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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Educação é fundamental para reduzir pobreza a metade

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) defende que mais e melhor educação é fundamental para se conseguir trabalho digno, para uma globalização mais justa e para reduzir a pobreza para metade até 2015.
A relação entre o desenvolvimento de competências e a empregabilidade e entre o crescimento económico e a redução da pobreza é o ponto central da Agenda Global para o Emprego e dos Programas de Trabalho Digno por País da OIT.
O Fórum sobre «Trabalho Digno para uma Globalização Justa» vai discutir, nomeadamente, a importância da educação e das competências na globalização.
Para a OIT o desenvolvimento de competências constitui «uma importante estratégia contra a exclusão e a vulnerabilidade» e recomenda que os Estados-membros reconheçam que a educação e a formação são um direito de todos.
Num documento que vai ser debatido no fórum, a OIT lembra a sua recomendação de 2004 sobre Valorização dos Recursos Humanos, que apresenta orientações para o desenvolvimento e a implementação de politicas de formação, parcerias público-privadas na formação, politicas para a formação inicial, desenvolvimento de competências e modelos para o reconhecimento de competências e a inclusão social.
A OIT considera que a globalização intensificou a concorrência internacional entre empresas e países relativamente ao design, distribuição e custos de produtos e serviços e isso aumentou a importância do desenvolvimento de uma força de trabalho de elevada qualidade.
Por isso, esta organização internacional defende a importância de investir em sistemas de educação e de formação de elevada qualidade, sustentando a sua posição com estudos da UNESCO, do Banco Mundial, da OCDE e da EU.
Segundo a OIT, os trabalhadores com bom nível de escolaridade e de formação produzem mais e ganham mais e influenciam o percurso do desenvolvimento económico nacional, atraindo mais investimento estrangeiro.
No documento a discutir, a OIT defende ainda a necessidade de se concentrar a atenção na transição escola para a vida activa para ser possível «romper com a armadilha da baixa especialização, baixa produtividade, baixos salários e fraco investimento».
O Fórum da OIT sobre Trabalho Digno, decorre em Lisboa durante três dias, com o apoio da presidência portuguesa da União Europeia e tem como objectivo reforçar o diálogo, permitir a partilha de conhecimento e experiências, criar novas práticas e ideias de intervenção, fomentar a coerência das politicas e estabelecer parcerias para promover o Trabalho digno.
Os debates vão incidir na analise e promoção do conceito de Trabalho Digno e da Agenda para o Trabalho Digno enquanto «factor fundamental para a sustentabilidade económica, social e ambiental e enquanto contributo para uma globalização justa e inclusiva».
Fonte: Diário Digital

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)