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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Resultados dos Exames Nacionais de 2007 - destaques

  • 65% das escolas públicas e privadas obtiveram média positiva na primeira fase do exame nacional de Matemática do 12º ano, um valor quase quatro vezes superior ao registado em 2006
  • duas em cada três das 594 escolas com ensino secundário onde se realizaram provas nacionais à disciplina conseguiram ter média igual ou superior a 9,50 valores, numa escala de zero a 20 valores
  • a melhoria das classificações registada em 2007 é ainda visível na média nacional alcançada nas 30.114 provas realizadas na primeira fase por alunos internos, que se fixou pela primeira vez na positiva, nos 10,6 valores
  • entre as dez escolas com melhor prestação no exame relativo ao programa novo de Matemática do 12º ano, as privadas dominam, com apenas três públicas a surgir na lista
  • com 17,8 valores, mas com apenas um exame realizado, a Escola Básica com Secundário de Mêda, no distrito da Guarda, ocupa a primeira posição, seguida do Externato Horizonte, Porto, com 17,8 valores de média em duas provas efectuadas
  • o Colégio Valsassina, em Lisboa, que o ano passado liderava esta tabela, está este ano no terceiro posto, com 17,58 valores de média em 25 provas; o Colégio São João de Brito, igualmente em Lisboa, alcançou o quarto lugar nesta disciplina, com uma média de 16,91 valores em 63 exames; entre as dez com melhores resultados, seis são do distrito de Lisboa
  • as escolas públicas surgem em maioria no fim da tabela, ocupando seis das últimas dez posições, apesar disso, o colégio privado Maior Camilo Castelo Branco, no Porto, à semelhança do que sucedeu o ano passado, é o estabelecimento de ensino com resultado mais baixo, com apenas três valores de média, seguem-se a Escola Básica Integrada de Pampilhosa da Serra, em Coimbra, com 3,23 valores, e a Secundária do Alijó, em Vila Real, com 3,70.
  • na análise ao exame nacional de Matemática às 30 melhores escolas, figura o equilíbrio, com 14 estabelecimentos públicos e 16 privados; em 2005, os colégios privados eram os únicos a figurar na lista das dez escolas com melhor resultado à disciplina, enquanto da tabela das dez piores constavam apenas escolas públicas
  • oito das dez escolas que alcançaram a média mais alta no exame nacional de Português B do 12º ano são privadas, ao contrário do ano passado, quando as públicas dominavam a lista das melhores à disciplina;
  • a disciplina de Português B, obrigatória em todos os agrupamentos de estudos à excepção de Humanidades, foi a que registou o maior número de exames realizados por alunos internos (43.266)
  • entre os estabelecimentos de ensino com a melhor prestação nesta prova, seis dos quais localizados no distrito do Porto, o Colégio Cedros, em Vila Nova de Gaia, ocupa o primeiro lugar, com 15,33 valores de média, nos nove exames realizados, na última posição figura o Externato Rainha Santa, no concelho de Fronteira, Portalegre, com apenas 6,78 valores
  • as escolas privadas estão em maioria entre as dez que tiveram a média mais alta, já as públicas estão em maior número no fim da tabela, ocupando seis dos dez últimos lugares quase noventa por cento dos estabelecimentos de ensino tiveram positiva nesta prova, com 530 das 594 escolas onde se realizaram exames a Português B a ultrapassar os 9,5 valores de média. Nas cerca de 43 mil provas realizadas, a média dos alunos atingiu os 11,29 valores a nível nacional, menos 0,6 do que no ano passado

Fonte: Diário Digital

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)