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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Escolas não conseguem aplicar prazos do Governo

Depois de o Ministério da Educação e sindicatos terem encerrado oficialmente as negociações, o Governo informou que as escolas vão ter cinco dias, depois da publicação em 'Diário da República' da simplificação do modelo, para definir o calendário da avaliação dos seus professores
As escolas não receberam qualquer informação sobre o que fazer depois de o despacho regulamentar de simplificação da avaliação ser publicado em Diário da República e consideram que os professores não conseguirão executar o que lhes é pedido em apenas cinco dias. Conforme o secretário de Estado Adjunto e da Educação explicou ao DN, as escolas vão ter cinco dias para definir o calendário da avaliação dos seus professores. Nessa semana, os professores terão de informar os presidentes executivos sobre se querem ter aulas observadas e se exigem ser avaliados por colegas da mesma área disciplinar, para traçar o calendário do processo. Prazos considerados impraticáveis por presidentes de escolas. "Não sabemos sequer quando é publicado o decreto regulamentar, depois disso ainda temos de emitir um aviso para os professores - o que pode levar dois dias - que depois têm de comunicar se querem aulas assistidas e avaliadores da sua área disciplinar. Posteriormente, os Conselhos Executivos ainda têm de comunicar se existem professores dessas áreas disponíveis ou se é preciso recorrer a docentes de fora das escolas, o que, a acontecer, tem de ser comunicado às direcções regionais", pormenoriza José Grilo Santos, presidente do Agrupamento de Escolas de Sequeira, na Guarda, para quem não é possível fazer tudo isto em cinco dias. "Além disso", continua, "as escolas não receberam informação nenhuma deste prazo de cinco dias, tão- -pouco me parece que estejam com vontade avançar com o simplex."Jorge Jerónimo, da Secundária D. Duarte e membro do Conselho de Escolas, confirma que ainda não recebeu "instruções do ministério, nem sequer existe documento nenhum onde estes prazos estejam publicados". Mas, mesmo na teoria, "vai ser muito difícil avançar em cinco dias, porque o processo está parado e o clima entre os professores não é propício para o aplicar". Em relação às fichas simplificadas, as escolas também ainda não receberam informações do Governo.Outro conselheiro, Fernando Mota, da Secundária do Pombal, é ainda mais crítico e ironiza ao dizer que o ministério "deve andar com os prazos trocados", isto apesar de também ainda não ter recebido qualquer informação oficial. "O Governo nem sequer devia dizer nada, as escolas não precisam que o secretário de Estado lhes diga o que fazer."
Fonte: DN

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Artigo de opinião


O MP3 e o telemóvel como ferramentas pedagógicas

Hoje todos os professores têm como formação inicial um curso superior seguido de um estágio pedagógico que pode ser integrado ou não. Todos seguiram na Universidade a via de ensino, em ramos especializados. Resta saber se foram para esta via por vocação ou por falta de alternativas.
Saem classificados com uma média final que resulta das classificações dadas pelos vários professores das disciplinas nos vários anos do curso (nota académica) a que se junta a nota dada pelo professor orientador de estágio. Durante estes anos aprendem também a usar as novas tecnologias para fazer delas ferramentas pedagógicas importantes na sala de aula.
As notas distribuem-se pela escala, como sempre, e é por essas que é feita a colocação. Alguns colocam-se sem dificuldade, outros passam anos à espera de lugar ou vão tendo colocações esporádicas a substituir grávidas e doentes. Milhares ficam sem colocação.
Há professores que colocados ou não continuam a estudar e a interessar-se por melhorar as suas práticas. Alguns são sensíveis ao pulsar do seu tempo, às características da escola de hoje, do aluno de hoje, da comunidade que o envolve hoje.
O professor actual tem de ter esta atitude na sociedade de mudança que nos envolve.
A este propósito posso referir o exemplo da professora Adelina Moura de Braga que foi entrevistada pelo jornalista Jorge Fiel para o DN no dia 7 de Dezembro. Contou que está a fazer uma experiência com 30 alunos do 11º ano, ramo profissionalizante e que já deu uma aula online, a partir de casa, com os alunos espalhados por cafés e outros locais. É o conceito da escola nómada a ser posto em prática. Disse coisas como esta: "o telemóvel e os MP3 são ferramentas de ensino mais usadas que o papel e o lápis" ou " os alunos são nados digitais, nós somos estrangeiros digitais" ou ainda " a aula de português anda na bolso dos meus alunos". Deu os endereços de dois blogues: paepica.blogspot.com e choqueefaisca.blospot.pt. Falou também de O Princepezinho em podcast que pode encontrar-se em discursodirecto.podmatic.com e de exercícios de escolha múltipla e palavras cruzadas para descarregar no telemóvel em geramovel.wirenode.mobi e outros ainda.
Esta professora é uma excepção nesta área e, por enquanto, apenas faz uma experiência com 30 alunos, não sei se este projecto seria exequível pelos professores comuns que têm cinco, seis ou sete vezes mais e muitos outros trabalhos para fazer. Seria bom que ela abrisse as aulas para os outros aprenderem na prática e faço votos que não a desviem para fazer conferências "em seco" que só cansam e cumprem calendário.
Todos os professores têm de compreender que o aluno tem que ser ensinado de acordo com o seu tempo e a sua vivência.

in Expresso (Joviana Benedito Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora)