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segunda-feira, 17 de março de 2008

Louçã defende "plataforma de salvação" com suspensão de avaliação dos professores

O líder do Bloco de Esquerda (BE) defendeu hoje uma "plataforma de salvação da educação em Portugal" que passa pela suspensão do sistema de avaliação e pelo fim da "perseguição aos sete mil professores contratados".
"É necessária uma plataforma de salvação da educação que deve passar, em primeiro lugar, pela suspensão da avaliação", afirmou Francisco Louçã, coordenador do BE, no final de uma reunião com a direcção da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), nove dias depois da manifestação que reuniu, em Lisboa, cem mil professores contra a política do Governo.

Para Louçã, o polémico sistema de avaliação - uma das causas da manifestação de 08 de Março - deve ser suspenso, como defendem os sindicatos, e substituído por "um modelo que se concentre nas questões essenciais - combate ao insucesso escolar e melhor qualificação".

"A escola tem que combater o insucesso escolar e trazer a melhor qualificação para todas as pessoas. Esse é o princípio de seriedade que tem que ter um regime de avaliação", disse.

Francisco Louçã afirmou que "a paixão da educação são os professores e as professoras" e são eles que "defendem os princípios essenciais de responsabilidade e competência que a escola tem que ter".

Na véspera da interpelação do PCP à ministra da Educação, terça-feira no Parlamento, o deputado bloquista defende ainda a integração na carreira docente dos cerca de sete mil professores contratados que, segundo disse, "seriam uma espécie de cobaias do sistema de avaliação".

Fonte: Rtp.pt

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)