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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Violência em escolas de Coimbra é mais baixa desde 2002

O concelho de Coimbra regista baixos níveis de violência nas escolas, que tem vindo a diminuir nos últimos cinco anos, revelou hoje o Comandante Distrital da PSP.
«Numa análise estatística aos últimos cinco anos nunca foi tão calmo como agora», declarou o Intendente Bastos Leitão, ao intervir numa conferência de imprensa para apresentação de uma colóquio a decorrer a 10 de Novembro em Coimbra intitulado «Violência e Escola: Sinalização, Intervenção e Prevenção». De acordo com o responsável, «os casos de violência são de pequeno significado», e a maioria das situações detectadas nas escolas tem a ver com furtos de aparelhos - como telemóveis ou leitores de MP3 - que acontecem muitas vezes por «uma questão de relação de poder» entre os jovens.
«São situações que não preocupam grandemente. Fazem parte do próprio crescimento dos jovens», observou o Intendente Bastos Leitão, frisando, no entanto, que é preciso estar atento, e que «este é o momento de investir, para depois não ter de ir comprar trancas para pôr nas portas».
Na sua perspectiva, «muitos dos problemas de violência das escolas não nascem na escola, mas no seio da sociedade e das famílias desestruturadas», e muitos fenómenos são considerados como tal porque «há uma maior intolerância em relação à violência».
O Intendente Bastos Leitão recordou que situações de agressão entre alunos antigamente eram resolvidas no seio da família e da escola, e não eram classificadas como tal.
Este fenómeno - acrescentou - na maioria das vezes tem por base desentendimentos amorosos entre estudantes.
Ao realçar que em Coimbra não existem fenómenos de violência como os detectados nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, o responsável frisou que a tipologia da zona permite melhor identificar as situações de risco para uma intervenção de proximidade.
Também a directora executiva da Escola Secundária Jaime Cortesão, Lucinda Sobral Henriques, considerou que a violência nas escolas em Coimbra «é próxima do zero», e que esse fenómeno não deve ser confundido com focos de indisciplina que sempre existiram no seio da comunidade escolar.
Na sua óptica, no entanto, é preciso estar atento a um fenómeno que tem a ver com o papel dos pais, «que se sentem no direito de pedir satisfações à escola em resultado de uma sociedade que encontra um bode expiatório nos professores».
O colóquio a decorrer no próximo dia 10, hoje apresentado, pretende estimular uma discussão alargada sobre a problemática da violência na escola, envolvendo professores, psicólogos, responsáveis por grupos de trabalho sobre a problemática e forças de segurança.
Esta intervenção prevê ainda a realização de um ciclo de ateliês de formação, entre 14 de Novembro e 25 de Junho de 2008, dirigido a pais, estudantes e profissionais, bem como de ciclos de teatro e cinema sobre a mesma problemática.
No âmbito das iniciativa, João Redondo, director do Serviço de Violência Familiar do Hospital Psiquiátrico de Sobral Cid, anunciou a elaboração de um «kit», que será uma instrumento pedagógico, de prevenção, e de formação para a cidadania, com propostas específicas em função dos escalões etários.
Fonte: Diário Digital

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)