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terça-feira, 25 de março de 2008

Estudantes avaliam professores na Internet

Docentes em universidades e escolas técnicas na Suíça estão sendo qualificados por número de estrelas. Elas são dadas através de uma avaliação "online" feita pelos seus próprios alunos.
O site MeinProf.ch funciona desde dezembro do ano passado. Professores que recebem más notas reclamam do tratamento.


Desde que foi lançado, o site MeinProf.ch já recolheu duas mil e quinhentas avaliações. Para alguns professores elas trouxeram algumas surpresas, se bem que nem todas agradáveis. Se ensinar swahili, o idioma bantu falado em países como o Quênia, Tanzânia ou Uganda, garante boas notas, exortar as virtudes da informática ou da boa gestão não significa conquistar o coração dos estudantes.



Jochen Bigus, professor de administração de empresas na Universidade de Berna, é um dos que se admiram com os resultados. Na qualificação geral, seus alunos deram-lhe apenas 2,2 pontos (o máximo é cinco). No fator "satisfação nas aulas" a situação é até pior: 1,8 pontos. Ele admite estar "perplexo" com as notas que recebeu.



"Em minha opinião, o resultado está deturpado. Afinal, apenas seis estudantes me avaliaram. Nas avaliações internas da universidade, onde mais do que cem estudantes participam, minha avaliação é bem melhor", declara.


Bigus coloca o dedo no que considera como um ponto "frágil" do sistema de notação online. O número de avaliações é muito baixo, apesar de ser considerado pelos criadores do site como satisfatório. Isso faria com que as notas dadas pelos alunos não sejam realmente "representativas".


"De facto, precisamos dez vezes mais avaliações", admite Patrick Mollet, um dos responsáveis pelo site MeinProf.ch. "Para ser verdadeiramente representativo, é necessário ir além da comunidade de estudantes de língua germânica, para atingir a comunidade francófona e italófona".


Por outro lado, Mollet defende a iniciativa, argumentando que esta seria a única maneira de realizar uma avaliação pública e democrática do desempenho de cada professor nas universidades e escolas técnicas.


"Avaliações internas permanecem confidenciais. No final, elas são escondidas num lugar qualquer e ninguém sabe o seu conteúdo", avalia.
Fonte: swissinfo.ch

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)