A maioria dos manuais de Português do 4.º ano não contribui para os alunos perceberem o que lêem e contém textos incompreensíveis. É esta a conclusão do primeiro grande estudo sobre manuais escolares realizado em Portugal. A maioria dos manuais de Língua Portuguesa do 4.º ano não contribui para que os alunos compreendam o que lêem.
Esta é a principal conclusão do mais abrangente estudo sobre manuais escolares realizado em Portugal – e que aponta este factor como uma das principais razões para o mau posicionamento do nosso país nos índices internacionais de competências literárias na leitura.
O estudo foi feito no âmbito da dissertação de mestrado de Maria Regina Rocha, professora da Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, e inclui a análise de 12 manuais que, no seu conjunto, foram adoptados em mais de 94% das escolas do país. Ao todo, foram escrutinados cerca de 900 textos e seis mil perguntas. Nesses livros, é apontada como falha maior a escassez de propostas de actividades que levem os alunos a interpretar os textos e a identificar informação que não seja explícita. Mas também o número limitado de textos presentes nos manuais, a pouca diversidade de género e a inexistência de um corpo de autores de referência a ser indicado pelo Ministério da Educação são apontados como falhas na promoção de hábitos de leitura nos mais novos.
Fonte: SOL
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Manuais escolares contêm textos incompreensíveis
Etiquetas: Manuais escolares
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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