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terça-feira, 18 de março de 2008

Inquérito internacional da OCDE sobre ensino e aprendizagem

O inquérito internacional sobre ensino e aprendizagem Teaching and Learning International Survey (TALIS) é o mais recente projecto de investigação desenvolvido no âmbito da OCDE, cujo foco principal se centra no ambiente de aprendizagem e nas condições de trabalho que as escolas disponibilizam aos professores.
A pesquisa TALIS pretende inquirir docentes do 3.º ciclo do ensino básico e os directores/presidentes das escolas onde trabalham, através de questionários distintos para os docentes e para os directores, que foram desenvolvidos na OCDE por um corpo representativo de professores - Trades Union Advisory Council (TUAC) - congregando elementos de cada país interveniente no projecto.

A sua aplicação será conduzida pelas instituições responsáveis em cada país, denominados Conselhos Nacionais. Em Portugal, a coordenação do estudo é da responsabilidade do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE), devendo contar, no terreno, com a colaboração de representantes das escolas - os "coordenadores de escola" - que prestarão aos professores toda a informação e ajuda necessárias para o preenchimento dos questionários, assumindo ainda um importante papel de ligação entre o estabelecimento e o GEPE.

Embora os resultados sejam apresentados por país e por tipologia de escola dentro de cada país, em nenhum momento haverá a identificação do nome dos professores, directores ou da escola, sendo que toda a informação recolhida neste estudo será tratada de forma confidencial.

A selecção das escolas e dos professores que participarão no estudo é realizada de forma aleatória. Para cada país - com a excepção dos de muito pequena dimensão - será seleccionada uma amostra de cerca de 200 escolas e de 20 professores em cada escola.

O TALIS teve início em 2006, tendo já sido realizado um conjunto de testes-piloto aos questionários e um pré-teste na Noruega, em Portugal, no Brasil, na Malásia e na Eslovénia. A realização do estudo e a aplicação dos questionários na sua versão final já principiaram nos países do Hemisfério Sul, sendo que a aplicação nos países do Hemisfério Norte - incluindo Portugal - teve início em Março de 2008.

Sendo um projecto internacional, o TALIS conta com a participação de 24 países de quatro continentes: Áustria, Austrália, Bélgica (comunidade flamenga), Brasil, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Lituânia, Malta, Malásia, México, Noruega, Polónia, Portugal, República daCoreia e Turquia.

Organizado pelo Centro de Estudos Internacionais (ISC) - que inclui membros da Associação Internacional para a Avaliação dos Resultados Educativos e o respectivo Centro de Processamento de Dados (IEA, DPC) -, o TALIS oferece aos docentes e aos directores/presidentes dos conselhos executivos a oportunidade de contribuírem para a análise da educação e da política educativa que vão ser estudadas no projecto em causa.

A análise cruzada da informação fornecida pelos docentes e directores/presidentes dos conselhos executivos permitirá comparar e perceber as políticas públicas adoptadas nos países participantes, sendo que o estudo focará essencialmente as seguintes dimensões da política educativa:



A apreciação do trabalho dos professores nas escolas, a forma e a natureza da resposta que recebem, assim como o uso dos resultados desses processos para promover benefícios e desenvolvimento profissional dos professores;
As diferentes formas de apreciação por parte dos professores e o modo como influenciam as práticas de ensino, crenças e atitudes;
O impacto causado pelas políticas e práticas no âmbito escolar, incluindo a liderança escolar e a maneira como desenham o ambiente de aprendizagem nas escolas e afectam o trabalho dos professores;
O impacto das novas tendências em liderança e gestão escolar junto dos professores e dos sistemas educativos;
A cultura dos países em relação às práticas de ensino, actividades, crenças e atitudes, incluindo a dependência dessas informações em função do perfil dos professores.


Como tal, a colaboração das escolas e a interligação destas com os Conselhos Nacionais são essenciais para que Portugal possa atingir os objectivos fixados no quadro da OCDE no que respeita à análise comparativa de sistemas de ensino e de aprendizagem.

O TALIS, enquanto projecto internacional de cooperação com vários países, contribui para uma melhor percepção do sistema educativo e de aprendizagem, proporcionando a abertura de um novo espaço de reflexão e de análise para as entidades intervenientes e responsáveis pelo sistema educativo, munindo-as de novos instrumentos de análise para um melhor desenvolvimento das políticas educativas.

Fonte: Portal da Educação

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)