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segunda-feira, 17 de março de 2008

Alunos do ensino profissionalizante estagiam em empresas tecnológicas

Intervenção da Ministra da Educação na sessão pública de apresentação da plataforma para oferta de estágios dos cursos profissionais em três dezenas de empresas tecnológicas.
Relatórios internacionais apontam há muito como problema grave o défice de qualificação dos portugueses, défice esse traduzido no insuficiente número de jovens que conclui o secundário, vias profissionais incluídas.

Em Portugal, 40% dos jovens entraram no mercado de trabalho em 2005 sem o ensino secundário, quando na União Europeia (UE) a média é da ordem dos 80%, e apenas 30% dos jovens que frequentavam o ensino secundário estavam inscritos nas vias profissionais, o que compara com 70% na UE.

O Governo estabeleceu o objectivo de inverter esta situação, reduzindo para 25% o número de jovens que entra no mercado de trabalho sem o ensino secundário e aumentando para 50% o número de alunos nas vias profissionais.

Objectivo este a ser alcançado, em ambos os casos, através da conquista de alunos ao insucesso e ao abandono, de forma a aproximar o País das médias da UE.

O caminho para a concretização destes objectivos e metas ainda não chegou ao fim, mas já sabemos que são decisivos dois conjuntos de medidas para o percorrer com sucesso, envolvendo tanto as escolas públicas como as privadas.

O primeiro conjunto de medidas visa o combate ao insucesso e ao abandono escolar dos jovens no ensino básico.

Para o conseguir, criaram-se cursos de educação-formação, profissionalizantes, de nível básico, para jovens com mais de 16 anos.

Este ano lectivo, foram 32 mil os alunos conquistados ao insucesso e ao abandono que permaneceram na escola em actividades de formação, com mais probabilidade de prosseguirem estudos no secundário.

O segundo conjunto de medidas visou a diversificação das ofertas formativas de nível secundário, do que resultou a criação de milhares de novos cursos profissionais, em todas as escolas, e o aumento do número total de alunos no ensino secundário, pelo segundo ano consecutivo.

O esforço feito pelas escolas e pelos professores, encarando estas iniciativas como oportunidades de combate ao insucesso e ao abandono, como oportunidades de resposta às expectativas de formação dos jovens e do mercado de trabalho, constitui um contributo de enorme importância para mudar a situação do País em matéria de educação.

Em primeiro lugar, trata-se da afirmação da responsabilidade da escola pública na formação inicial dos jovens, preparando-os para o prosseguimento de estudos mas também para a entrada no mercado de trabalho, com qualificações profissionais.

A afirmação desta responsabilidade tem encontrado ao longo dos anos obstáculos de diferente natureza, desde a prevalência do liceu no passado à ainda desvalorização social das formações técnicas no presente.

Compete à escola pública ultrapassar estes obstáculos e as iniciativas que nela se têm desenvolvido constituem um sinal de que o fará mais depressa do que era expectável há ainda poucos anos.

Em segundo lugar, o alargamento e diversificação de cursos profissionais nas escolas públicas concretizam a abertura da escola ao exterior, neste caso ao mercado de trabalho e às famílias, levando em conta as necessidades e as expectativas de uns e de outros.

O envolvimento quase natural de autarquias, empresas, associações empresariais, centros de emprego e instituições de ensino superior, apoiando as escolas na concretização dos seus projectos de formação profissional de jovens, reforça a confiança institucional mútua e contribui para a reunião das condições necessárias para assegurar a qualidade das formações.

Para concluir, apontemos os quatro domínios de consolidação destas actividades que vêm sendo desenvolvidas pelas escolas.

Em primeiro lugar, continuar o esforço de alargamento da rede de cursos profissionais e aumento do número de alunos nestas vias de ensino.

Para o próximo ano está já estabelecida a meta de mais 15 mil novos alunos, prevendo-se a possibilidade de aumento do número de turmas tanto nas escolas públicas como nas escolas privadas.

Em segundo lugar, o reforço da acção social escolar bem como dos apoios ao transporte escolar, às refeições nas escolas e à aquisição de materiais de trabalho e de estudo, a prestar aos alunos do ensino secundário em geral e aos do ensino profissional em particular, sobretudo porque a sua formação exige a deslocação em estágio, que será concretizada no quadro dos novos fundos comunitários.

Em terceiro lugar, os programa de reequipamento e modernização dos espaços oficinais e laboratoriais, que permitirão a muitas escolas passar directamente dos anos 50 do século XX para a era da informação e do conhecimento.

No novo programa do Potencial Humano está especificamente prevista uma linha de financiamento para a adaptação e modernização das oficinas técnicas das escolas que oferecem cursos profissionais.

Em quarto lugar, a multiplicação e diversificação das oportunidades de estágio através do desenvolvimento de redes locais e nacionais que conectem empresas e escolas, de modo crescentemente institucionalizado.

Do reforço destas redes podemos esperar efeitos positivos tanto na adequação das respostas formativas às necessidades do mercado como na melhoria da empregabilidade dos jovens alunos diplomados.

A iniciativa que hoje aqui reúne empresas, escolas, professores e alunos é um bom exemplo do modo como essas redes podem constituir-se e contribuir para o sucesso das novas exigências da formação profissional, bem como para ajudar a escola a responder com qualidade aos novos desafios para que foram e serão solicitadas.
Fonte: Portal do Governo

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)