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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mais de 50 empresas ajudam a pagar creches

Mais de 50 empresas incluem na folha de remunerações dos seus trabalhadores um "cheque" destinado a co-financiar as despesas com as creches dos seus filhos. Para os trabalhadores, constitui um reforço salarial, enquanto para as entidades patronais é uma forma de isentar parte da remuneração das contribuições para a Segurança Social, além de poderem deduzir este custo em 140% para efeitos fiscais. A Accor Services é uma das duas companhias que em Portugal comercializa este produto, o que acontece desde 1999. Neste momento, a Accor conta com mais de 50 empresas clientes e uma rede de cerca de 500 estabelecimentos escolares que aceitam o cheque creche como forma de pagamento. Entre estas instituições estão, na zona de Lisboa, os colégios Planalto, St. Julians International School, St. Dominics, Salesianos, Colégio Valsassina, S. João de Brito, Santa Casa de Misericórdia, entre outros. O cheque cobre, parcial ou totalmente, as despesas com as escolas de crianças até aos sete anos. Não existem limites mínimos nem máximos, embora as comparticipações variem, em média, entre 100 e 200 euros para os quadros médios, e 400 euros e o total do custo mensal para os quadros superiores. Estas somas estão isentas de taxa social única (de 11% para o trabalhador e 23,75% para a empresa) e o empregado fica ainda dispensado de pagar IRS.
Fonte: DN
Mais informações sobre o Cheque Creche: http://www.accorservices.pt/pt/solutions/desenvolver/chequecreche/index.asp

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)