes acontecerá de mau, porque isso não é verdade».
«Pelo contrário, as escolas terão outros meios para intervir, para os obrigar a compensar o tempo de trabalho que não deram à escola nem a si próprios para o seu desenvolvimento», acrescentou.

Fonte: Diário Digital

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)