TEK.SAPO Novos portáteis no programa e-escolas PÚBLICO CD-Roms para ajudar estudantes a lidar com o stress LUSA Alunos de secundária de Gaia acusam GNR de ameaças e agressão, o que corporação desmente RTP Professora intimidada por aluno em escola secundária da Maia CORREIO DA MANHÃ Aluna constituída arguida aos 9 anos

quinta-feira, 20 de março de 2008

Nova Iorque paga aos alunos do ensino do básico para irem aos exames

A Câmara de Nova Iorque, EUA, decidiu combater o insucesso escolar pagando aos alunos do quarto e sétimo anos por irem aos exames e obterem boas notas.
O Programa Spark é um projecto-piloto em marcha desde o início do corrente ano lectivo e terá uma duração de dois anos.

Segundo o modelo, os estudantes do quarto ano (que têm 09 a 10 anos) anos receberão cinco dólares (3,20 euros) só por comparecerem a cada um dos dez testes anuais.

Os melhores alunos receberão ainda até 25 dólares (16 euros) por teste, em função das notas, podendo atingir um total de 250 dólares (160 euros) anuais.

Os alunos do sétimo ano (13 anos) terão direito ao dobro: 10 dólares (6,40 euros) por teste e até 50 dólares (32 euros) se estiverem entre os melhores. Poderão assim chegar a receber 500 dólares anuais (320 euros).

As famílias podem optar por receber o dinheiro em cheque ou por abrir uma conta bancária de juros especiais, que apenas poderá ser movimentada quando o aluno completar 19 anos.

O projecto Spark faz parte do Opportunity NYC, um conjunto de iniciativas anunciadas em Junho de 2007 por Michael Bloomberg, presidente da Câmara de Nova Iorque, para quebrar o ciclo de pobreza em que vivem muitas famílias da cidade, especialmente as formadas por latino-americanos e negros.

Por enquanto, há 58 escolas públicas abrangidas pelo programa. Roland Fryer Jr, professor de Economia na Universidade de Harvard, 29 anos, negro, é o responsável pelo projecto, que é financiado por fundos privados, como por exemplo, a Fundação Rockefeller.

Debra Wexler, porta-voz do Departamento de Educação da cidade de Nova Iorque, disse à Lusa que a ideia é começar pelos mais novos e alargar mais tarde aos alunos do Secundário.

"São as idades em que nos parece mais fácil inverter os resultados verificados até hoje. Também preferimos optar pelas escolas onde predominam os alunos de famílias latinas e negras. Os primeiros balanços são animadores mas os resultados finais só estarão disponíveis em 2009", explicou.

Benham Latimer, professor da Grace Church School, uma escola privada de Nova Iorque que aos fins-de-semana promove um programa de apoio suplementar a alunos carenciados dos seis aos 12 anos - o Projecto Go Go -, aplaude o Programa Spark.

"Como responsável pelo Go Go, sei que não é fácil incentivar crianças em risco. As compensações são essenciais numa educação bem sucedida. Se aplicadas apropriadamente, podem aumentar o interesse pela escola assim como a autoconfiança do aluno. E a autoconfiança costuma fazer milagres no que toca ao sucesso escolar. O único perigo é os estudantes passarem a associar dinheiro ao sucesso e achar que sucesso sem dinheiro é o mesmo do que nada. Mas acredito que a cidade saberá aplicar este novo modelo," declarou à Lusa.

Para subscrever o Noticiasdescola

Pesquisa personalizada

Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)