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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Alunos aprendem conteúdos através de telemóveis e MP3

O projecto, denominado ‘Geração Móvel’, permite aos estudantes ouvir as aulas de Português em qualquer lugar e a qualquer hora. Ideia promote revolucionar o conceito de ensino-aprendizegm no nosso país. Os alunos do 11.º do Curso Profissional de Manutenção Industrial-Electromecânica da Escola Secundária Carlos Amarante aprendem os conteúdos programáticos da disciplina de Português através de tecnologias móveis, nomeadamente telemóveis e leitores de MP3 e MP4.O projecto, completamente inovador a nível nacional, está a ser implementado por Adelina Moura, docente de Português/Francês há vários anos, no âmbito de uma estudo experimental que está a levar a cabo para a sua tese de doutoramento que está a desenvolver no Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho.
A docente criou um ambiente de trabalho na Net (geramovel.google-pages.com-/podcast) que pode ser redimensionado para telemóveis com acesso à internet, MP3 e MP4. Este novo conceito de ensino-aprendizagem, que constitui a principal ferramenta de trabalho em contexto de sala de aula, confere ao aluno uma maior autonomia - já que permite a cada um estabelecer o seu próprio ritmo de trabalho e /ou aprendizagem - e permitindo-lhes a aceder às matérias da disciplina (aulas, comentários e explicações sobre temas em estudo) em qualquer lugar e a qualquer hora. “Adormeci ao som da voz da setôra ao ler o Sermão do Padre António Vieira”, dizia um dos alunos a Adelina Moura.
Fonte: Correio do Minho

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)