As escolas devem ter um projecto educativo construído por todos e, «mais do que castigar, têm de mudar, para que os alunos se sintam lá bem e aprendam», defende um especialista em ciências da educação e indisciplina nas escolas, citado pela agência Lusa.
João Amado, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e co-autor, com Isabel Freire, do livro «Indisciplina e Violência na Escola - Compreender para Prevenir», disse que situações como a ocorrida na Secundária Carolina Michaëlis, no Porto levam a pensar na necessidade de mudança da escola.
«A escola deve ser um lugar de educação, onde todos estão empenhados, e os professores têm ajuda e recursos para criar um clima educativo em que as pessoas encontrem resposta para os seus interesses e em que nem professores nem alunos sejam vítimas», sustentou.
Na sua perspectiva, cada escola deve ter «um projecto educativo assumido, uma boa gestão», capaz de influenciar a vida dentro do estabelecimento, de prevenir situações de indisciplina ou violência ou, caso elas sucedam, fornecer um melhor conhecimento para actuar. Segundo o investigador, «não se pode falar de indisciplina [nas escolas], mas de indisciplinas», pois existem «níveis diferenciados» neste tipo de comportamento
Dada a visibilidade do caso, o investigador concorda com a transferência da aluna que protagonizou o episódio de indisciplina e do colega que filmou a situação e, supostamente, colocou o filme na Internet.
«Acho errada a preocupação do Procurador-Geral da República em olhar para estas coisas como se fossem crimes, não se pode criminalizar todas, têm de ser entendidas no contexto», preconizou, ao defender que estas situações devem ser resolvidas preferencialmente pela própria escola, através do seu regulamento.
Investigação profunda
No trabalho de características etnográficas que realizou no âmbito da sua dissertação de doutoramento, João Amado acompanhou seis turmas de uma escola durante três anos e concluiu que «as mesmas turmas e os mesmos alunos com professores diferentes têm comportamentos diferentes».
Na prevenção da indisciplina, é importante que, desde o início do ano lectivo, o professor explique que a sala de aulas está sujeita a um conjunto de regras. «Deve ser um bom gestor do ensino e da aprendizagem, estimulando a atenção e a curiosidade dos alunos, criando um ambiente de trabalho em que os miúdos se sintam bem», defendeu, considerando que os professores estão bem preparados nesta área.
Fonte: Portugal Diário
segunda-feira, 31 de março de 2008
Escolas não devem só castigar, mas «mudar» - Especialista defende abordagem alternativa, numa altura de reflexão
Etiquetas: Violência escolar
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Artigo de opinião
O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicasHoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.
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