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domingo, 28 de outubro de 2007

Depoimento da ministra da Educação à revista Visão

O alargamento da responsabilidade da escola aos temas da educação para a cidadania, designadamente valores ambientais, políticos e de participação cívica, tem sido progressivo.

Este processo tem sido apoiado por uma complementaridade entre instrumentos pedagógicos convencionais e inovadores. Por um lado, as questões ambientais estão presentes de forma transversal nos currículos e programas de ensino; por outro, levam a práticas inovadoras concretizadas designadamente em programas de formação de professores, acções de sensibilização das escolas e dos encarregados de educação e actividades extracurriculares, como clubes temáticos ou programas escolares de mobilidade e intercâmbio.

Ao mesmo tempo, as escolas desenvolvem uma procura sistemática de envolvimento e partilha de responsabilidades com agentes e instituições exteriores, sejam organizações internacionais, sejam autarquias, associações ou empresas locais. As escolas asseguram assim um trabalho em rede na concretização de várias iniciativas.

Pode dizer-se que, em Portugal, no âmbito do campo vasto da educação para a cidadania, que tem sido alvo de particular atenção nos últimos anos, a educação para a defesa e protecção do ambiente foi a componente em que se obteve maior êxito.

É com grande normalidade que escolas, professores e alunos aderem hoje a iniciativas centradas na educação ambiental. São inúmeros os projectos que envolvem, todos os anos, centenas de escolas e milhares de alunos e professores de todas as áreas disciplinares – das ciências naturais a português ou à língua estrangeira, das tecnologias de informação e da comunicação à educação física e tecnológica –, garantindo um tratamento transversal do tema.

São exemplos de sucesso deste trabalho em rede os projectos “Escolas na Natureza” ou “Eco XXI”. O primeiro visa facultar formação na área do ambiente e da sustentabilidade a todos os alunos do 8.º Ano do Ensino Básico. O segundo – que envolve a Associação Bandeira Azul da Europa e a secção portuguesa da Fundação para a Educação Ambiental –, procura reconhecer as boas práticas desenvolvidas pelos municípios, considerados como agentes privilegiados na promoção do desenvolvimento sustentável. Mencione-se ainda o trabalho desenvolvido nas escolas em consequência da participação do Ministério da Educação (ME) no comité de acompanhamento da realização da Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) em Portugal. ME que também integra o comité de acompanhamento do Ano Internacional do Planeta Terra, que decorrerá em 2008 com apoio da UNESCO e da União Internacional das Ciências Geológicas, com o objectivo de demonstrar que as ciências da terra podem ajudar as futuras gerações a enfrentar os desafios de forma mais segura.

Projectos como estes favorecem a concretização de princípios orientadores da educação ambiental, a parceria entre escolas e actores que lhe são externos, a transversalidade e complementaridade entre currículos, além de fomentarem a mobilidade e alargarem a visão do mundo.

Os problemas ambientais podem ter uma expressão local (poluição de um rio na proximidade da escola), mas também têm uma expressão mundial ou planetária (por exemplo, as alterações climáticas ou as espécies em risco de extinção). Acabam assim por ser um forte incentivo às trocas entre escolas e alunos de diferentes países e, portanto, ao desenvolvimento de uma percepção mais alargada dos problemas e de uma visão do mundo mais interdependente e solidária.

Fonte: Portal da Educação

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)