Tal como nos exames do ensino secundário, as escolas com melhores desempenhos são sobretudo privadas e concentram-se no litoral do país.
E há estabelecimentos que, tendo o 3.º ciclo e o secundário, conseguem o pleno e surgir nos primeiros 20 lugares destas listas em ambos os níveis de ensino. É o caso dos colégios Cedros, Luso-Francês (ambos no Porto), Moderno e Manuel Bernardes (os dois em Lisboa), do Externato Marista de Lisboa e dos Salesianos do Estoril (Cascais).Outros distinguem-se pela negativa. Secundárias como a do Rodo ou a Prof. António da Natividade, ambas no distrito de Vila Real, não conseguem afastar-se das piores posições e figuram no fim das duas tabelas.Sem dispor de dados que permitam fazer a caracterização das famílias dos alunos e conhecer as características de cada comunidade escolar – o Ministério da Educação apenas fornece as classificações por estabelecimento de ensino –, resta um retrato de um sistema consideravelmente desigual no que respeita aos resultados obtidos pelos jovens no final da escolaridade obrigatória e do secundário. Em ambos os casos, as escolas do topo estão separadas por valores médios que representam o dobro do que é conseguido nos estabelecimentos do fim da tabela.O problema é que, em grande parte delas, não se nota evoluções positivas. Olhando para os últimos 50 lugares do ranking do secundário deste ano, em que é possível comparação com 2001 – o primeiro em que os órgãos de comunicação social tiveram acesso aos resultados dos exames por escola –, verifica-se que apenas meia dúzia melhorou as suas médias.Seis anos depois, as conclusões possíveis repetem-se. As escolas privadas continuam sobrerrepresentadas nos lugares cimeiros dos rankings e ainda não foi desta que uma escola pública chegou ao 1.º lugar da tabela. No caso do secundário, houve até um reforço desse domínio. Os estabelecimentos particulares ocupam 17 das primeiras 20 posições, quando em 2006 preenchiam 12.Mas, se se olhar para o número de alunos que cada estabelecimento levou a exame, factor importante nesta ordenação que apenas tem em conta os resultados nas provas, então a conclusão também pode ser esta: três das 20 escolas com melhores médias e em que se prestou um maior número de provas são públicas.O destaque deste ano vai assim para o Colégio Mira Rio, em Lisboa, cujas alunas obtiveram a média mais alta (14,79 valores) nas oito provas seleccionadas pelo PÚBLICO. Mas também para a Infanta Dona Maria, em Coimbra, que, tendo fi cado em 8º lugar no ranking, é a primeira das públicas a aparecer na lista. Teve meio milhar de exames – o Mira Rio apenas 48 – e a média foi de 13,46.Interior no final da listaMesmo assim, é notório o domínio do sector particular. Nestas escolas, realizaram-se 19 por cento do total de exames que foram tidos em conta. No conjunto dos 20 estabelecimentos com melhores médias, elas congregam mais de 70 por cento das provas realizadas nesse grupo. Estatais ou particulares, há pelo menos um factor que une estas instituições com melhores médias: todas se situam nos distritos de Lisboa, Porto e Coimbra e localizam-se em centros urbanos do litoral.E, no fim da lista, há distritos que aparecem mais do que uma vez: quatro escolas de Vila Real, duas da Guarda e duas de Portalegre estão entre as 20 com piores prestações. Há outra característica comum às escolas com ensino secundário que ocupam os três primeiros lugares. Todas pertencem à Cooperativa Fomento, ligada à Opus Dei, e onde rapazes e raparigas são ensinados à parte (uma quarta escola da Cooperativa Fomento, o Colégio Planalto, não figura nestas listas). As duas que se seguem estão também ligadas à Igreja Católica.Mas em que medida estas características explicam o sucesso dos alunos? Por que razão a Infanta Dona Maria, em Coimbra, consegue sistematicamente uma posição de destaque e a escola também pública situada a poucos metros de distância, a Avelar Brotero, fica bastante aquém? Por que razão há oscilações significativas de médias numa escola de um ano para o outro? E por que é que há estabelecimentos com bons desempenhos nas provas do 9.º e maus no secundário e vice-versa?Estas são apenas algumas das interrogações que os rankings permitem fazer. Quanto às respostas, só poderão ser dadas pelas escolas. Olhando para os números mais gerais, verifica-se que, apesar da melhoria das notas a algumas disciplinas do secundário, como Matemática, na totalidade das oito provas consideradas houve mais escolas a ter resultados médios abaixo dos 9,5 valores.Aconteceu com 28 por cento em 2006. Em 2007, subiu para os 38 por cento, ou seja, 230 tiveram uma média negativa.Quanto ao básico, uma em cada três escolas públicas (362 num universo de 1096) não consegue chegar aos 2,5 valores de média (numa escala de 1 a 5). No universo das privadas, tal acontece com apenas sete por cento (14 em 190). E é também privada a única escola que consegue uma média superior a 4 valores, uma prestação que valeu ao Externato As Descobertas, em Lisboa, o 1.º lugar do ranking. No entanto, apenas se realizaram aqui 28 exames.Olhando de baixo para cima, constata-se que há seis estabelecimentos de ensino, onde se incluem as antigas escolas industriais Fonseca Benevides e Marquês de Pombal, ambas em Lisboa, cujos alunos não conseguiram sequer chegar aos 2 valores de média.
Fonte: Público
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Análise aos resultados dos exames do 9.º ano
Etiquetas: Resultados exames nacionais 2007
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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