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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Praga de pedofilia nas escolas - 4,5 milhões de alunos dos EUA foram vítimas de abuso sexual

Entre 2001 e 2005, mais de 2500 professores norte-americanos foram punidos pelo crime de assédio sexual, revela a Associated Press (AP). O fenómeno já é considerado uma "praga" nas escolas dos EUA. A reportagem da AP revela que acontecem, em média, três casos diários de assédio em cada estabelecimento de ensino do país. Ou seja, 4,5 milhões de alunos foram objecto de abuso sexual por um professor ou funcionário de uma escola, nos últimos anos. Mas o número poderá ser maior, já que apenas um décimo das vítimas apresenta queixa sobre os agressores.
Em relação aos 2570 educadores castigados por este tipo de crime, estima-se que 1800 das vítimas tenham sido estudantes. E que nove em cada dez abusadores sejam homens. "Em cada escola do país há pelo menos um abusador. Pelo menos um", enfatiza Mary Jo McGrath, advogada que passou 30 anos a investigar casos de má conduta sexual nas escolas.
Embora a sociedade americana esteja mais alerta para o problema, há muitos pais que negam o problema, recusando-se a acreditar que um professor possa também ser um predador sexual. E não faltam casos como o de uma rapariga do Ohio, que se queixou do professor e acabou por ser expulsa do liceu.
Em Portugal não há estatísticas sobre o fenómeno. "O nosso país não será muito diferente dos outros. Mas é preciso lembrar, que por exemplo, há muito mais professores do sexo masculino nos EUA do que em Portugal", sentencia Ana Vasconcelos. A pedopsiquiátra já recebeu jovens pacientes que se queixavam de assédio de professores de educação física.
Um dos últimos casos mais mediáticos deu-se em Junho de 2006. Um professor da Escola Gonçalves Carneiro, em Chaves, foi acusado de "meter a mão por dentro da camisola" de alunas do 6.º ano. Como retaliação foi agredido pelos pais de duas alunas no parque de estacionamento da escola. A revelação originou um processo de averiguação por parte da Escola e da Direcção Regional de Educação do Norte. Um ano antes, em Dezembro de 2005, um docente foi detido pela Polícia Judiciária por suspeita de molestar sexualmente uma aluna menor e tirar fotografias impróprias às estudantes. O professor foi suspenso pela DREN.
Curioso é um estudo sobre assédio sexual na escola, de alunos da Escola Secundária Soares Basto, em Oliveira de Azemeis, do ano lectivo 2006/2007. Dos 138 inquiridos, cinco responderam afirmativamente. Desses cinco, três declararam ter sido assediados por professores. Nenhum terá apresentado queixa.
Como alertar as crianças para o perigo?
1) Os pais devem falar com os filhos sobre o tema do assédio sexual, de modo genérico, adaptando o discurso à idade. Nunca devem personalizar o mal nos professores;
2) Os pais, como primeiros mestres dos filhos, devem adoptar alguma cumplicidade com eles sobre assuntos relacionados com a escola. Devem compreender o que se passa na sala de aulas e nos recreios e não reprimir o que dizem os filhos sobre o assunto;
3) Os pais não devem ter medo de cortar o acesso a sites mais perversos da Internet. Até aos 8 anos, as crianças não têm consciência moral para perceber o que vêem e muitas vezes tentam copiar comportamentos.

Fonte: Expresso

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)